domingo, 17 de setembro de 2023

Sou a completude do nada ( rascunho repostado 29)

mesmo nós sendo só 

pessoas

 que não são nada

sempre somos o nada

sou a completude do nada

sou os beijos

confortos e completudes do nada

sou seio que conforta

e a garganta que esmaga 

e a mão que vai na cara

dentre outras coisas que passam por ela

sou cera quente nas visceras

E o entorpecer no fim da tarde

sou o tempo que precisa para renderizar

sou a impaciência

sou  o gozo em uma cara cheia de sangue

e quem é você?

Você é algo

alg-uém

que quero conhecer

O seu nada tem máscara

De tudo 

Que é o fetiche do desconhecido

Me mostre o novo que não existe

um olhar, um cintilar

de dentes brilhosos 

pedras preciosos olhos

estes não as obsidianas frias do outro

mas pedras vulcânicas

a lava escorre por dentre eles

e sua tentativa de conter a própria torrente de líquido mortal

fogo em plasma te consome 

ebulição

não quero que se contenha

mas se atenha

aos fatos

de que somos irresistíveis

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