Mais interessante
Um cachorrinho
Uma comidinha
SENDO PREPARADA
EM MILIMÉTRICOS TAMANHOS
Muito mais interessantes
Para de botar expectativas sobre as coisas, Mariana
Você não é genia
Muito menos vale tudo isso
Você é uma pessoa normal
Que escreve paradas
E não tem tanta vergonha
Só isso
Para de se engrandecer
É, GALERAS
Essa é a minha terapia diária
Recomendo
Faz bem
Se uma pessoa gostou do teu texto
PORRA
ABRACA AQUELA PESSOA
NO MEIO DE TANTA FOTO E COISA SIMPLES
A PESSOA PAROU PRA LER TEU TEXTO
OBRIGADA PRA QUEM PARA E LE
AS PARADAS QUE EU ESCREVO
CES SAO FODA
Vou voltar a ler o livro da Rita Lee
e recomendo
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
O pote
Está na cozinha um pote
Ele é lindo
Ornamentado com o doce requinte da madeira
Mas ficou uns meses estagnado
Está empoeirado
Será que alguém vai abri-lo?
Pois é, fechado pote
Lacrado
Está lacrado
Será que está?
Ninguém sabe, parece que ninguém tentou abrir
Ou quem tentou abrir, morreu
Olhe só, que mistério
Com o que será que está preso?
Lava de vulcão?
Pregos, grampeadores
Cola?
Com o que está lacrado o pote?
O pote mede cerca de trinta centímetros
É redondo, sim, um pote redondo
UM PRISMA
Com a tampa redonda
O pote fica lá, a luz entra na janela
Ilumina-o
Em sua scores âmbar caindo para o castanho
Tao polido em madeira que parece ser feito de semente
Ou algum osso
Não se sabe a origem dele, não há assinatura
Ele só existe
Já disseram que para abrir o pote, precisariam de luvas
De descontaminadores
Qualquer coisa, bactericidas
Por que abrir o pote?
Por que o pote não pode ter privacidade?
Logo, uma multidão se aglomera ao redor da casa abandonada
Pessoas preparam estacas, e tochas
Querem desbravar a verdade
Descobrir o que há de tao importante no pote
Que está nas notícias, está nas artes, está no universo
O pote, que mal nome tem
Ele praticamente tomou o substantivo simples como próprio
E assim, chama-se ``O Pote.``
Pessoas se aglomeram ao redor da casa, A mídia pretende fazer uma contagem regressiva
E até vários Instagram Stories sobre O pote sendo aberto
As guerras no mundo todo cessaram
Todos queriam saber, a todo custo
O que diabos teria dentro do pote?
Mas, então, um meteoro atinge a terra e todo mundo morre
Ele é lindo
Ornamentado com o doce requinte da madeira
Mas ficou uns meses estagnado
Está empoeirado
Será que alguém vai abri-lo?
Pois é, fechado pote
Lacrado
Está lacrado
Será que está?
Ninguém sabe, parece que ninguém tentou abrir
Ou quem tentou abrir, morreu
Olhe só, que mistério
Com o que será que está preso?
Lava de vulcão?
Pregos, grampeadores
Cola?
Com o que está lacrado o pote?
O pote mede cerca de trinta centímetros
É redondo, sim, um pote redondo
UM PRISMA
Com a tampa redonda
O pote fica lá, a luz entra na janela
Ilumina-o
Em sua scores âmbar caindo para o castanho
Tao polido em madeira que parece ser feito de semente
Ou algum osso
Não se sabe a origem dele, não há assinatura
Ele só existe
Já disseram que para abrir o pote, precisariam de luvas
De descontaminadores
Qualquer coisa, bactericidas
Por que abrir o pote?
Por que o pote não pode ter privacidade?
Logo, uma multidão se aglomera ao redor da casa abandonada
Pessoas preparam estacas, e tochas
Querem desbravar a verdade
Descobrir o que há de tao importante no pote
Que está nas notícias, está nas artes, está no universo
O pote, que mal nome tem
Ele praticamente tomou o substantivo simples como próprio
E assim, chama-se ``O Pote.``
Pessoas se aglomeram ao redor da casa, A mídia pretende fazer uma contagem regressiva
E até vários Instagram Stories sobre O pote sendo aberto
As guerras no mundo todo cessaram
Todos queriam saber, a todo custo
O que diabos teria dentro do pote?
Mas, então, um meteoro atinge a terra e todo mundo morre
Dia 203
Estou sensitivo hoje, sei lá. A chuva passou, o sol despontou de baixo do mar. É lindo, sabe, ver as cores todas claramente depois de muito tempo vendo cinza. Eu, em meu silencio, consigo deixar fluir, e em um momento eu sou apenas energia que corre e nunca fica estagnada. Por um momento, eu queria não ter tido relacionamentos com meus pais, ou família em si. Eles ficam preocupados, estão sempre preocupados. Agora então? Fico até surpreso por não terem mandado helicópteros e buscas diversas, mas, colegas, devem ter acreditado que eu morri. Na verdade, devem ter acreditado que eu morri antes mesmo de embarcar no navio. Para os que ficam de saco cheio de minha rotina divertida na ilha, lhes conto um pouco de minha história, mas de trás para frente: A minha última fase foi de desapego total, tive que me distanciar de um monte de relacionamentos, sejam familiares, afetivos, enfim, precisei de meu canto, e assim, conheci muita gente, gente que nunca pensei que conheceria, oportunidades se abriram como flores se desabrochando, e eu fiquei imerso no mundo do trabalho, somado com o das drogas e da diversão. Festas na piscina hollywoodianas, escaladas na madrugada em picos nublados, pegar carona com caminhoneiros, cruzar fronteiras para se deparar com um amor de toda vida que durou dois meses, cruzar mais fronteiras para se deparar com o amor platônico dos meus devaneios infantis que costumavam me encher de sentimentos. Antes disso? Bom, antes... Coisas são ainda confusas para eu entender. Depressão, impotência, mas é aquilo, o homem teme o fracasso. A questão é: FODA-SE, AGORA ESTOU EM UMA ILHA, e NADA MAIS IMPORTA. Não preciso provar que sou inteligente, ou engraçado, ou caridoso. Eu simplesmente habito aqui, mais um animal no meio de vários, e a única coisa que me faz sentir especial são essas páginas que vos escrevo, e se perguntam onde arranjei, pois é, náufraga comigo veio minha mala, com alguns poucos pertences, infelizmente nenhum livro, mas felizmente um caderno envolto em uma sacola plástica, era como se eu pressentisse que algo poderia acontecer. E aqui vos escrevo, enquanto meus lápis puderem ser cortados brutalmente como lanças e minhas canetas, pobrezinhas, já com pouquíssima tinta, continuarem pulsando com energia colorida. Eu havia dito, anteriormente em minha pré-vida, que enquanto estivesse vivo, a arte ainda fluiria em meu sangue. Pois bem, cá estou eu, e se há ainda quem considere escrever, arte, pois é, contemplem a grande natureza humana em seu habitat não-natural e olhe, olhe bem para esse cenário: Aqui o homem não é dono de nada, não manda, precisa abdicar de todo seu orgulho, aqui nao há ``com quem está falando``, porque não se fala. O conselho de hoje é : Sente-se importante, animal? Olhe para uma formiga, e se imagine em um fictício mundo dela, pensando: Olha, mais um daqueles gigantes escrotos, espero que ele não me mate. Você tem importância somente enquanto puder dar algo em troca, se sua função social e econômica e tudo o mais colapsar, voce vira um zero a esquerda em um piscar de olhos. Leiam A metamorfose, se puderem.
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
O Título tá no final do texto
M = Fui assaltada.
F=Como o cara era?
M= Bem... Sorridente.
F=SORRIDENTE? Tipo um palhaço?
M=Ele tem cara pintada, sim.
F=Como a polícia nao pegou ele ainda?
M=Bom, ele é branco. É só eu avisar a polícia que eles chegam e falam:
Minha senhora, a senhora está equivocada. Este homem é um cidadão de bem, olhe para suas roupas, olhe para seu jeito de agir.
F= Como assim? Nao consigo acreditar. Voce já tentou escapar? Correr, revidar, sei lá?
M= Ele corre atrás, bate a minha porta, ele está sempre lá.
A justiça? Ou eles nao acreditam, ou fingem que nao percebem. Afinal, ele meio que faz isso com bastante gente.
F= Que absurdo! Qual o nome desse cara?
M= Nao sei. Volta e meia ele aparece. Ele ria. Ria da minha cara conforme tirava notas dos meus bolsos. Sempre faz isso. Ri, pula, brinca com as notas. Uma vez, botou fogo em uma nota, assim, do nada, pegou seu isqueiro e a cédula se extinguiu nela mesmo, colapsou.
F=Caramba! Que doentio!
M=E tem mais.
Ele ainda me dizia:
``-Tudo que voce perde agora, eu vou devolver, er, er`` Pulava, e isso fazia soar os guizos de sua cabeça.
F=Como assim? Vai devolver? Esse cara é louco!
M=Todos somos. ESPERA, TEM MAIS.
Ele me rouba quase que todo dia. E sempre cantando a mesma música. E sorrindo.
F= Vou catar esse desgraçado! Ele tá morto! Onde já se viu, roubar todo dia, pessoas que só estao fazendo seus trabalhos? Bandido bom é bandido na prisão! Qual a roupa que esse meliante costuma trajar?
M= Um terno.
F=Como o cara era?
M= Bem... Sorridente.
F=SORRIDENTE? Tipo um palhaço?
M=Ele tem cara pintada, sim.
F=Como a polícia nao pegou ele ainda?
M=Bom, ele é branco. É só eu avisar a polícia que eles chegam e falam:
Minha senhora, a senhora está equivocada. Este homem é um cidadão de bem, olhe para suas roupas, olhe para seu jeito de agir.
F= Como assim? Nao consigo acreditar. Voce já tentou escapar? Correr, revidar, sei lá?
M= Ele corre atrás, bate a minha porta, ele está sempre lá.
A justiça? Ou eles nao acreditam, ou fingem que nao percebem. Afinal, ele meio que faz isso com bastante gente.
F= Que absurdo! Qual o nome desse cara?
M= Nao sei. Volta e meia ele aparece. Ele ria. Ria da minha cara conforme tirava notas dos meus bolsos. Sempre faz isso. Ri, pula, brinca com as notas. Uma vez, botou fogo em uma nota, assim, do nada, pegou seu isqueiro e a cédula se extinguiu nela mesmo, colapsou.
F=Caramba! Que doentio!
M=E tem mais.
Ele ainda me dizia:
``-Tudo que voce perde agora, eu vou devolver, er, er`` Pulava, e isso fazia soar os guizos de sua cabeça.
F=Como assim? Vai devolver? Esse cara é louco!
M=Todos somos. ESPERA, TEM MAIS.
Ele me rouba quase que todo dia. E sempre cantando a mesma música. E sorrindo.
F= Vou catar esse desgraçado! Ele tá morto! Onde já se viu, roubar todo dia, pessoas que só estao fazendo seus trabalhos? Bandido bom é bandido na prisão! Qual a roupa que esse meliante costuma trajar?
M= Um terno.
domingo, 25 de fevereiro de 2018
Bem vindos a minha casa
Aqui, se ouve televisão das oito da manha até as dez da noite. E notícias trágicas.
Não se houve conversas.
As únicas vozes que se escutam são:
1- Minha avó
Extremamente frequente
Angustiada
Sempre com medo de algo acontecer, paranoica
Fico triste, ela é uma pessoa tao boa
Mas amaldiçoada pelo panico que a mídia e a cidade ``grande`` induziram nela
Ou reclamando
Reclama de tudo, dos detalhes dela nao estarem do jeito que ela queria
Poucas vezes a escuto elogiar alguma coisa, bem raro
Odeia animais
Só deixou eu ter um bichinho uma vez, e foi um hamster
2- Meu pai
Raro mas chato
Infelizmente, fala de política de forma extremamente parcial
Sem analisar, mas xingando e falando mal de políticos
Falando mal de pessoas, de presidente, de senadores
Falando mal de negros, de mulheres
E me tratando como uma criança de cinco anos
Sim, ele nunca soube me tratar como uma mulher
Porque desrespeita mulheres
3- Meu avo
Quase lendário
Minha avó fala tanto que o irrita
E ele bota a televisão alto
Para ela não precisar falar
E está em uma depressão terrível
A ponto de olhar a TV e não expressar nada
---------------------------------------------------
Eu cresci como eles
Vendo televisao
Mas eu via desenhos
E os desenhos eram bem mais interessantes
Que todas essas tragédias que aparecem nas notícias dia após dia
Ouvir uma vez, ao jantar, tudo bem
Mas o dia inteiro, no mesmo canal
As mesmas notícias
E então fecho a porta do meu quarto
Fecho a janela com o transito e barulho dos carros
Ai ai, e é por isso, amigos
É por isso que eu nao gosto muito de ficar em casa
Me sinto mais confortável na rua
Onde posso ser eu mesma
Porque aqui em casa preciso usar uma máscara
Queria muito dizer a verdade na cara dos meus familiares
Mas não tenho energia para isso, são vícios profundos demais
Por isso, saio noite adentro
E preciso voltar ao boxe
Não se houve conversas.
