porque nao quero ver mais
me venta
porque nao quero ser mais
fui com o vento mas
so a cabeca
os pes estao presos no cimento
e a bunda presa no assento
me assente e diz que tudo fica bem
no final do filme tem um rasguinho
que deixa a imagem granulada
me grava
na memoria e sou dados
mas nao dada, nem vendida ,
uma piscada, uma mordida
sao mais verdadeiros que trezentas mil palavras
ando descalco e procuro por cacos de vidro que furem meu pe
faz cocegas
me venda,
me vendinha de sapos
engolidos pelas dez mil pessoas que preferem nao dizer o que pensam
o que penso e uma cachoeira de obsidiana
as aguas tao turvas tao escuras
e dentro delas tem
peixes
e botos e golfinhos e tubaroes
e voce nao sabe diferenciar
porque no mais fundo do mar
o homem que quer tanto amar
olha pro tubarao e nao percebe
que ele chora porque ta muito fundo
ta muito escuro ta muito estranho
porque nao consigo olhar pro sorriso do tubarao e pensar
ele me ama se eu deixo ele ser, ele dormir com um olho aberto e um fechado
metade do cerebro pensando sera que estarei vivo daqui a um segundo
e o outro nas terras firmes ou aereas dos sonhos tubaronicos
sou o jonas que mora dentro do tubarao
sou o camelo com dentes de tubarao que fala
me vende
me verde me amarela me madura nao me verde mesmo
porque madura tente a apodrecer logo depois
me verde me antes do verde me azul me ciano me violeta
me viola me teclado me baixo me instrumentos
me saudades meus amigos me podia
nao ser inverno hoje
so hoje
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