literalmente estou vendo imagens de -pessoas desde oito e meia, pessoas muitas vezes nao fazendo nada, algumas codizem com o algoritmo programado na minha cabeca dizendo: sim, essa pessoa se importaria com isso, essa pessoa pensaria assim, a que desviou um pouco da curva dei unfollow imediatamente, olhava para essas imagens e pensava uau eu ja tive qualquer vínculo com essas imagens, as pessoas andando pelos corredores da escola de belas artes me parecem espectros, e a lembranca de seus rostos escorrem pelo chao como os relogios do dalí. Todos sentados obediantes diante dos professores falando, e lembro e penso : sinto saudades disso, das discussoes. O ponto é que sao oito e cinquenta e quatro agora, preciso comer e voltar a dormir provavelmente , porque meu tempo é dividido entre trabalhar e tensionar a corda da atencao ,e lembro que a Luana marcou a reuniao pra duas horas, e eu só traduzi tipo vinte paginas, preciso traduzir mais, meu cérebro ja virou gelatina fini derretida, vou descer sem escovar os dentes, que bom que vou estar com a mascara, assim as tias da cantina nao vao se assustar com meu bafo, os caminhoes e barcos roncam um ruído eterno, assim como o fio eterno que nos prende as redes sociais que me deixam tao a deriva que tudo que mais quero sao as famosas interacoes, eu e todo mundo, porque tudo parece falso, tudo parece distante, mesmo compartilhando um desenho meu, qualquer coisa, parece compartilhar um centimetro da minha pele ja morta, me sinto um cadaver escrevendo, um cadaver andando movido por palitos que nem os ratos mortos do flapjack. anseio por conversas de coisas profundas, quando tudo que tenho sao goticulas de chuva que de vez em quando molham minha boca que esta escancarada e com a língua pra fora. Penso vou publicar esse texto assim como estao publicados esses outros e talvez no futuro faca um compilado de textos da quarentena, quem sabe um livro, quem sabe bote eles na minha pesquisa, olha , professores, citei dalí, minha pesquisa tem embasamento teórico, nao é só mariana mitic cuspindo fingindo que é chuva, chorando lagrimas secas em um deserto de mídia. Parada , atolada na lama com só as maos para fora, e o que elas escrevem:
estupidezas, irrealidades, mas se o mundo é esse confinamento de bolhas e algoritmos, aqui faco um oasis de papel, no caso de tela, nao sei se vou imprimir, por que imprimiria: rio de dor, doo de felicidade, por ainda sentir alguma coisa. Sao nove e um , vou pegar o café.
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