As únicas vozes que se escutam são:
1- Minha avó
Extremamente frequente
Angustiada
Sempre com medo de algo acontecer, paranoica
Fico triste, ela é uma pessoa tao boa
Mas amaldiçoada pelo panico que a mídia e a cidade ``grande`` induziram nela
Ou reclamando
Reclama de tudo, dos detalhes dela nao estarem do jeito que ela queria
Poucas vezes a escuto elogiar alguma coisa, bem raro
Odeia animais
Só deixou eu ter um bichinho uma vez, e foi um hamster
2- Meu pai
Raro mas chato
Infelizmente, fala de política de forma extremamente parcial
Sem analisar, mas xingando e falando mal de políticos
Falando mal de pessoas, de presidente, de senadores
Falando mal de negros, de mulheres
E me tratando como uma criança de cinco anos
Sim, ele nunca soube me tratar como uma mulher
Porque desrespeita mulheres
3- Meu avo
Quase lendário
Minha avó fala tanto que o irrita
E ele bota a televisão alto
Para ela não precisar falar
E está em uma depressão terrível
A ponto de olhar a TV e não expressar nada
---------------------------------------------------
Eu cresci como eles
Vendo televisao
Mas eu via desenhos
E os desenhos eram bem mais interessantes
Que todas essas tragédias que aparecem nas notícias dia após dia
Ouvir uma vez, ao jantar, tudo bem
Mas o dia inteiro, no mesmo canal
As mesmas notícias
E então fecho a porta do meu quarto
Fecho a janela com o transito e barulho dos carros
Ai ai, e é por isso, amigos
É por isso que eu nao gosto muito de ficar em casa
Me sinto mais confortável na rua
Onde posso ser eu mesma
Porque aqui em casa preciso usar uma máscara
Queria muito dizer a verdade na cara dos meus familiares
Mas não tenho energia para isso, são vícios profundos demais
Por isso, saio noite adentro
E preciso voltar ao boxe
coisa simples
Contempla triste o homem
Preso em vil torpor
Como podes querer ser águia
Estático no galho, nem canário
Nem pombo,
Condor.
Preso em vil torpor
Como podes querer ser águia
Estático no galho, nem canário
Nem pombo,
Condor.
Preferem ser máquinas
Esse é meu boneco de palito.
Entendeu?
FAZ OUTRA COISA.
PARA COM ESSE VÍCIO. Desenha caras, flores, prédios, animais, pessoas, desenha do seu jeito, como você acha que é.
``Eu só sei desenhar boneco de palito``
Você já tentou?
PARA DE TER MEDO
Já tentou pegar em um lápis da faber castel e simplesmente rabiscar qualquer coisa e ver como é bom?
Já tentou copiar seu personagem de desenho favorito?
Já tentou pintar uma tela toda de azul?
AIN MAS EU NÃO SEI PINTAR
NÃO IMPORTA
Você pode aprender
E aprender demanda prática
Eu desenho desde os três anos
A única diferença
É que eu continuei
Eu nunca disse: ``ain, eu desenho mal``
Enquanto pessoas ficavam dizendo:
``Ah, ela vai desenhar bem``, ``ah, mas isso não dá dinheiro``
Eu continuava desenhando
É não perder o foco
Você pode ir além do boneco de palito
PARA DE PENSAR NO QUE OS OUTROS VÃO PENSAR
OU SE A TUA ARTE VAI DAR DINHEIRO
Se for do seu coracao
Não tem quem precise gostar mais
Do que você mesmo
Para de ficar com medo de gastar material
Material vem e vai, é a vida
Gasta mesmo, transborda
Se expressa, deixa a arte entrar na sua vida
Escreve, canta, desenha, pinta, dança, lê
Não seja só essa casca
Essa máquina
Se você puder
Se você quiser
Se você tiver coragem
Você pode ser humano
------------------------------------------------------
Entendeu?
FAZ OUTRA COISA.
PARA COM ESSE VÍCIO. Desenha caras, flores, prédios, animais, pessoas, desenha do seu jeito, como você acha que é.
``Eu só sei desenhar boneco de palito``
Você já tentou?
PARA DE TER MEDO
Já tentou pegar em um lápis da faber castel e simplesmente rabiscar qualquer coisa e ver como é bom?
Já tentou copiar seu personagem de desenho favorito?
Já tentou pintar uma tela toda de azul?
AIN MAS EU NÃO SEI PINTAR
NÃO IMPORTA
Você pode aprender
E aprender demanda prática
Eu desenho desde os três anos
A única diferença
É que eu continuei
Eu nunca disse: ``ain, eu desenho mal``
Enquanto pessoas ficavam dizendo:
``Ah, ela vai desenhar bem``, ``ah, mas isso não dá dinheiro``
Eu continuava desenhando
É não perder o foco
Você pode ir além do boneco de palito
PARA DE PENSAR NO QUE OS OUTROS VÃO PENSAR
OU SE A TUA ARTE VAI DAR DINHEIRO
Se for do seu coracao
Não tem quem precise gostar mais
Do que você mesmo
Para de ficar com medo de gastar material
Material vem e vai, é a vida
Gasta mesmo, transborda
Se expressa, deixa a arte entrar na sua vida
Escreve, canta, desenha, pinta, dança, lê
Não seja só essa casca
Essa máquina
Se você puder
Se você quiser
Se você tiver coragem
Você pode ser humano
------------------------------------------------------
Mal-feitor
Mal-feitor
Meus avós tem medo de bandido
Os que espreitam, madrugada nua
É, ele está na Europa, escondido
Povo acuado mal sai na rua
Pega do teu bolso minguado
Some com teu imposto
Te bota contra a parede, pressionado
Bate no teu rosto
Quem vos escreve tem pele branca
E nunca sofreu agressão policial
Linha de pensamento franca
A disparidade é surreal
Cessa essa tortura, ditadura
Ce tá espancando teu povo, teu irmão, policial
Dizer que o pobre é bandido
E esconder o celular
Parece um destino escolhido
Óh, como é bom roubar
Falando em injustiça
Quer fazer uma base espacial
Poe uma cara postiça
E o discurso igual
Aparece brando na tela
Na igreja, acende vela
Quanto falta para deixar de faltar?
Quando falta escoar enchente
Quando falta remédio no hospital
Quando falta educar gente
Num país desigual
Te digo, e te digo de maneira informal
Ser humano precisa pensar
De tuas origens, tenha ciência
Qual bandido tu quer derrubar?
A causa ou a consequência?
Aperta tua gravata, fala bonito, tenha clemencia
Desvia aqui, empresta ali
SOS, estado de emergência
Meus avós tem medo de bandido
Os que espreitam, madrugada nua
É, ele está na Europa, escondido
Povo acuado mal sai na rua
Pega do teu bolso minguado
Some com teu imposto
Te bota contra a parede, pressionado
Bate no teu rosto
Quem vos escreve tem pele branca
E nunca sofreu agressão policial
Linha de pensamento franca
A disparidade é surreal
Cessa essa tortura, ditadura
Ce tá espancando teu povo, teu irmão, policial
Dizer que o pobre é bandido
E esconder o celular
Parece um destino escolhido
Óh, como é bom roubar
Falando em injustiça
Quer fazer uma base espacial
Poe uma cara postiça
E o discurso igual
Aparece brando na tela
Na igreja, acende vela
Quanto falta para deixar de faltar?
Quando falta escoar enchente
Quando falta remédio no hospital
Quando falta educar gente
Num país desigual
Te digo, e te digo de maneira informal
Ser humano precisa pensar
De tuas origens, tenha ciência
Qual bandido tu quer derrubar?
A causa ou a consequência?
Aperta tua gravata, fala bonito, tenha clemencia
Desvia aqui, empresta ali
SOS, estado de emergência
Texto de ontem
[CRÍTICA]
MetroChoro
Ó, empresa privada maravilhosa, grande agencia que barra vendedores ambulantes e artistas, foi nos maiores perrengues de minhas odisseias pelo Rio de Janeiro que você... me deixou totalmente na mão. E olha que moro na Zona Sul, ás vezes simplesmente posso ir andando para casa, alguns quilômetros fazem bem ás pernas. Mas... tenho inúmeros, incontáveis amigos e colegas que simplesmente ficam desprovidos de transporte, ou seja, ou ficam a noite inteira fora, ou voltam cedo. Fecha meia noite, abre ás seis. Rio de janeiro não existe de madrugada, não há vida noturna, deve ser o que o pessoal desse incrível monopólio pensa. No carnaval? Estacoes fechadas, ahhh, a baderna, pessoas espalhafatosas, Carioca fechada, Glória Fechada, Cinelândia fechada, parabéns, MetroRio, olhe como vocês são elitistas e contentes! Barrando qualquer músico que surge com seu violão, fico pasma quando vejo pessoas precisando ESCONDER instrumentos. Esconder, fingir que não está lá. Não adianta, MetroRio, a linha se estende até a Pavuna, tem rico, tem classe média, tem pobre, aprende a lidar com a democracia, aceita a diversidade. ``Não colabore com o comércio ilegal``, E as suas propagandas chatas e tendenciosas, a gente engole calado , né? Sobre os ambulantes, que oportunidade você acha que essas pessoas poderiam agarrar? Sendo de ``periferia``( sendo que aqui é tudo misturado, risos), negro, com português que não é refinado e obedece á tao aclamada norma culta? O famoso ``Eu poderia estar matando, roubando, mas em vez disso estou aqui, pedindo o centavo do trabalhador```. PORRETE NELE, né, guardas. Esses mesmos guardas que ficam na estação, simplesmente tentando manter uma ordem, mas aqui está a questão: o que é desordem para eles? Música alta, pessoas cantando, pessoas tentando trabalhar? Bom, parabéns, estão conseguindo, muitas vezes só se ouve o silencio. Mas há os rebeldes ainda e eu acredito neles. Pagamos 4,30 para o silencio, para o ar condicionado e mais silencio. Banheiro? Não tem, nossos funcionários fazem na rua. Menos na general osório e na pavuna, mas é só abrir a porta que diz ``restrito``. Parabéns, MetroRio, seu melhor segredo é um banheiro, já diz muita coisa. Não culpo funcionários, estes que apenas cumprem ordens, muito menos os policiais. Sugeriria um boicote, mas, olhe que coincidência, vocês são monopólio, é isso ou os ônibus quebrados ( mas alguns com ar condicionado agora, EBA) daquela OUTRA MARAVILHOSA EMPRESA QUE É A RIO ÔNIBUS, detentora do Rio card com ultra biometria digital power para não haver fraudes, olhe como somos HONESTOS! Mobilidade urbana, a gente se liga em você!
Enfim, você merece o Tocantins inteiro, MetroRio.
MetroChoro
Ó, empresa privada maravilhosa, grande agencia que barra vendedores ambulantes e artistas, foi nos maiores perrengues de minhas odisseias pelo Rio de Janeiro que você... me deixou totalmente na mão. E olha que moro na Zona Sul, ás vezes simplesmente posso ir andando para casa, alguns quilômetros fazem bem ás pernas. Mas... tenho inúmeros, incontáveis amigos e colegas que simplesmente ficam desprovidos de transporte, ou seja, ou ficam a noite inteira fora, ou voltam cedo. Fecha meia noite, abre ás seis. Rio de janeiro não existe de madrugada, não há vida noturna, deve ser o que o pessoal desse incrível monopólio pensa. No carnaval? Estacoes fechadas, ahhh, a baderna, pessoas espalhafatosas, Carioca fechada, Glória Fechada, Cinelândia fechada, parabéns, MetroRio, olhe como vocês são elitistas e contentes! Barrando qualquer músico que surge com seu violão, fico pasma quando vejo pessoas precisando ESCONDER instrumentos. Esconder, fingir que não está lá. Não adianta, MetroRio, a linha se estende até a Pavuna, tem rico, tem classe média, tem pobre, aprende a lidar com a democracia, aceita a diversidade. ``Não colabore com o comércio ilegal``, E as suas propagandas chatas e tendenciosas, a gente engole calado , né? Sobre os ambulantes, que oportunidade você acha que essas pessoas poderiam agarrar? Sendo de ``periferia``( sendo que aqui é tudo misturado, risos), negro, com português que não é refinado e obedece á tao aclamada norma culta? O famoso ``Eu poderia estar matando, roubando, mas em vez disso estou aqui, pedindo o centavo do trabalhador```. PORRETE NELE, né, guardas. Esses mesmos guardas que ficam na estação, simplesmente tentando manter uma ordem, mas aqui está a questão: o que é desordem para eles? Música alta, pessoas cantando, pessoas tentando trabalhar? Bom, parabéns, estão conseguindo, muitas vezes só se ouve o silencio. Mas há os rebeldes ainda e eu acredito neles. Pagamos 4,30 para o silencio, para o ar condicionado e mais silencio. Banheiro? Não tem, nossos funcionários fazem na rua. Menos na general osório e na pavuna, mas é só abrir a porta que diz ``restrito``. Parabéns, MetroRio, seu melhor segredo é um banheiro, já diz muita coisa. Não culpo funcionários, estes que apenas cumprem ordens, muito menos os policiais. Sugeriria um boicote, mas, olhe que coincidência, vocês são monopólio, é isso ou os ônibus quebrados ( mas alguns com ar condicionado agora, EBA) daquela OUTRA MARAVILHOSA EMPRESA QUE É A RIO ÔNIBUS, detentora do Rio card com ultra biometria digital power para não haver fraudes, olhe como somos HONESTOS! Mobilidade urbana, a gente se liga em você!
Enfim, você merece o Tocantins inteiro, MetroRio.
Nao vou me embriagar
Não vou
Me deixar ganhar
Pegar uma garrafa
e ir fundo, entornar
Vou escrever
Que é o melhor que posso fazer
Não adianta
Querer erguer sobre mim
Grossa manta
Não adianta
Sair pedindo abrigo
Qualquer amigo
Vou ao mercado
Comprar coisas bonitinhas
Mas meu cartão está tremendo
Para eu comprar uma garrafa de vodca
Ou de vinho
Estou fraca hoje
Parece que toda a segurança deu uma brecha hoje
Que eu fique vulnerável
Queria poder estar sempre vulnerável
Sempre, livre
Sem máscara
Mas tenho essas roupas que me apertam
E esses sorrisos que eu finjo forjar
Isso me cansa infinitamente
E é por isso que eu saio durante a noite
Para não ficar doente
Desregulei meu horário de sono
Preciso voltar ao boxe, preciso voltar amanha
Independentemente do quanto eu fique na rua hoje
Preciso ajeitar as paradas
A vida não vai parar por mim
Que eu fique por aqui, e ajeite minhas coisas
Minha vida
Ah... que dia ruim. Mas ontem foi um dia bom.
Eles são necessários.
Para... sabermos apreciar os dias bons.
