domingo, 16 de setembro de 2018
pessoas
Por vezes eu penso nos corpos que já experimentaram o meu, os quais já vivenciei. Eles aparecem quase como em uma vitrine , alinhados, cada um com suas características físicas, e queria ter também uma biblioteca de gostos e cheiros. Iria ter o perfume fortíssimo do cara que eu encontrava nos meios de 2014, junto com uma pele sempre quente, grossa, peluda, e um hálito sempre reconfortante. Ao lado desse, teria o cheiro do primeiro homem que eu transei, com um desodorante masculino padrão e, não sei, algo de exótico que vinha ao meu nariz, um cheiro caseiro e único que só voltando para lembrar. Embaixo, o cheiro de camomila do cabelo de outro, e cheiro de roupas limpas, passadas, bem lavadas com amaciante. Empilhado em cima, cheiro de maconha e cabelo. Só isso, maconha e cabelo, mas era um cheiro bem interessante. Passei a fumar constantemente ano passado mais por causa dele, então sempre me remete. Um dicionário de toques ali ao lado, também. Um toque desinteressado, um mais afetuoso, outro carente, outro quase cauteloso. E os olhares, queria ter um mecanismo pelo qual pudesse relembrar todos os olhares penetrantes que olhavam bem dentro das minhas pupilas. Seja os verdes citrino estranhamente virados para cima em êxtase em entrega total, esse verde tao ínfimo tao grandes são suas pupilas, tamanho seu afeto, tamanha sua empolgação, suas pupilas querem explodir e transcender as iris. Ou os verdes profundos e ligeiramente amarelados procurando algo que tenha se perdido no seu vazio e na sua amargura, ou então os castanhos sorridentes, olhos que falam muito mais que qualquer palavra, lindo teu silencio. Os verdes acinzentados que me olhavam com tanto amor que pareciam explodir, olhos melancólicos, olhos que choram, seja de felicidade, de tristeza, choram e pedem mais, suplicam. Também tem os olhos negros de obsidiana, frios e calculistas, mesmo com todo teu calor, seus movimentos matemáticos analistas por trás de qualquer gesto de afeto. Olhos de cobiça, olhos distantes... Sim, você mesmo. Olhos em outro planeta, tentei te trazer a tona, deu certo uma vez. Olhos manipuladores, empoderados, olhos de mil anos, olhos controladores, para longe foram, para o desconhecido se viram. Olhos cansados, acostumados, olhos de paz, castanho-mel , olhos de tranquilidade. Olhos ansiosamente felizes, um tanto beneficamente perturbados, inquietos, olhos de aventura, olhos que precisam ficar vermelhos para se aquietarem, escuros mas que não escondem nada, olhos fáceis, que dá para ver seu raciocínio, seu processo de pensamento, sua reação, faz par perfeito com sua voz animada. Esses e maissssssssssssssssssssssssssssssssss
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