Se apenas houvesse dias bons, os transformaríamos em dias normais
Me deixar ganhar
Pegar uma garrafa
e ir fundo, entornar
Vou escrever
Que é o melhor que posso fazer
Não adianta
Querer erguer sobre mim
Grossa manta
Não adianta
Sair pedindo abrigo
Qualquer amigo
Vou ao mercado
Comprar coisas bonitinhas
Mas meu cartão está tremendo
Para eu comprar uma garrafa de vodca
Ou de vinho
Estou fraca hoje
Parece que toda a segurança deu uma brecha hoje
Que eu fique vulnerável
Queria poder estar sempre vulnerável
Sempre, livre
Sem máscara
Mas tenho essas roupas que me apertam
E esses sorrisos que eu finjo forjar
Isso me cansa infinitamente
E é por isso que eu saio durante a noite
Para não ficar doente
Desregulei meu horário de sono
Preciso voltar ao boxe, preciso voltar amanha
Independentemente do quanto eu fique na rua hoje
Preciso ajeitar as paradas
A vida não vai parar por mim
Que eu fique por aqui, e ajeite minhas coisas
Minha vida
Ah... que dia ruim. Mas ontem foi um dia bom.
Eles são necessários.
Para... sabermos apreciar os dias bons.
Se apenas houvesse dias bons, os transformaríamos em dias normais
Dia 202
Acordei mal. Acordei extremamente mal, solitário. Escuto vozes na minha cabeça, e estou melancólico. Tento dançar, sacudir meu corpo, mas ele é fraco. Gostaria de pegar as frutinhas para pintar tábuas, mas a comida aqui está escassa. Penso em meus parentes, em meu pai, fechado em seu semblante preocupado, em minha mãe, paranoica com meu comportamento... onde estariam eles agora? Em que mundo estariam eles? Pois eu sei que estou longe, longe em corpo e espírito. Estou com raiva, com raiva pela minha solidão, pela falta de interação. Se alguém aparecesse, se alguém lesse, se alguém mostrasse que sentisse. Apenas eu, nessa ilha, e meus fantasmas. Estou prestes a ressuscitar meus amigos imaginários, e assim eles poderiam falar comigo. Subo até um penhasco, no qual consigo ver toda a extensão da floresta e, mais a frente, a praia. Grito, e grito a plenos pulmões, grito até minha voz queimar minhas cordas vocais. Amigos, se existe angústia, estou vivendo-a agora. Impotência. Frustração. Sim, estou em paz, mas sinto falta dos sentimentos. Sinto falta de um beijo afetuoso, de uma carícia nas sombras, de um olhar apaixonado. Até mesmo dos sentimentos mais grosseiros, também sinto falta. Risadas saíram do meu semblante desde que estive aqui, animais não riem, salvo as hienas. O ser humano sem arte é um corpo vazio, que apenas existe, come coisas, defeca elas, e assim vai, até morrer. Saudades de meu estúdio e meus colegas artistas, por mais que eles não sintam minha falta. Na verdade, era um problema meu: exaltar muito certas pessoas, sem receber nada em troca. Por muito tempo, quis ser um Messias, quis ajudar o máximo a gente de bem, mas o problema é: pouca gente quis me ajudar, de verdade. Tive épocas sombrias de minha breve vida, companheiros. Era só me fechar um pouco em meu quarto, e parecia que todas as almas vivas evaporavam. Quando eu achava que podia contar com algum amigo fiel, esse me deixava a deriva, com as moscas e urubus. Olhe que triste estou hoje. Vejo o tempo acinzentado, tenho vontade de cavar um buraco e deixar minha cabeça lá, como um avestruz. Me esconder de mim. Infelizmente, nessa ilha, sou só eu, preciso encarar meus problemas e, de certa maneira, na medida do possível, tentar consertá-los. Estou arquitetando planos de escrever histórias, prosas, poesias, quem sabe lembro-me como que é sentir novamente. Vou para o rio, vejo meu reflexo na água, tenho vontade de chorar. Por que? Pela miséria da vida, pelo sofrimento humano, inerente a existência. Maldito orgulho, gula e ambição, que faz com que queiramos cada vez mais, nunca é suficiente, só apreciamos as coisas quando se vão. Queria um companheiro mamífero aqui, algo como um gato, poderia ser um cachorro também. Suspiros, suspiros que só fazem o ar viciado sair do meu peito, e cá estou eu, em busca da paz interior. Ao ver que a maioria dos problemas que tenho agora são de minha cabeça. Preciso me abdicar desses prazeres mundanos para poder pensar com clareza e não enlouquecer. Queria ter uma tesoura e assim, cortar meu cabelo, como um monge. Mas aqui o sol é terrível e brutal, ficaria com a careca desprotegida, melhor continuar com a juba. Só sei meu idioma ainda pois escrevo todos os dias, do contrário, estaria apenas grunhindo. Eu falo coisas, mas mal reconheço minha voz. Eu falava coisas, como : -Bom dia! , -Está tudo bem contigo, cara? Quer ajuda? E quando digo isso em voz alta, ela ecoa pelo horizonte a minha frente, e além disso escuto o farfalhar das asas dos pássaros, que mal me temem mais. Estamos todos acostumados. Estou com fome, e com um péssimo pressentimento que não conseguirei pegar peixes hoje. É horrível como o ser humano se auto sabota. Se todos nós crescêssemos incentivados, familiarizados com os problemas e REALMENTE saudáveis, teríamos super humanos, humanos imbatíveis que saberiam lidar com qualquer coisa. Mas não, somos viciados em comportamentos destrutivos, e... sei lá, estou delirando. Sol na minha cabeça, vou mergulhar no rio, que, com suas águas geladas, consegue recompor um pouco de meu semblante, meu temperamento... Espero que eu consiga capturar algum peixe, e estava procurando temperos pela floresta, tentando relembrar os que minha mãe botava na comida, mas o pessimismo é grande, as memórias, parcas e nebulosas, está difícil de lidar com a vida e com a minha cabeça. Queria entretenimento, amigos. Taí a dica de hoje: Se permitam entreter. Esquecer tudo e todos e mandar o mundo aos infernos e simplesmente se deixar entreter. A vida pode ser levada menos a sério que muita gente leva, somos animais, e animais burros e orgulhosos. Coitados.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
DIA 201
Bom dia, meus velhos amigos invisíveis. Mesma paisagem, acho que está na hora de eu me deslocar para outro canto dessa ilha, mas construir outro abrigo será um esforço... Bom, aprecio a ideia de ter tarefas. Se eu conseguir montar uma machadinha ou algo do tipo, já posso começar a entalhar, cortar um pouco da madeira, mas não muito, aproveitar com moderação o que a natureza dá de tao bom grado . Um canto com mais ar fresco, esse que estou agora é no meio das matas, fica úmido e quente, suo o dia inteiro. Estou reclamando da praia, mas se estivesse na montanha, estaria reclamando da mesma, dá-lhe homem, sempre insatisfeito, guloso. Acordei com fome e com saudade. Peguei as frutas, as tais amorinhas, as juntei em minha mão, vou levar para comer com os macacos. Só preciso achá-los. Nessa mata úmida e fechada, onde mal se vê o céu, volta e meia consigo ver as caudas deles aparecendo e desaparecendo, se pendurando em galhos, arremessando-se de árvore em árvore... Poxa. Queria ter essa habilidade, e ser super humano. Bom, ficarei aqui até, provavelmente, o fim de meus dias, acho que não custa nada... deixo as amoras no chão, e tento me firmar na árvore. Sua casca está escorregadia de tanto orvalho, tento me apoiar e o pé desliza para baixo. Talvez seja melhor procurar uma árvore mais seca para subir em, e depois me aventurar com os macacos. Sento, encostado nessa mesma árvore, ela pode não servir para eu subir, mas ainda dá conforto sob suas folhas grandes. Há algo estranho, me sinto meio.... coçando? Desgraça, sentei em um formigueiro. Sabe, quando criança eu achava que a solução para isso era destruir tudo. Acabar com formigueiros, cupinzeiros, colmeias. Eu os quebrava com pedaços de pau, e pensava: Agora eles nunca mais vão me aporrinhar. Pelo contrário, aí que incitava o ódio nos pequenos seres, e eles vinham atrás de mim, tenho uma pequena cicatriz atrás da orelha, antiga ferroada de vespas. Tao pequenas, mas tao injuriosas a nós, os grandes deuses de tudo. Hoje, sei que é apenas respeitar o espaço deles. Não faze-los sentirem-se ameaçados, conviver tranquilamente. Estou com sede, e acossando, lá vou eu para o maravilhoso rio, que mal nome tem. Já está na hora de arranjar o nome para o rio.... Rio Victória. Victória é a mulher que mais amei em vida civilizatória. Algum dia, quando tiver superado a dor no peito e o aperto de nunca mais poder senti-la, escrevo sobre. Por enquanto, o que mais me concerne é a água que preciso botar para ferver. Grandes maravilhas, o animal homem precisa tirar as bactérias pois seu estomago é fraco e simples, vejam só. Enquanto alguns mamíferos comem carne crua, com sangue e dentes afiados, e comem grama, folhas, frutas, sem pestanejar com gostos. E o melhor? Não comem coisas viciantes, como chocolate, gorduras... Creio que os animais possam ter virtudes, enquanto são desprovidos de vícios, tudo é instinto e busca pela sobrevivência. Entre os homens, eh... Essa competitividade capitalista me dava nos nervos, nossa , como é bom estar livre, sem ter um celular vibrando ao meu lado, como eu prefiro infinitamente a falta de informações comparando-se ao turbilhão de mensagens todo dia, é sempre alguém querendo alguma coisa, e vozes, muitas vozes repletas de agonia que me cercavam dia após dia. Hoje, apenas tenho o silencio. E os macacos.
Bebo a água, tomo meu banho de rio diário, rio, e rio muito, de felicidade pelas coisas simples, de como estar aqui me faz bem, me deixa melancólico e extremamente solitário, mas me faz bem.
Vou caminhando, rumo a algum lugar onde os macacos estejam. Procuro, começa a chover. Quer saber? Deixe os macacos lá. Vou ficar em meu abrigo, vendo a chuva cair.
É maravilhoso. Do meu abrigo, o qual cabe eu e apenas eu, um ser humano, consigo enxergar a praia, e as nuvens escuras, com vários tons de cinza, se aproximando. Vejo o mar se revirando, ele , tentando atingir a mesma cor que o céu. Mas meus amigos invisíveis, a noite desprovida de nuvens e chuva é a coisa mais linda que chegariam a contemplar como sociedade. É como olhando para uma cidade noturna, para paris, talvez, mas sem o rio poluído no meio, é somente brilho, somente um monte de purpurina jogado sobre um fundo preto que se mescla de tons incríveis de azul. Tenho pintado algumas coisas aqui, sabem... Com pedras, lasco madeira de árvores, e acabo pintando-as com o suco das frutas. Me orgulho deles, gostaria até de pendurar, mas não há paredes, não há pregos, não há nem quadros. E os cheiros... Nunca usei tanto o olfato quanto aqui. Sinto o cheiro da chuva três horas antes de ela chegar, sinto o odor dos macacos, e ao mesmo tempo de frutinhas, sinto a tensão no ar. Queria ter galinhas aqui, e então teria ovos e poderia fazer algum tipo de omelete, ou o mais próximo que eu conseguiria disso. Nós não valorizamos o que temos. O conselho de hoje é... Aprenda a amar o sol, ele é ouro e esquenta nossos corações . Mas ame também a chuva, a chuva é a prata, é o brilho sutil, é o presente e a coragem.
Bebo a água, tomo meu banho de rio diário, rio, e rio muito, de felicidade pelas coisas simples, de como estar aqui me faz bem, me deixa melancólico e extremamente solitário, mas me faz bem.
Vou caminhando, rumo a algum lugar onde os macacos estejam. Procuro, começa a chover. Quer saber? Deixe os macacos lá. Vou ficar em meu abrigo, vendo a chuva cair.
É maravilhoso. Do meu abrigo, o qual cabe eu e apenas eu, um ser humano, consigo enxergar a praia, e as nuvens escuras, com vários tons de cinza, se aproximando. Vejo o mar se revirando, ele , tentando atingir a mesma cor que o céu. Mas meus amigos invisíveis, a noite desprovida de nuvens e chuva é a coisa mais linda que chegariam a contemplar como sociedade. É como olhando para uma cidade noturna, para paris, talvez, mas sem o rio poluído no meio, é somente brilho, somente um monte de purpurina jogado sobre um fundo preto que se mescla de tons incríveis de azul. Tenho pintado algumas coisas aqui, sabem... Com pedras, lasco madeira de árvores, e acabo pintando-as com o suco das frutas. Me orgulho deles, gostaria até de pendurar, mas não há paredes, não há pregos, não há nem quadros. E os cheiros... Nunca usei tanto o olfato quanto aqui. Sinto o cheiro da chuva três horas antes de ela chegar, sinto o odor dos macacos, e ao mesmo tempo de frutinhas, sinto a tensão no ar. Queria ter galinhas aqui, e então teria ovos e poderia fazer algum tipo de omelete, ou o mais próximo que eu conseguiria disso. Nós não valorizamos o que temos. O conselho de hoje é... Aprenda a amar o sol, ele é ouro e esquenta nossos corações . Mas ame também a chuva, a chuva é a prata, é o brilho sutil, é o presente e a coragem.
BELAS ARTES
Esse é o poema
E prosa hei de recitar
Parece que dos abricós, resta o pomar
Mesmo com a chuva, não tema
Saudades da jade, de paisagismo
Que eu tive o prazer de desenhar
Dormindo, a desfrutar
O ar do pamplonao, vivo organismo
Saudades de minhas colegas de interiores
Comentando aulas de danusinha
A turma fazendo GD, tadinha
No Sketch-up botaram flores
Dos professores, hei de contar pouco
Há um mais rígido,
Outro mais louco
E outro chato
Quem conhece sabe
Há o legal, que elogia e estimula
E o que fala: Copia, é pro seu bem
De ferro, ninguém
Mas as pessoas de lá me deixam em paz
Como ninguém
Seja Natália, Esther, Carol, Bia
Rabiscando setas e caveiras
Fazendo poses e caretas
Não rimei nada agora,tá, isso é arte
Da escultura? Jéssica, Guilherme, Tuti
Esse último, penteando meu cabelo liso e caído
E o Gabriel com suas flores e flautas
Fico feliz por não termos te perdido
No meio da mata, quando fomos explorar
Essa faculdade tem muito o que proporcionar
Tudo correu bem, não morreu ninguém
Só fomos picados por mosquitos
Um beijo pra galera de pintura
Pretendo me mover um centímetro
E me juntar nessa aventura
E lá estarei eu, simples criatura
E cá estou eu, e sinto saudades, doce dor
Dos momentos divertidos, de ir ao museu
E a maior obra de arte que eu achei, senso meu
Foi um extintor
Fernanda, uma das primeiras pessoas que fiz contato
Que mesmo sem conhecer, já tive tanto tato
Fernanda, onde estamos indo?
Eu não sei, estava te seguindo
Tassiane, melhor piadista
Te adoro pelo que você é
Que artista!
Saudades de voltar contigo pelos meios mais toscos e simples para economizar moedas
Do pessoal da minha turma tenho muito a dizer
Pena até de introduzir esse enorme contexto
Para você, fulano do outro lado da tela ler
É um grande texto
Crislaine, com sua sensibilidade
E por onde eu me metesse
Sempre distinguia seu falar doce
Mentira, porque ela falava baixo
Enquanto eu era tormenta e ambição
Ela era calma, pacífica
Linda, causa comoção
De enxergar, sentir, alma rica
Lucas, com o olhar curvado
Sempre ligeiramente atordoado
Mas com o inquietante prestes a voar
E tua arte a se libertar
Da cabeça que tanto pensa
E da boca que pouco fala
Mas ele sabe que compensa
E é um bom amigo dessa que lhes escreve, essa mala
Victor, com os cabelos negros e olhos brilhantes
Parecem em ébano, diamantes
E exalam tanta paixao
Encanta de idosos a infantes
(menos quando fala rude com a danusinha)
Calú, sentiremos sua falta
Do seu semblante, da sua calma
E sempre irei me lembrar
De quando havia um galo ali
Lembra?
Wallace, com dois metros de timidez
É um homem de paciência
Que achava que tinha pelos números
O que a arte substituiu, e assim fez
Bruno e Cecília, o metaleiro e a gótica
Estar com vocês sempre é uma experiencia mágica
Olha como virei cliche
Mas com vocês, sei que posso contar
Como todos os outros, que eram de exatas
Amo a ciência, e meus colegas da química
Mas sou apenas artes, cabeça corpo e patas
Ainda saio com os químigos, fazemos mímica
(é sério, pergunta pra Hylana)
Erikson, lembra quando você leu minha mão?
E eu tinha esquecido
Que em meio a choppada
A sua eu também tinha lido
E o cebola, que enquanto eu era pranto
Não me olhou com espanto
Mas me cobriu com invisível manto
E disse que tudo ficaria bem.
O Caio, a Bruna, o outro caio e o carteado
Sempre no bar a conversar
Falando dos professores
E de como tem que ler e pesquisar
Iris, marcelo, ricardo, luis
A das formas digitais
O viking e tudo mais
O rebelde que muito faz
E o rei do RPG
Isaac, com seus figurinos a brilhar
Não dá para olhar em seu semblante
E não ser contagiado, hipnotizante
Tamanha alegria ao trabalhar
O Pablo não posso deixar de citar
Por ter sido o único, e primeiro
A me desenhar
Obrigada pela recepção
Desculpe-me, outros cursos
Mas a belas artes tem uma linda comissao
De trote, que é com educação
E em meio a tudo que me afligia
Meus conflitos internos eu apenas via
A galera de desenho industrial
Quebrar a cabeça na melancia
E prosa hei de recitar
Parece que dos abricós, resta o pomar
Mesmo com a chuva, não tema
Saudades da jade, de paisagismo
Que eu tive o prazer de desenhar
Dormindo, a desfrutar
O ar do pamplonao, vivo organismo
Saudades de minhas colegas de interiores
Comentando aulas de danusinha
A turma fazendo GD, tadinha
No Sketch-up botaram flores
Dos professores, hei de contar pouco
Há um mais rígido,
Outro mais louco
E outro chato
Quem conhece sabe
Há o legal, que elogia e estimula
E o que fala: Copia, é pro seu bem
De ferro, ninguém
Mas as pessoas de lá me deixam em paz
Como ninguém
Seja Natália, Esther, Carol, Bia
Rabiscando setas e caveiras
Fazendo poses e caretas
Não rimei nada agora,tá, isso é arte
Da escultura? Jéssica, Guilherme, Tuti
Esse último, penteando meu cabelo liso e caído
E o Gabriel com suas flores e flautas
Fico feliz por não termos te perdido
No meio da mata, quando fomos explorar
Essa faculdade tem muito o que proporcionar
Tudo correu bem, não morreu ninguém
Só fomos picados por mosquitos
Um beijo pra galera de pintura
Pretendo me mover um centímetro
E me juntar nessa aventura
E lá estarei eu, simples criatura
E cá estou eu, e sinto saudades, doce dor
Dos momentos divertidos, de ir ao museu
E a maior obra de arte que eu achei, senso meu
Foi um extintor
Fernanda, uma das primeiras pessoas que fiz contato
Que mesmo sem conhecer, já tive tanto tato
Fernanda, onde estamos indo?
Eu não sei, estava te seguindo
Tassiane, melhor piadista
Te adoro pelo que você é
Que artista!
Saudades de voltar contigo pelos meios mais toscos e simples para economizar moedas
Do pessoal da minha turma tenho muito a dizer
Pena até de introduzir esse enorme contexto
Para você, fulano do outro lado da tela ler
É um grande texto
Crislaine, com sua sensibilidade
E por onde eu me metesse
Sempre distinguia seu falar doce
Mentira, porque ela falava baixo
Enquanto eu era tormenta e ambição
Ela era calma, pacífica
Linda, causa comoção
De enxergar, sentir, alma rica
Lucas, com o olhar curvado
Sempre ligeiramente atordoado
Mas com o inquietante prestes a voar
E tua arte a se libertar
Da cabeça que tanto pensa
E da boca que pouco fala
Mas ele sabe que compensa
E é um bom amigo dessa que lhes escreve, essa mala
Victor, com os cabelos negros e olhos brilhantes
Parecem em ébano, diamantes
E exalam tanta paixao
Encanta de idosos a infantes
(menos quando fala rude com a danusinha)
Calú, sentiremos sua falta
Do seu semblante, da sua calma
E sempre irei me lembrar
De quando havia um galo ali
Lembra?
Wallace, com dois metros de timidez
É um homem de paciência
Que achava que tinha pelos números
O que a arte substituiu, e assim fez
Bruno e Cecília, o metaleiro e a gótica
Estar com vocês sempre é uma experiencia mágica
Olha como virei cliche
Mas com vocês, sei que posso contar
Como todos os outros, que eram de exatas
Amo a ciência, e meus colegas da química
Mas sou apenas artes, cabeça corpo e patas
Ainda saio com os químigos, fazemos mímica
(é sério, pergunta pra Hylana)
Erikson, lembra quando você leu minha mão?
E eu tinha esquecido
Que em meio a choppada
A sua eu também tinha lido
E o cebola, que enquanto eu era pranto
Não me olhou com espanto
Mas me cobriu com invisível manto
E disse que tudo ficaria bem.
O Caio, a Bruna, o outro caio e o carteado
Sempre no bar a conversar
Falando dos professores
E de como tem que ler e pesquisar
Iris, marcelo, ricardo, luis
A das formas digitais
O viking e tudo mais
O rebelde que muito faz
E o rei do RPG
Isaac, com seus figurinos a brilhar
Não dá para olhar em seu semblante
E não ser contagiado, hipnotizante
Tamanha alegria ao trabalhar
O Pablo não posso deixar de citar
Por ter sido o único, e primeiro
A me desenhar
Obrigada pela recepção
Desculpe-me, outros cursos
Mas a belas artes tem uma linda comissao
De trote, que é com educação
E em meio a tudo que me afligia
Meus conflitos internos eu apenas via
A galera de desenho industrial
Quebrar a cabeça na melancia
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
Dia 200
Não sei como estou sobrevivendo. O instinto foi aflorado dentro de mim, e cá estou. Minha barba já está na altura do peito. Estou uns trinta quilos mais magro, benditos peixinhos que fogem meu alcance, escapolem pelas minhas mãos e me deixam de alma e estomago vazio. É. Faz mais de meio ano que estou aqui, nessa ilha no meio do pacífico... já gritei por ajuda, dancei, tentei mandar garrafas por aí, quase enlouqueci pois aqui não tem álcool... tenho que dizer, fico muito solitário. Meu caderno é a única coisa que ainda tenho comigo. Impressionante como tudo pode ser artificial, todas as suas relações podem ir embora com um único acidente. Meu mundo virou, literalmente, de cabeça para baixo. Se antes eu era artista, hoje sou um náufrago, mas feliz. Me sinto bem aqui. Claro, os mosquitos atacam minha pele se eu não me proteger com barro, e eu ainda não fiz amizade com os pássaros. Queria poder imitar o canto deles. Eu durmo em uma barraca mal feita, alguns galhos finos juntos, umas folhas de palmeira que eu lutei para arrancar, eita negócio difícil de tirar. Sinto saudades da música. Sinto saudades do soar de um tambor, dos acordes de um violão. Mas, ao mesmo tempo, não sinto saudades do barulho caótico do engarrafamento nosso de cada dia. Não sinto saudades das reclamações de minha família, ou das perturbações que giram em torno do ``preciso ter dinheiro``. Aqui, sou eu por mim e apenas isso. Uma aranha peçonhenta pode muito bem me picar durante a noite, e terei morrido, mas morrido bem, pleno. Há um rio aqui, sento em seu leito por horas e me ponho a meditar. Todas as pessoas que sempre disseram: Adoro seu trabalho, adoro sua pessoa! Fico feliz por ter pontuados poucos momentos na cabeça dessas pessoas. Já vivi muito do caos, agora vivo a calma. Levanto do meu pequeno abrigo, e penso: Privacidade. Que palavra maravilhosa. Sou eu, como animal, sem precisar de tangas ou todos aqueles artefatos que as pessoas gostam de romantizar. Sem vergonhas, pudores, nada, somente meu corpo nu, minha cara de mendigo e todo meu cérebro cheio de memórias, que, hoje parecem tao irreais. Sou eu, criatura branca e sem tantos pelos quanto os micos e macacos daqui. Eles sabem que aqui é território deles, eu sou um intruso, mas... Estou me adaptando. Creio que nos próximos dias vou levar umas frutas a uma toca deles, quem sabe posso ter amigos. Se bem que há alguns passarinhos, que, de vez em quando, vem me visitar, eles cantam, eu partilho minhas amorinhas, como eu as chamo (não morri ainda, então elas não são venenosas) e assim convivemos em harmonia, eles são vermelhos e verdes, com olhos dourados, lindos. Ah... tudo que eu mais queria agora, amigos. Pessoas que lessem minhas frases e simplesmente concordassem, ou discordassem, questionassem, me olhassem nos olhos e compreenderiam mais que apenas as palavras, mas todo o meu ser. Em vez disso, tenho parentes da minha raça, vamos aproveitar. Ansiedade? Nunca mais senti. Na selva, você espera os momentos certos como uma cobra, sem se mexer, sem gastar energia a toa. Não, aqui a energia é preciosa. Sinto saudades de minha mãe, mesmo que ela me sufoque bastante em vários aspectos, ela me ama incondicionalmente, e alguns amigos também o fazem. Espero que estejam bem sem mim, se divertindo á vera. Eu aqui, encarando o sol forte na cara e penso: -O que eu sei da vida?
Parece que o sol me responde:
-Nada, e menos que isso.
Bom. Encorajador. Dou um mergulho no mar salgado e frio, geladíssimo. O infinito pacífico, em que há as grandes Fossas Marianas. Já viu o tamanho daquilo? Eu nunca vi pessoalmente, pois deve ser uma escuridão sem fim... Mas as imagens são absurdas. E a biodiversidade que deve ter lá? Peixes iluminados por luz própria, junto com polvos e criaturas que nós nunca batemos o olho. Pobre ser humano, achando que já sabe tudo, há tantas espécies não documentadas, tanto conteúdo não averiguado... Adoro a sensação de molhar os cabelos, sentir cada fio sendo percorrido pela energia da água. E estou com fome, é difícil estar sempre com fome, meu estomago está do tamanho de uma ervilha, creio eu.
Mesmo assim, esse lugar me encanta cada dia mais. É acordar com os pássaros cantando e o mar com sua música tao característica. Olhe para mim, eu morava de frente para o mar, mas mal saía para aproveitar de seus recursos. Não sei o que é escovar os dentes mais. Não há nada em minha sábia ignorância que remeteria a flúor, então apenas jogo uma água do mar, lavou tá novo.
Sinto falta de uma mulher, ou um homem. Alguém. Sinto falta do toque, de beijos, sexo, de sensações boas que o corpo humano é capaz de proporcionar. Não quero nada com os macacos, seria doentio.
E por isso, fico aqui, em paz, em meu santuário, e não estou esperando que me resgatem. Estou vivendo uma vida desprovida de gula, avareza, orgulho, e tudo que contamina o ser humano, todos os sete pecados cristãos e mais todas as amarguras que destroem o homem.
Constantemente, em minha solidão, escrevo poemas, músicas, canto e canto alto, baixo, em todos os tons possíveis. Tento erguer castelos de areia em vão. Desbravo as florestas ralas aqui dessa ilha que mal sei o nome, besouros me atacam e mordem, e lá vou eu, para ``cama`` coçando da cabeça aos pés. Meu maior feitio foi ter conseguido matar uma cobra, tacando uma pedra em cima da cabeça dela, e só de lembrar do seu corpo se contorcendo em agonia, já sinto calafrios. Sim, a mata por muitas vezes não me permite dormir. Aqui se constrói o mínimo de conforto, e então, em um segundo, esse conforto se mostra ilusão.
Queria um livro, nossa, como queria! Como queria simplesmente erguer uma casinha de cimento, olhe a ambição do homem de concreto que necessita afirmar sua supremacia, e deixar lá uma rede, e uma pilha de livros. Além disso, inúmeras comidas, cheiros e especiarias, temperos, uma costela suína grelhada ao molho barbecue, um sorvete de amora com amêndoas, chantilly, e uma cereja no topo, olhe só meus delírios. O que eu faria por algo bem temperado? Por um petit gateau, um bolo de chocolate recheado com calda quente e uma bola de sorvete de creme ao lado... Minha boca se enche de saliva, meu coração acelera, e eu me pergunto: Será que isso é mesmo real? Minha realidade não é a mesma há duzentos dias!. Aqui se come cobra assada, peixe espinhento e algumas frutinhas. Pego um pedaço de madeira oca de minha cabana, tento fazer alguns furos na parte de cima, não obtenho sucesso. Sem facas, sem armas, sem metais, sem forja. Apenas as mãos, os dentes. Para fazer uma fogueira, então? Nunca encontrei algo mais desafiador! Esfregar desesperadamente as madeiras uma a outra, assoprar para a chama não morrer, só de lembrar das noites frias que já passei, me leva arrepios a pele. É isso, se alguém me ler um dia, esse foi meu ducentésimo dia, fazendo a mesma coisa que os últimos cento e noventa e nove dias, mas agora bem mais calmo. É... Meu conselho de hoje é: sejam gratos pelo que têm. Parem de brigar por coisas idiotas. Deixem as pessoas, aprendam a lidar com elas, não é tao difícil.
Parece que o sol me responde:
-Nada, e menos que isso.
Bom. Encorajador. Dou um mergulho no mar salgado e frio, geladíssimo. O infinito pacífico, em que há as grandes Fossas Marianas. Já viu o tamanho daquilo? Eu nunca vi pessoalmente, pois deve ser uma escuridão sem fim... Mas as imagens são absurdas. E a biodiversidade que deve ter lá? Peixes iluminados por luz própria, junto com polvos e criaturas que nós nunca batemos o olho. Pobre ser humano, achando que já sabe tudo, há tantas espécies não documentadas, tanto conteúdo não averiguado... Adoro a sensação de molhar os cabelos, sentir cada fio sendo percorrido pela energia da água. E estou com fome, é difícil estar sempre com fome, meu estomago está do tamanho de uma ervilha, creio eu.
Mesmo assim, esse lugar me encanta cada dia mais. É acordar com os pássaros cantando e o mar com sua música tao característica. Olhe para mim, eu morava de frente para o mar, mas mal saía para aproveitar de seus recursos. Não sei o que é escovar os dentes mais. Não há nada em minha sábia ignorância que remeteria a flúor, então apenas jogo uma água do mar, lavou tá novo.
Sinto falta de uma mulher, ou um homem. Alguém. Sinto falta do toque, de beijos, sexo, de sensações boas que o corpo humano é capaz de proporcionar. Não quero nada com os macacos, seria doentio.
E por isso, fico aqui, em paz, em meu santuário, e não estou esperando que me resgatem. Estou vivendo uma vida desprovida de gula, avareza, orgulho, e tudo que contamina o ser humano, todos os sete pecados cristãos e mais todas as amarguras que destroem o homem.
Constantemente, em minha solidão, escrevo poemas, músicas, canto e canto alto, baixo, em todos os tons possíveis. Tento erguer castelos de areia em vão. Desbravo as florestas ralas aqui dessa ilha que mal sei o nome, besouros me atacam e mordem, e lá vou eu, para ``cama`` coçando da cabeça aos pés. Meu maior feitio foi ter conseguido matar uma cobra, tacando uma pedra em cima da cabeça dela, e só de lembrar do seu corpo se contorcendo em agonia, já sinto calafrios. Sim, a mata por muitas vezes não me permite dormir. Aqui se constrói o mínimo de conforto, e então, em um segundo, esse conforto se mostra ilusão.
Queria um livro, nossa, como queria! Como queria simplesmente erguer uma casinha de cimento, olhe a ambição do homem de concreto que necessita afirmar sua supremacia, e deixar lá uma rede, e uma pilha de livros. Além disso, inúmeras comidas, cheiros e especiarias, temperos, uma costela suína grelhada ao molho barbecue, um sorvete de amora com amêndoas, chantilly, e uma cereja no topo, olhe só meus delírios. O que eu faria por algo bem temperado? Por um petit gateau, um bolo de chocolate recheado com calda quente e uma bola de sorvete de creme ao lado... Minha boca se enche de saliva, meu coração acelera, e eu me pergunto: Será que isso é mesmo real? Minha realidade não é a mesma há duzentos dias!. Aqui se come cobra assada, peixe espinhento e algumas frutinhas. Pego um pedaço de madeira oca de minha cabana, tento fazer alguns furos na parte de cima, não obtenho sucesso. Sem facas, sem armas, sem metais, sem forja. Apenas as mãos, os dentes. Para fazer uma fogueira, então? Nunca encontrei algo mais desafiador! Esfregar desesperadamente as madeiras uma a outra, assoprar para a chama não morrer, só de lembrar das noites frias que já passei, me leva arrepios a pele. É isso, se alguém me ler um dia, esse foi meu ducentésimo dia, fazendo a mesma coisa que os últimos cento e noventa e nove dias, mas agora bem mais calmo. É... Meu conselho de hoje é: sejam gratos pelo que têm. Parem de brigar por coisas idiotas. Deixem as pessoas, aprendam a lidar com elas, não é tao difícil.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Eu como ele
E se fosse
Penso e paro
Eu como ele?
Sem os dentes, é claro
No sentido mais puro
Onde o ``ser`` é espelhado
Por que entre nós ponho muro
Se a você sou associado?
E se me botasse
Eu como o do lado
Pouco me importasse
Mas ficaria eu culpado?
O pedófilo em corpo de criança
Que recebe amor
Que canta e dança
Curaria sua doença, sua dor?
O preconceituoso, ao viver a empatia
Em mais severo nível
Mais ouvia
E tudo se tornol crível
O que mata, é morto, vencido
E recebe a notícia, agora vendo a reação
Da mãe do falecido
Aprender a sentir alguma emoção
E se eu fosse ladrão?
O mesmo da roupa listrada
E do ``pistola na mão
Seria minha alma culpada?
E se eu fosse colina?
Nenhum julgamento, pecados seus
Onisciente, livre da doutrina
E SE EU FOSSE DEUS?
Welcome to the hotel california
Ontem ver o André desmaiado no topo da escada me fez me sentir um pouco menos indestrutível.
Pois bem, estava conversando isso com Evandro e um flash correu meus pensamentos antes que eu pudesse dizer qualquer coisa:
-Porra- interrompi da melhor maneira possível- cara, hoje deve estar com um puta por do sol bonito!
Evandro olhou para mim de maneira confusa, e eu simplesmente disse:
-Para de ficar noiando com o André, ele tá bem, dormindo lá, nada dele.
Vamos lá ver o por do sol.
Chegando no topo da pedra, consegui ver um cenário deslumbrante. Quilômetros de campo aberto, nosso querido planalto central, algumas fazendas mais ao fundo. As montanhas, tao escassas, permitiam todo essa contemplação. Alguns animais pastam cá e lá, mas a vermelhidão do por de sol tirava qualquer atenção para detalhes: O brilho era tao hipnotizante que nenhuma forma era possível de se distinguir propriamente, somente as silhuetas negras. Vermelho, laranja e amarelo se fundiam um a um, para dar origem ao espetáculo de cores ligeiramente semelhantes, mas fantásticas. Meu grande e fiél companheiro cochichou:
-Lindo né? E que silencio maravilhoso.
Eu assenti. E me pergunto porque pessoas precisam sempre noticiar e informar coisas boas, em vez de apenas aproveita-las.
-Sabe como pode ficar ainda melhor?- Perguntei eu.
-Como? Seus olhos se abriram com surpresa e expectativa.
Parei de falar. Entenda a mensagem, cabeção. Ah, como eu queria estar em meu fabuloso lar, e assim pudesse tomar um maravilhoso banho de mar. Daqueles geladíssimos, que, em um dia quente, podem te transformar, mudar totalmente seu humor, te acalmar como nenhum calmante pode fazer. Sinto saudade.
Os pássaros grasnavam... e o melhor... Nenhum barulho de carros. Adoramos fazer shows para poucas pessoas com dinheiro, porque aí podemos desfrutar de um pouco de silencio.
Subi as escadas, nada parecia muito novo.
Via as paredes, semelhantes a de um castelo.
Com seus tijolos sólidos, cinza...
E o cheiro. Era um cheiro misto de frango assado com o famoso cheiro de mofo, ou alguma coisa guardada há muito tempo.
Lá fui eu para o quarto, onde eu poderia descansar. Passei pelas portas, todas elas trancadas, e com plaquinhas de ``Não perturbe``.
Nem é da minha conta, nem conseguiria pensar no que os outros ``famosos`` estavam fazendo por trás das portas, elas eram isoladas acústicamente.
Os funcionários? Mal te viam. Te viam quando lhes era permitido ver. Pois é.
Eu me sentia um cavalo com uma viseira, olhando apenas para frente, focando. Sentindo um pouco de fome, admito, principalmente porque o jantar exalava cheiro pelo hotel inteiro.
Mas... era difícil. Era difícil concentrar com tantos pensamentos e alucinógenos na minha cabeça.
``Estou perdido, qual era meu quarto mesmo?`` Pensei.
Olho no relógio, parece que o tempo todo passa devagar.
Devagar e rápido, risos. Sento no chão e começo a divagar.
Olhe como o tempo é perverso: Ele sempre parece curto, correndo, e você se poe nessa frequência.
Você passa a correr junto. A não querer desperdiçar um segundo. E quando você para de correr, e apenas aceitar o tempo, percebe que ele lhe roubou cenas de teus olhos, roubou memórias da tua parca cabeça. Ele passa, pessoas nascem crescem e morrem. E você olha tudo isso, e tem alguém que olha isso através de você. Nada volta atrás, o tempo não pode ser controlado. E o melhor de tudo: Nós que o criamos. Por que? Invenção besta, deixa todo mundo paranoico.
O celular de alguém toca e me desperta do transe.
-Ei, Gus!
Escuto uma voz conhecida gritar meu nome, e no momento já esboço um sorriso. ``Lá vem aquele viking de novo``. Filho de irlandeses, Damian era o melhor. Guitarrista, com coração acalorado e um metro e noventa de altura, ele era um bom companheiro de viagens.
-Bora pr`uma rave que tá rolando no sítio de uma amiga!
Eu escuto ``rave`` e meu coração bate mais forte.
-Opa, só bora! Disse eu, eufórico. Estou mais de vinte e quatro horas acordado, chapado, bêbado, o que são só mais 20 horas de diversão?
(Fim do capítulo 1)
Pois bem, estava conversando isso com Evandro e um flash correu meus pensamentos antes que eu pudesse dizer qualquer coisa:
-Porra- interrompi da melhor maneira possível- cara, hoje deve estar com um puta por do sol bonito!
Evandro olhou para mim de maneira confusa, e eu simplesmente disse:
-Para de ficar noiando com o André, ele tá bem, dormindo lá, nada dele.
Vamos lá ver o por do sol.
Chegando no topo da pedra, consegui ver um cenário deslumbrante. Quilômetros de campo aberto, nosso querido planalto central, algumas fazendas mais ao fundo. As montanhas, tao escassas, permitiam todo essa contemplação. Alguns animais pastam cá e lá, mas a vermelhidão do por de sol tirava qualquer atenção para detalhes: O brilho era tao hipnotizante que nenhuma forma era possível de se distinguir propriamente, somente as silhuetas negras. Vermelho, laranja e amarelo se fundiam um a um, para dar origem ao espetáculo de cores ligeiramente semelhantes, mas fantásticas. Meu grande e fiél companheiro cochichou:
-Lindo né? E que silencio maravilhoso.
Eu assenti. E me pergunto porque pessoas precisam sempre noticiar e informar coisas boas, em vez de apenas aproveita-las.
-Sabe como pode ficar ainda melhor?- Perguntei eu.
-Como? Seus olhos se abriram com surpresa e expectativa.
Parei de falar. Entenda a mensagem, cabeção. Ah, como eu queria estar em meu fabuloso lar, e assim pudesse tomar um maravilhoso banho de mar. Daqueles geladíssimos, que, em um dia quente, podem te transformar, mudar totalmente seu humor, te acalmar como nenhum calmante pode fazer. Sinto saudade.
Os pássaros grasnavam... e o melhor... Nenhum barulho de carros. Adoramos fazer shows para poucas pessoas com dinheiro, porque aí podemos desfrutar de um pouco de silencio.
Subi as escadas, nada parecia muito novo.
Via as paredes, semelhantes a de um castelo.
Com seus tijolos sólidos, cinza...
E o cheiro. Era um cheiro misto de frango assado com o famoso cheiro de mofo, ou alguma coisa guardada há muito tempo.
Lá fui eu para o quarto, onde eu poderia descansar. Passei pelas portas, todas elas trancadas, e com plaquinhas de ``Não perturbe``.
Nem é da minha conta, nem conseguiria pensar no que os outros ``famosos`` estavam fazendo por trás das portas, elas eram isoladas acústicamente.
Os funcionários? Mal te viam. Te viam quando lhes era permitido ver. Pois é.
Eu me sentia um cavalo com uma viseira, olhando apenas para frente, focando. Sentindo um pouco de fome, admito, principalmente porque o jantar exalava cheiro pelo hotel inteiro.
Mas... era difícil. Era difícil concentrar com tantos pensamentos e alucinógenos na minha cabeça.
``Estou perdido, qual era meu quarto mesmo?`` Pensei.
Olho no relógio, parece que o tempo todo passa devagar.
Devagar e rápido, risos. Sento no chão e começo a divagar.
Olhe como o tempo é perverso: Ele sempre parece curto, correndo, e você se poe nessa frequência.
Você passa a correr junto. A não querer desperdiçar um segundo. E quando você para de correr, e apenas aceitar o tempo, percebe que ele lhe roubou cenas de teus olhos, roubou memórias da tua parca cabeça. Ele passa, pessoas nascem crescem e morrem. E você olha tudo isso, e tem alguém que olha isso através de você. Nada volta atrás, o tempo não pode ser controlado. E o melhor de tudo: Nós que o criamos. Por que? Invenção besta, deixa todo mundo paranoico.
O celular de alguém toca e me desperta do transe.
-Ei, Gus!
Escuto uma voz conhecida gritar meu nome, e no momento já esboço um sorriso. ``Lá vem aquele viking de novo``. Filho de irlandeses, Damian era o melhor. Guitarrista, com coração acalorado e um metro e noventa de altura, ele era um bom companheiro de viagens.
-Bora pr`uma rave que tá rolando no sítio de uma amiga!
Eu escuto ``rave`` e meu coração bate mais forte.
-Opa, só bora! Disse eu, eufórico. Estou mais de vinte e quatro horas acordado, chapado, bêbado, o que são só mais 20 horas de diversão?
(Fim do capítulo 1)
domingo, 18 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
Eu nao gosto de mandar
Os arrogantes procuram por aqueles que não se afirmam porque gostam de mandar, desmandar e irritar os outros
Eu preciso ser uma pessoa menos mandona. Preciso reaprender a dizer: Por favor. Preciso ter paciencia, preciso ser controlada e menos explosiva. ÉEEEEEAH, ter compaixao, humildade.
Eu preciso ser uma pessoa menos mandona. Preciso reaprender a dizer: Por favor. Preciso ter paciencia, preciso ser controlada e menos explosiva. ÉEEEEEAH, ter compaixao, humildade.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
Como ser contratado
Fácil
Leia o livro ''Como ser contratado em cinco passos''
Mas...
Os caras dos recursos humanos leram esse livro também
E percebem quando seres humanos estão atuando
''Haja descontraidamente''
Exatamente o que está fazendo, tremendo e suando
''Seja verdadeiro''
Minta que trabalhou em cinco companhias de poder
Dentre elas a google, microsoft, apple, youtube e mais alguma aí
Ah, eles vão acreditar!
Fale de si, o quanto gosta de si
O quanto é uma pessoa maravilhosa
E não a relação sua com as outras pessoas
Porque isso é irrelevante
Não precisa dizer que não fala com seu pai há sete anos
Por algum motivo
Diga o quanto é produtivo
O quanto é confiante
O seu maior defeito?
Ser ________(insira alguma característica positiva) demais.
Sempre.
UOPA, sou arrumado demais, as pessoas se irrriiiiiiiiiiiittam tanto
Nossa, elas piram, surtam
Perdem a cabeça
Elas, não você
Você é saudável, sempre
Você é o cara
Vista o terno e você...
Não é mais O cara.
Leia o livro ''Como ser contratado em cinco passos''
Mas...
Os caras dos recursos humanos leram esse livro também
E percebem quando seres humanos estão atuando
''Haja descontraidamente''
Exatamente o que está fazendo, tremendo e suando
''Seja verdadeiro''
Minta que trabalhou em cinco companhias de poder
Dentre elas a google, microsoft, apple, youtube e mais alguma aí
Ah, eles vão acreditar!
Fale de si, o quanto gosta de si
O quanto é uma pessoa maravilhosa
E não a relação sua com as outras pessoas
Porque isso é irrelevante
Não precisa dizer que não fala com seu pai há sete anos
Por algum motivo
Diga o quanto é produtivo
O quanto é confiante
O seu maior defeito?
Ser ________(insira alguma característica positiva) demais.
Sempre.
UOPA, sou arrumado demais, as pessoas se irrriiiiiiiiiiiittam tanto
Nossa, elas piram, surtam
Perdem a cabeça
Elas, não você
Você é saudável, sempre
Você é o cara
Vista o terno e você...
Não é mais O cara.
COMPLEXO DE HOMEM FORTE
Você quer ser mais forte que seus companheiros, está no seu DNA. Quer ser o protetor, o líder, o que vai a frente. Pois bem... Ao ver as relações de força e como você está abaixo em diversos grupos sociais, o que você faz?
Havia uma menina que queria ser como um gorila. Forte, brabo. Ela não gostava dos olhares dos homens na rua. Em vez de adotar uma postura descontraída, ela se contraía, e andava assim. Na verdade, muitas mulheres que passam pela rua andam contraídas. Atentas a estímulos negativos. Pois bem.
Ela fechava o cabelo em um coque e aí ia, boxeadora amadora, e dizia: -Quero ser a mais forte!
Não dizia pessoalmente, apenas em sua mente. Seu inconsciente.
Boxe não é força, apenas. Poucas coisas o são.
Boxe é jeito, é esquivar, é evitar receber um golpe, acima de apenas desferi-lo.
E ela ia lá. Dentre seus amigos, quando via álcool, era ela que precisava beber mais, acima de todos.
``Olhem como bebo muito, olhem como sou um símbolo sexual!``.
Não havia respeito, ela era encarada como brincadeira.
É preciso relaxar.
Hoje, essa mesma menina, está aprendendo que a força não é tudo. Ela está parando de provar coisas para pessoas aleatórias, na verdade, ela está baixando suas inseguranças, e isso é difícil.
Ela tinha complexo de homem alfa, de homem forte, então agora ela vai se libertar disso através das seguintes palavras:
Foda-se se você é forte ou não fisicamente. Emocionalmente, espiritualmente, intelectualmente é bem mais interessante que fisicamente, vai por mim. Não nutra carrancas, olhares feios, olhares arrogantes. Isso é horrível. Não seja oito ou oitenta, encontre o equilíbrio.
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Não preciso dizer mais nada
As pessoas passam o dia todo fazendo rituais, não conseguem interromper, não conseguem trabalhar, ter vida, desenvolver autonomia, e acabam sobrecarregando a família.
sábado, 10 de fevereiro de 2018
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
Aos homens que assediam
Ele apenas é.
E digo mais, é melhor faze-lo que falar dele.
Nesse momento mesmo.
Sem ter opções nem angústias, caibo eu a escrever e somente escrever sobre.
O que é sexo?
Sensações físicas e trocas de energia.
O resto?
Tudo construído.
Até suas sensações, são suas, outros podem sentir diferente. Aceite.
Relógios não são sexo.
Marcas de luxo não são sexo.
A sua satisfação singular não é sexo.
Sexo é feito em conjunto. Sexo bom nao é o que um aprecia e o outro olha com cara de tacho
Inclina a cabeça e diz:
-É, nem lembro direito...... Foi legal.
Sexo é o que você se lembra.
Dinheiro pode se transformar em sexo. Vazio.
Uma pessoa desconhecida, ela vem, vai. Repetidas vezes.
E foi.
Passou o êxtase. Passou o calor do corpo alheio.
Se sente só? Desolado?
Pobre. Viciado.
Viciado na sensação.
Tao rico monetariamente, tao pobre espiritual e emocionalmente.
Sua secretária do trabalho não é sexo.
Ela se veste bem por etiqueta, e não porque te serve e quer te servir em todas as outras maneiras.
Mulheres de biquíni na TV não é sexo.
Mulheres de biquíni na TV são mulheres que se vendem para ser vistas como sexo.
E vende, como vende. Na propaganda, então.
Teu carro não é sexo.
Bizarro, né? Todos sempre te disseram ao seu redor que se tiver um carro, é foda certa.
Pode até ser.
Até o SEU sexo em si não é sexo.
É um sexo fechado, é provar seu poder acima do ``submisso``.
Não é sentir o outro de verdade.
Sexo é troca. O seu sexo é apenas... um descarregar de tensão egoísta.
É. E você adora.
Não estar aberto. Não sentir mais do que apenas o próprio corpo, se contraindo
Se movimentando
Até explodir e cair para o lado
Ferido, atormentado
Muitas vezes até envergonhado
Envergonhado de seu estado de animalidade que mal consegue controlar
A prova?
A única parte que se permite encostar o máximo é seu membro genital
Ah, e sua boca, beijos fazem parte
Da Etiqueta.
Ética pequena, veja só
Você quer tanto sexo
Voraz, frequente, sempre explosivo
Rápido
Quanto mais, melhor
E dizer aos seus amigos
``Olhe como sou feliz. Olhe como sou forte, como transo muito.``
Parabéns.
Pois é assim a vida
A sua vida.
Sabia que pode não ser?
Que você pode encarar corpos nus sem se excitar?
Sabia? Que você pode se controlar?
Você se vangloria por ser tao civilizado
CEGO
Você é animal
E animais gostam de sexo
Todos nós gostamos
Cabe ao indivíduo transformar vício em virtude
Enciumado
Coberto pelas trevas do não-refletir
Engravatado
Me desculpe pela verdade
Você está entorpecido
E digo mais, é melhor faze-lo que falar dele.
Nesse momento mesmo.
Sem ter opções nem angústias, caibo eu a escrever e somente escrever sobre.
O que é sexo?
Sensações físicas e trocas de energia.
O resto?
Tudo construído.
Até suas sensações, são suas, outros podem sentir diferente. Aceite.
Relógios não são sexo.
Marcas de luxo não são sexo.
A sua satisfação singular não é sexo.
Sexo é feito em conjunto. Sexo bom nao é o que um aprecia e o outro olha com cara de tacho
Inclina a cabeça e diz:
-É, nem lembro direito...... Foi legal.
Sexo é o que você se lembra.
Dinheiro pode se transformar em sexo. Vazio.
Uma pessoa desconhecida, ela vem, vai. Repetidas vezes.
E foi.
Passou o êxtase. Passou o calor do corpo alheio.
Se sente só? Desolado?
Pobre. Viciado.
Viciado na sensação.
Tao rico monetariamente, tao pobre espiritual e emocionalmente.
Sua secretária do trabalho não é sexo.
Ela se veste bem por etiqueta, e não porque te serve e quer te servir em todas as outras maneiras.
Mulheres de biquíni na TV não é sexo.
Mulheres de biquíni na TV são mulheres que se vendem para ser vistas como sexo.
E vende, como vende. Na propaganda, então.
Teu carro não é sexo.
Bizarro, né? Todos sempre te disseram ao seu redor que se tiver um carro, é foda certa.
Pode até ser.
Até o SEU sexo em si não é sexo.
É um sexo fechado, é provar seu poder acima do ``submisso``.
Não é sentir o outro de verdade.
Sexo é troca. O seu sexo é apenas... um descarregar de tensão egoísta.
É. E você adora.
Não estar aberto. Não sentir mais do que apenas o próprio corpo, se contraindo
Se movimentando
Até explodir e cair para o lado
Ferido, atormentado
Muitas vezes até envergonhado
Envergonhado de seu estado de animalidade que mal consegue controlar
A prova?
A única parte que se permite encostar o máximo é seu membro genital
Ah, e sua boca, beijos fazem parte
Da Etiqueta.
Ética pequena, veja só
Você quer tanto sexo
Voraz, frequente, sempre explosivo
Rápido
Quanto mais, melhor
E dizer aos seus amigos
``Olhe como sou feliz. Olhe como sou forte, como transo muito.``
Parabéns.
Pois é assim a vida
A sua vida.
Sabia que pode não ser?
Que você pode encarar corpos nus sem se excitar?
Sabia? Que você pode se controlar?
Você se vangloria por ser tao civilizado
CEGO
Você é animal
E animais gostam de sexo
Todos nós gostamos
Cabe ao indivíduo transformar vício em virtude
Enciumado
Coberto pelas trevas do não-refletir
Engravatado
Me desculpe pela verdade
Você está entorpecido
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
EDD
As nuvens se aglomeravam no céu do reino, antes claro, mas agora tao sombrio. Nas ruas, figuras que andam atordoadas pelos próprios fantasmas, olhando, mas não vendo, ansiosas e com medo do próximo perigo, mal sabendo que muito disso seja desvios de seus cérebros. O perigo pode ser real, mas é transformado em bicho papão, torna-se quase irreal.
Chega a noite, e a cidade adormece, sabendo que é hora de ir, hora de recolher-se a doce segurança de seus lares. Mas a noite mal começou para os que a enxergam como ela é: Atrevida, aventureira, e muito, muito interessante. O que aguarda aos membros da seita, os que permanecem unidos, os que se baseiam em confiança, em determinação, em lealdade?
Esses são os princípios básicos da associação.
Deixe-me apresentar seus membros. Há Bah`D`Auhs, o grande conselheiro e auto proclamado um dos líderes da união. Mesclando descontração e divertimento com seriedade e ideias totalmente originais, Bah`D`, como os de dentro os chamam, é conhecido por todos como um homem nobre, com espírito e alma de artista, que muitas vezes se perde em meio a seus vícios.
Uma das grandes citações desse membro admirável é:
-Haaaaaaaaaan- Diz, de maneira aguda e divertida, enquanto aponta o indicador para outro membro do grupo- Gay. E desata a rir.
Adiante, há J`oh`Tah, nobre conselheiro, de sorrisos fáceis e olhos calorosos, não eleva sua voz perante qualquer ameaça ou divertimento, com seu espírito pacífico, ele ajuda a providenciar recursos, quando pode, sempre tenta ajudar os seus iguais, seja com alguém ferido, injuriado, ele sempre tem o coração aberto, e os ouvidos atentos. É um dos mais religiosos do grupo. É prestativo, gosta das coisas simples, está sempre presente. Um encontro sem o conselheiro é um encontro vazio.
Mas não só de homens é feita a seita. Não nos baseamos em gênero, e sim, na pureza do coração do membro, e se ele faz os outros confortáveis e vice-versa. Contribuir para o ritual também é nobre feito.
Wy` Lah, é uma das grandes alquimistas do grupo. Com seus conhecimentos apurados sobre ciências naturais e as artimanhas orgânicas, ela tem muito a dizer, porém, o estresse muitas vezes a consome, o que a traz em silencio ou irritação, como qualquer ser humano. Mas seu coração é nobre e puro, se ela gosta de uma pessoa, vai demonstra-lo com todo seu sentimento, e com seus poderes, ela consegue calar quaisquer indivíduos que tentem deixa-la para baixo, diminui-la por ser uma fêmea da espécie. Muitas vezes expressa opiniões que não agradam os membros do grupo, mas a admiração é real e justificada por ela, por um membro que ergue sua voz, que diz o contrário, que não tem medo, a destemida Wy`Lah.
Reynah`Tah é outra de nossas mais destemidas mulheres, um espírito selvagem, uma amazona que desafia tudo e todos, quebra paradigmas e padrões estabelecidos, com seu arco e flecha, não há quem consiga deixa-la derrotada, tamanha a paixão de viver. Poderosíssima, sem precisar dizer muito, não é uma mulher de palavras, mas de gestos. Ela ama, e ama de verdade, o amor que muitos pobres coitados deste mundo tentam almejar, ela vive, e vive vigorosamente, seja em seu cavalo, sendo gentil com os bons e absolutamente ríspida com os maus, sua pele negra a protege do sol não-misericordioso que ferve a terra do reino, e seus olhos, seus olhos negros como a obsidiana, é possível enxergar sua alma e toda sua coragem se observar de perto. Ela tem fiel uniao de afeto com Yza``Bell``Ah, a grande amazona misteriosa. Pouco se sabe sobre ela, mas sente-se uma energia clemente que paira e ascende as almas de todos, principalmente por todo seu misticismo, acredita-se que além de amazona, Yza seja uma poderosa feiticeira, já que contribui veementemente ao ritual, tao comentado, capaz de trazer paz aos mais conturbados corações. Yza traz para sua companheira fiel mais que apenas amor, mais todo um estilo de vida o qual as duas estao preparadas para encarar juntas, a despeito do rancor externo que tende a diminuir cada vez mais, e de todas os mal-olhados e energias ruins presentes nessa realidade. Um fato importante na história desse casal é o senso de justiça, elas levam seus padrões morais a sério, a não ser que alguém pague muito bem (pondo-as na classe mercenárias até certo momento, você não pode contar muito com elas, como qualquer futuro advogado.) Podem ir de justiceiras a assassinas de aluguel com facilidade.
Há também Master ARC`Ao. É o sábio supremo da seita. É dotado de uma inteligencia intelectual não apenas acima da média, mas que transcende o tempo e o espaço . Ele é tao sábio, que raramente aparece, por estar pensando, produzindo, argumentando. Suas críticas são verdadeiras, e ai de quem o criticar por seu semblante, pois sua casca, seu corpo, engloba uma mente tao brilhante que se compara com as estrelas.. Suas palavras sao doces, mesmo quando temperadas pela angústia que ainda arrebata seu ser. Ele le, mas é tao articulado com as palavras, é um artista e ao mesmo tempo um lobo solitário, com toda sua aura mística a circundar, usa expressões, cita homens tao inteligentes quanto, e mais que tudo, é modesto, simples, sabe apreciar as coisas boas, como um bom copo de cerveja ou cachaça com os compatriotas não menos inteligentes.
A seita é repleta de feiticeiros e feiticeiras, como já disse anteriormente. Uma de nossas mais nobres cientistas, é J`Oh`Lya. Com seus fiéis companheiros, está fadada a passar horas confinada, em meio a substancias explosivas, corrosivas, incandescentes. É ligeiramente desajeitada, mas tem um estilo único, mudando cores, texturas. Pode parecer emburrada ou com o semblante sério, mas quem ela gosta de verdade é muito estimado, e assim, brotam sorrisos na face de nossa cientista, essa tao renomada, que é aprendiz dos maiores mestres que esse reino já viu. Há pressupostos que ultimamente ela vem tentando desenvolver um dispositivo para implantar em um dos servos felinomorfos alguma substancia que funcione como arma química no futuro, basta esperar para ver, protejam-se. Por não se comunicar constantemente, podemos estabelecer que essa membro é a mais perigosa.
Cada um da seita tem sua devida importância. Mais que tudo, é preciso de pessoas que prezem pelo bem estar de seus colegas. Preze pela saúde mental de muitos. Se há alguém que é todo ouvidos, é o sacerdote, H``Ugg``Oll, o grande. Sua aparência é brutal, largo, alto, é um homem de respeito pelo qual um desconhecido não diria brincadeirinhas. Mas mal sabe que todo esse tamanho se aplica também a seu coração. Ele vê clemencia e justiça, e muitas vezes se ve defendendo seus iguais, ajudando-os a trilhar seus próprios caminhos, além de ser ,muitas vezes, conselheiro. Ele tem o amor de um pai, o olhar destemido de quem quer conhecer o mundo, mas ao mesmo tempo, totalmente ligado a seu lar, a sua família, e sabe que seu papel como construtor de personalidades é muito grande, e sua influencia, imensa. Suas palavras, sempre calmas, convencem qualquer um, e esse sacerdote é tao provido de bondade, que mesmo com tamanha persuasão e manipulação, que ele sabe que é capaz, as usa para o bem. É um membro que sabe como lidar com pessoas, e busca sempre, ao lado do conselheiro, buscar soluções para os obstáculos que então aparecem.
Há também o nobre companheiro de Wy`, Vall`H`Ent, o conselheiro e mago do silencio. Ele, imerso na sombra de seu espaço de ciência, fica confinado com suas experiencias boa parte de sua vida, pouco fala, é outro homem de agir. Ele transcende os estados de aflição, insegurança, desespero, desamparo. É um homem seguro, e muitas vezes, tao seguro que prefere não interferir nas medidas tomadas pelos outros membros do bando. Esse homem tem uma lealdade esplendorosa, não é de sorrisos fáceis, mas quando sorri, é um ato tao verdadeiro e espontâneo, e seu sorriso emana um brilho tao verdadeiro que seria capaz até de cegar um homem. É um individuo que carrega a paz consigo, e, em seus olhos brilhantes, traz sentimentos bons de confiança e bem-estar, ele pensa, observa, não diz mais que o necessário, não eleva sua voz, mas quando fala, os outros realmente param para escutar. Se ele está em um lugar, é porque ele realmente quer estar lá, mesmo que não expresse. Falsidade em qualquer aspecto não penetra em sua aura.
Temos Joh`nn Primeiro, o guerreiro andarilho. Nunca se sabe quando ele aparecerá, mas quando aparece, é uma luz no coração de muitos. Ele realizou uma jornada de uma vida, conheceu rituais compatíveis com os quais ele praticava em seu lar, tornou-se um cidadão do mundo, ele sabe dos perigos de tudo, mas quer continuar nisso, vivendo como se fosse morrer no dia seguinte, intensamente, fazendo o que mais gosta nessa vida, que é manipular as ondas auditivas para o deleite dos homens comuns, e faze-los ceder a essa energia tao poderosa, é uma personalidade incrível, forte, e, se parar para ouvir, tem muita coisa para contar, muita história percorrida em todo tipo de solo, muita vivencia, quedas e ascensões . Muitas vezes, o lugar onde está não lhe convém, e lá vai ele, procurar outros cantos que o agradem, apenas se vai, e sabe-se lá quando voltará.
Como qualquer grupo, há também os que se prontificam do entretenimento de toda uma trupe, e esses são os dois bardos, T`hall`E`hs e Ney`Jii. Os dois, com seus banjos e pantomimas, junto com o ar descontraído, são os glamourosos do grupo. Suas palavras encantadoras deleitam qualquer um, e atraem as donzelas que as escutam de prontidão. Corações musicais, transformam simples instrumentos de madeira em doce som, em mágica. Como todo artista, são livres, andarilhos, carregando consigo suas obras e levado sorrisos onde quer que vão.
Há mais integrantes, mas o tempo passa e meus dedos estão cansados. Quem sou eu? Eu sou a que observa, a escriba, e ao mesmo tempo, guardo meus segredos, agir sem causar estardalhaço, embora tenha tido um passado conturbado, hoje procuro a calma dos dias chuvosos e a sombra, onde posso me dedicar ás coisas que deleitam os olhos dos homens normais. Sou Mar, sou fluida, em constante mudança, sou I``Ahnah, sou tudo isso que escrevi, me vejo em cada um dos meus amigos e mais queridos colegas.
domingo, 4 de fevereiro de 2018
É verdade, é triste
``If our impulses were confined to hunger, thirst, and desire, we might be nearly free``
REPETIMOS
Nós sempre repetimos
Os brasileiros, sim
Estava eu no mesmo karaoke
Pessoas cantam músicas
Sem saber ao mínimo o que elas significam
A grande maioria delas, eu digo
A pessoa está cantando uma coisa super triste
Como a música ``Bring me to life``, do evanescence
Essa música é puta triste
É muito pra baixo
E a galera tava cantando feliz, todo mundo animado
E a letra dizendo coisas como
``Me ajuda a me salvar do nada que eu me tornei``
E aí eu percebi
É por isso que nós não cantamos muitas músicas tristes em português
E quando é em inglês, as pessoas simplesmente não tentam entender
Elas vao lá e cantam
Acham que sabem de tudo
Porra, eu fico puta
Com a banalização disso
Fico mesmo
Não deveria
De acordo com o meu modo de vida
Eu simplesmente deveria ligar o foda-se
É arte e está sendo interpretada
Se eu não gosto do jeito que está sendo interpretada, foda-se eu
Mas eu já senti isso
ERA HORRÍVEL
Eu mostrava coisas pesadas e tristes pras pessoas
NINGUÉM NUNCA TINHA NADA PARA DIZER
Elas sempre ficavam desconfortáveis
Sempre
Como se suicídio, dor, morte, nada os alcancasse
Pessoas se sentem incomodadas ao ler coisas pesadas
tudo que extrapole sua realidade, o meio em que você vive
INCOMODA
Os brasileiros, sim
Estava eu no mesmo karaoke
Pessoas cantam músicas
Sem saber ao mínimo o que elas significam
A grande maioria delas, eu digo
A pessoa está cantando uma coisa super triste
Como a música ``Bring me to life``, do evanescence
Essa música é puta triste
É muito pra baixo
E a galera tava cantando feliz, todo mundo animado
E a letra dizendo coisas como
``Me ajuda a me salvar do nada que eu me tornei``
E aí eu percebi
É por isso que nós não cantamos muitas músicas tristes em português
E quando é em inglês, as pessoas simplesmente não tentam entender
Elas vao lá e cantam
Acham que sabem de tudo
Porra, eu fico puta
Com a banalização disso
Fico mesmo
Não deveria
De acordo com o meu modo de vida
Eu simplesmente deveria ligar o foda-se
É arte e está sendo interpretada
Se eu não gosto do jeito que está sendo interpretada, foda-se eu
Mas eu já senti isso
ERA HORRÍVEL
Eu mostrava coisas pesadas e tristes pras pessoas
NINGUÉM NUNCA TINHA NADA PARA DIZER
Elas sempre ficavam desconfortáveis
Sempre
Como se suicídio, dor, morte, nada os alcancasse
Pessoas se sentem incomodadas ao ler coisas pesadas
tudo que extrapole sua realidade, o meio em que você vive
INCOMODA
Homem Máquina
Oi, ciborgue.
Que? Tá achando engraçado?
Você é um ciborgue.
A diferença é que você ainda não acoplou a máquina ao seu corpo.
Ela ainda está ai, nas suas mãos.
Perceba, ela é o centro de todas as suas atenções.
O mundo está passando ao seu redor, e aí está você.
Bom, que orgulho saber que alguém ainda se interessa por palavras assim.
Você dorme com a máquina. Ela esquenta seu travesseiro, te proporciona paz.
Te tira da solidão. Parece com uma outra máquina, que está se tornando um pouco obsoleta.
Sabe de qual estou falando? Uma em que as pessoas que se apresentam te olham nos olhos
E apenas demonstram sentimentos felizes e justiceiros. UAU, TE LEMBRA ALGUMA COISA?
Sentimentos felizes, pessoas mostrando lugares bonitos, pessoas sorrindo SEMPRE, mesmo não estando contentes ou nem mesmo apreciando o lugar onde estão?
As duas máquinas são a mesma coisa, a única diferença é que essa última é menor, mais íntima. E ela se relaciona mais com você.
Quer uma companhia rápida ou sexo fácil? Há um pequeno programa desenvolvido apenas para isso.
Busca amigos estrangeiros para conversar? Idem. Com ele, você tem a sensação de fazer tudo.
Você acorda ao lado dele, seu primeiro momento do dia é checar se alguém precisa/falou/ se importou com você. E CHECA de cinco em cinco minutos, como um iludido com uma geladeira vazia, ele vai lá, sempre na expectativa de achar algo, mesmo sabendo... não achará nada. Essa dependência é estupidamente real, cada um imerso em suas realidades, não há mais conversas francas, há censuras, há tabus, há coisas que não podem ser faladas em público.
Pois é, ciborgue. Eu também sou um. Mas estou tentando me tornar cada vez menos um, não levo a máquina para ver o mundo, ela fica em casa, a menos que minha mãe precise falar comigo. Mesmo assim, preciso dar um jeito nisso, essa máquina me atormenta os nervos e me deixa ansiosa, é um vilão na minha vida.
Isso é a tecnologia. Isso é o século vinte e um. Substituímos um mecanismo tóxico e altamente viciante por outro, talvez mais potente ainda. Qual será o próximo? O que será que ele poderá nos proporcionar? O quanto vai nos sugar para fora de nossas personalidades e transformar tudo em... automático?
Que? Tá achando engraçado?
Você é um ciborgue.
A diferença é que você ainda não acoplou a máquina ao seu corpo.
Ela ainda está ai, nas suas mãos.
Perceba, ela é o centro de todas as suas atenções.
O mundo está passando ao seu redor, e aí está você.
Bom, que orgulho saber que alguém ainda se interessa por palavras assim.
Você dorme com a máquina. Ela esquenta seu travesseiro, te proporciona paz.
Te tira da solidão. Parece com uma outra máquina, que está se tornando um pouco obsoleta.
Sabe de qual estou falando? Uma em que as pessoas que se apresentam te olham nos olhos
E apenas demonstram sentimentos felizes e justiceiros. UAU, TE LEMBRA ALGUMA COISA?
Sentimentos felizes, pessoas mostrando lugares bonitos, pessoas sorrindo SEMPRE, mesmo não estando contentes ou nem mesmo apreciando o lugar onde estão?
As duas máquinas são a mesma coisa, a única diferença é que essa última é menor, mais íntima. E ela se relaciona mais com você.
Quer uma companhia rápida ou sexo fácil? Há um pequeno programa desenvolvido apenas para isso.
Busca amigos estrangeiros para conversar? Idem. Com ele, você tem a sensação de fazer tudo.
Você acorda ao lado dele, seu primeiro momento do dia é checar se alguém precisa/falou/ se importou com você. E CHECA de cinco em cinco minutos, como um iludido com uma geladeira vazia, ele vai lá, sempre na expectativa de achar algo, mesmo sabendo... não achará nada. Essa dependência é estupidamente real, cada um imerso em suas realidades, não há mais conversas francas, há censuras, há tabus, há coisas que não podem ser faladas em público.
Pois é, ciborgue. Eu também sou um. Mas estou tentando me tornar cada vez menos um, não levo a máquina para ver o mundo, ela fica em casa, a menos que minha mãe precise falar comigo. Mesmo assim, preciso dar um jeito nisso, essa máquina me atormenta os nervos e me deixa ansiosa, é um vilão na minha vida.
Isso é a tecnologia. Isso é o século vinte e um. Substituímos um mecanismo tóxico e altamente viciante por outro, talvez mais potente ainda. Qual será o próximo? O que será que ele poderá nos proporcionar? O quanto vai nos sugar para fora de nossas personalidades e transformar tudo em... automático?
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
Eu admiro a Rebecca Black
Admirar, não endeusar. Não é uma pessoa a qual eu teria afeto por, nem nada. Admirar é simplesmente olhar para a postura adotada por ela e... me por no lugar.
Quer ver? Vamos lá.
Você é uma garota chamada Lúcia. Em algum momento da nossa conversa, você se fundirá com a Lúcia e comigo. Você sempre gostou muito de cantar, e seu sonho era poder usar sua voz para tocar os corações das pessoas, sem precisar se ultrassexualizar. Você sofreu bullying por não ser como os outros, falavam mal de você, eram cruéis, eram escrotos, até que você se mudou de escola, no sexto ano. Pessoas gostam da sua voz, dizem que você canta bem. Te elogiam o tempo todo, e você se pergunta constantemente: Será que eu sou boa mesmo? Você fica incerta, você é humana. Mas você luta, tenta escrever suas próprias músicas, tenta fazer que de certo, não se pergunta se as pessoas vão gostar, você gosta, que você cante, como se ninguém estivesse escutando. Um dia, sua mãe chega, feliz, com emoção na voz e no brilho dos olhos , e diz a seguinte notícia:
-LÚCIA! Eu não acredito! Um diretor de uma produtora um pouco conhecida te viu cantar no karaokê, naquela noite no aniversário da Júlia!!( Na verdade, sua mãe pagou quatro mil dólares para gravar esse clipe, porque ela sabia o quanto você seria feliz com isso, olha o quanto ela te ama)
-Mais que isso filha, esse produtor quer ouvir uma das suas originais, e até GRAVAR UM CLIPE.
Eu tremo de emoção. Como assim?!! Eu nunca fiz aula de canto! O coração vai a mil, nossa, agora é séria a parada, como lidar? O que meus amigos vão dizer quando me virem cantar assim, exposta? E...
(...)
-Muito boa essa música, Lúcia. Vamos fazer o clipe.
Vou tentar ser fofa. Tentar ser cativante. Cantar com meu coração, mesmo ele tendo escolhido uma música que eu nem gostei tanto, que eles que produziram. Vou tentar. Dar meu melhor... Afinal, isso vai ser arte. É música cantada com minha voz, eu dei cara a isso, é arte, é minha produção, eu vou ter carinho por ele.
(...)
Saiu o vídeo! não acredito. Estou muito nervosa, é a primeira coisa que produzi assim, pro mundo, espero que renda bons frutos, mas estou MUITO ANSIOSA, parece que vou surtar! O que será que as pessoas tem a dizer? Acho que não posso focar muito nisso, preciso simplesmente esquecer disso e seguir minha vida, tentar perseguir meu sonho, mesmo assim...
(...)
Lúcia White está em todo o canto, cantando a canção ``Amor pela obra``. As pessoas não gostam de seu vídeo, de sua música. Mais que isso, elas precisam FALAR MAL de Lúcia. Pessoas no Afeganistão comentam de Lúcia, a brasileira. Riem dela. Dizem que é estúpida. Que é burra. Dizem coisas que vao além de ``sua música não me agrada.``Pessoas realmente precisam estabelecer diálogos que envolvam:
-Nossa, ouviu a música da Lúcia? Muito ruim, né?
A pessoa pode nao ter nem ouvido, mas ela vai atrás. E diz:
-ÉEE, uma droga, essa tal de Lúcia.
(...)
-EU QUERO TIRAR O VÍDEO DO AR, MÃE! POR FAVOR, ME AJUDA, PROCESSA ELES!ELES NÃO ME DERAM OS DIREITOS DO VÍDEO, EU NÃO CONSIGO TIRAR DO AR! NÃO QUERO MAIS QUE NINGUÉM VEJA, É UMA VERGONHA!
(...)
No consultório do psicólogo:
-EU NÃO AGUENTO MAIS! NÃO FUI NEM EU QUE ESCREVI ESSA DESGRAÇA DE MÚSICA! Sao mensagens todo dia, milhares delas, de todos os cantos do mundo, Jarbas, todo dia! PARECE QUE TODO MUNDO ME ODEIA! Pessoas dizendo o quanto me desprezam, o quanto gostariam que eu morresse! Eu nunca mais vou cantar de novo!
-(Resposta do psicólogo)
(...)
-Quatro meses depois de lançar o single mais odiado do MOMENTO, a cantora Lúcia White se lança... ao público, novamente, com seu novo Single ``Paz``.
Lúcia fez aulas de canto, percebeu que o ódio das pessoas depositado nela eram problema das pessoas, e não dela. Se não gostassem, que virassem as costas e nunca mais falassem dela de novo.
Mil corações reprimidos queriam te botar para baixo, e quase conseguiram. Quase conseguiram te diminuir. Mas você enfrentou tudo, correu atrás. Hoje em dia, não é tao famosa mundialmente, muitos esqueceram de você. Você amadureceu. Hoje, se a pessoa chega e fala( por mensagens, pois não tem coragem de dizer pessoalmente):
-Você é uma bosta!
Você simplesmente responde:
-OK. E bloqueia a pessoa. Você está pouco se ferrando para mais um aleatório, e a vida é muito curta para se preocupar com cada um deles. Ela sabe que não é uma bosta, não precisa provar isso a ninguém.
Espero que você esteja feliz, Rebecca. Seja onde estiver. Sua arte venceu a negatividade de muita gente, mas muita gente mesmo, você foi muito forte em relutar e quando todos diziam : PARA DE CANTAR, VAI LAVAR LOUÇA! Você ignorava, perseguiu seu sonho. Isso é lindo. E mais, você não guardou rancor das pessoas, hoje, se te elogiam, você fica mais em paz ainda.
Hoje, você está conhecida. Marcou muitas pessoas. Foi chamada para aparecer em clipes, em filme, tem um canal do Youtube, tem dinheiro pra caramba, e ainda pode desfrutar de tempo com a sua família. E acabou de fazer vinte anos.
Canta. Canta mesmo, e canta mais.
E é por isso. É por isso que eu te admiro.
Quer ver? Vamos lá.
Você é uma garota chamada Lúcia. Em algum momento da nossa conversa, você se fundirá com a Lúcia e comigo. Você sempre gostou muito de cantar, e seu sonho era poder usar sua voz para tocar os corações das pessoas, sem precisar se ultrassexualizar. Você sofreu bullying por não ser como os outros, falavam mal de você, eram cruéis, eram escrotos, até que você se mudou de escola, no sexto ano. Pessoas gostam da sua voz, dizem que você canta bem. Te elogiam o tempo todo, e você se pergunta constantemente: Será que eu sou boa mesmo? Você fica incerta, você é humana. Mas você luta, tenta escrever suas próprias músicas, tenta fazer que de certo, não se pergunta se as pessoas vão gostar, você gosta, que você cante, como se ninguém estivesse escutando. Um dia, sua mãe chega, feliz, com emoção na voz e no brilho dos olhos , e diz a seguinte notícia:
-LÚCIA! Eu não acredito! Um diretor de uma produtora um pouco conhecida te viu cantar no karaokê, naquela noite no aniversário da Júlia!!( Na verdade, sua mãe pagou quatro mil dólares para gravar esse clipe, porque ela sabia o quanto você seria feliz com isso, olha o quanto ela te ama)
-Mais que isso filha, esse produtor quer ouvir uma das suas originais, e até GRAVAR UM CLIPE.
Eu tremo de emoção. Como assim?!! Eu nunca fiz aula de canto! O coração vai a mil, nossa, agora é séria a parada, como lidar? O que meus amigos vão dizer quando me virem cantar assim, exposta? E...
(...)
-Muito boa essa música, Lúcia. Vamos fazer o clipe.
Vou tentar ser fofa. Tentar ser cativante. Cantar com meu coração, mesmo ele tendo escolhido uma música que eu nem gostei tanto, que eles que produziram. Vou tentar. Dar meu melhor... Afinal, isso vai ser arte. É música cantada com minha voz, eu dei cara a isso, é arte, é minha produção, eu vou ter carinho por ele.
(...)
Saiu o vídeo! não acredito. Estou muito nervosa, é a primeira coisa que produzi assim, pro mundo, espero que renda bons frutos, mas estou MUITO ANSIOSA, parece que vou surtar! O que será que as pessoas tem a dizer? Acho que não posso focar muito nisso, preciso simplesmente esquecer disso e seguir minha vida, tentar perseguir meu sonho, mesmo assim...
(...)
Lúcia White está em todo o canto, cantando a canção ``Amor pela obra``. As pessoas não gostam de seu vídeo, de sua música. Mais que isso, elas precisam FALAR MAL de Lúcia. Pessoas no Afeganistão comentam de Lúcia, a brasileira. Riem dela. Dizem que é estúpida. Que é burra. Dizem coisas que vao além de ``sua música não me agrada.``Pessoas realmente precisam estabelecer diálogos que envolvam:
-Nossa, ouviu a música da Lúcia? Muito ruim, né?
A pessoa pode nao ter nem ouvido, mas ela vai atrás. E diz:
-ÉEE, uma droga, essa tal de Lúcia.
(...)
-EU QUERO TIRAR O VÍDEO DO AR, MÃE! POR FAVOR, ME AJUDA, PROCESSA ELES!ELES NÃO ME DERAM OS DIREITOS DO VÍDEO, EU NÃO CONSIGO TIRAR DO AR! NÃO QUERO MAIS QUE NINGUÉM VEJA, É UMA VERGONHA!
(...)
No consultório do psicólogo:
-EU NÃO AGUENTO MAIS! NÃO FUI NEM EU QUE ESCREVI ESSA DESGRAÇA DE MÚSICA! Sao mensagens todo dia, milhares delas, de todos os cantos do mundo, Jarbas, todo dia! PARECE QUE TODO MUNDO ME ODEIA! Pessoas dizendo o quanto me desprezam, o quanto gostariam que eu morresse! Eu nunca mais vou cantar de novo!
-(Resposta do psicólogo)
(...)
-Quatro meses depois de lançar o single mais odiado do MOMENTO, a cantora Lúcia White se lança... ao público, novamente, com seu novo Single ``Paz``.
Lúcia fez aulas de canto, percebeu que o ódio das pessoas depositado nela eram problema das pessoas, e não dela. Se não gostassem, que virassem as costas e nunca mais falassem dela de novo.
Mil corações reprimidos queriam te botar para baixo, e quase conseguiram. Quase conseguiram te diminuir. Mas você enfrentou tudo, correu atrás. Hoje em dia, não é tao famosa mundialmente, muitos esqueceram de você. Você amadureceu. Hoje, se a pessoa chega e fala( por mensagens, pois não tem coragem de dizer pessoalmente):
-Você é uma bosta!
Você simplesmente responde:
-OK. E bloqueia a pessoa. Você está pouco se ferrando para mais um aleatório, e a vida é muito curta para se preocupar com cada um deles. Ela sabe que não é uma bosta, não precisa provar isso a ninguém.
Espero que você esteja feliz, Rebecca. Seja onde estiver. Sua arte venceu a negatividade de muita gente, mas muita gente mesmo, você foi muito forte em relutar e quando todos diziam : PARA DE CANTAR, VAI LAVAR LOUÇA! Você ignorava, perseguiu seu sonho. Isso é lindo. E mais, você não guardou rancor das pessoas, hoje, se te elogiam, você fica mais em paz ainda.
Hoje, você está conhecida. Marcou muitas pessoas. Foi chamada para aparecer em clipes, em filme, tem um canal do Youtube, tem dinheiro pra caramba, e ainda pode desfrutar de tempo com a sua família. E acabou de fazer vinte anos.
Canta. Canta mesmo, e canta mais.
E é por isso. É por isso que eu te admiro.
-
Pra mim, você é o meio entre a identificação e o fascínio / estou tentando te empurrar para o primeiro, mas meu lado sensível e frágil ás vezes fala mais alto
Assinar:
Postagens (Atom)