``Parecia que não ia acontecer com a gente
Nosso amor era tão firme e forte, diferente
Não vai dizer que eu não avisei você``
Foi você que me avisou.
Quatro dias.
Foi esse o tempo que ficamos juntos, eu na sua casa, na sua
cama, você em mim. A maioria do tempo. E você se enjoou, e você me disse que se
enjoaria E que fica com as pessoas até que elas enchem o saco.
E eu tenho um problema, eu me cativo muito rápido pelas
pessoas, e como uma boa romântica, sinto que as pessoas se tornam responsáveis
por mim quando me cativam, sou uma maravilhosa inocente.
E você se cansou.
Foi amor à primeira vista, lembra?
Lembra, lembra quando eu estava lá na grade daquele show, e você
olhou para mim, eu olhei para você, perguntei o que você fazia da vida, você me
disse qual era seu curso, qual era sua faculdade, e uma das primeiras coisas que eu te disse foi:
-Uau, você deve ser muito inteligente.
Você é. Inteligente de maneira
arrogante, ás vezes. Ou é só raiva por eu não ser tanto assim.
E então você olhava para mim de
uma maneira que eu quero mas não vou esquecer. Um olhar apaixonado mesmo , e eu
não te disse tchau. Ah, eu nunca te disse tchau.
Eu fui embora e te
deixei lá. Fui embora e curti o show.
Mas cheguei a casa e precisei procurar o nome daquela pessoa
que tanto me marcou.
Só lembrava o sobrenome, procurei na página da sua
faculdade, eu ávida, não descansaria até te achar, no google, procurei no
facebook só pelo sobrenome e não consegui achar.
Então eu fiz o que os desesperados fazem: Chutar.
Procurei quatro vezes só, acho que coloquei Lucas, Matheus,
e... o seu nome. Eu consegui. E Eu fiquei tão feliz.
A primeira coisa que te disse foi:
-``Há! Te achei!
E nós conversávamos cinco horas por dia, direto, eu recebia
suas mensagens, quando eu via que você me respondia, sorria. Não importa o que você
fosse dizer, sobre o que fossemos falar, eu sorria.
E falávamos, e falávamos e nos mandávamos indiretas e tudo
era lindo.
Nós nunca nos dávamos tchau. Nunca. Deixávamos um ao outro
no vácuo, mas nunca dávamos tchau.
Até que eu propus de eu ir te ver. De nós nos encontrarmos,
finalmente.
E fui para aí.
E não resisti a você.
Por quatro dias, eu nunca conseguindo resistir a você.
E eu deitada, olhando nos seus olhos, o olhar mais cálido do
mundo, e você me elogiando e elogiando o que eu fazia. Parabéns, você sabe
iludir uma pessoa.
Eu acreditei, seriamente.
Olhei nos seus olhos e retribuí tudo que você me fazia,
mexia nos seus cabelos e éramos quase um só. Até que eu fui embora.
E na escada rolante da rodoviária, você olha para mim e diz
que vai sentir minha falta.
É isso que me quebra. Eu nunca fui boa em despedidas, nunca
fui boa em dizer tchau, estava quase chorando. Mas não ia te dar o gosto disso.
Não ia te dar o gosto, mas te abracei como se fosse a última
coisa na terra a que me agarrar, como se fosse a coisa mais preciosa que
existisse. E fui embora, e disse que não
ia olhar para trás.
Cheguei no ônibus e chorei, chorei, chorei. Fui falar com você...
ADIVINHA?
Você estava diferente. Menos atencioso. Menos amoroso. Menos
carinhoso, divertido, nada. Parecia que você falava comigo por obrigação. Quase
um mês se passou, desde então. E eu sofri, não queria encarar o fato de que...
foi passageiro, acabou.
Um amigo meu, do mesmo lugar que você mora, falou a mesma
coisa.
``-Foi bom, Mariana. Acabou.``
Até que eu não aguentei mais falar contigo. Há três dias.
Minha mão coça para te escrever, para que eu tente dizer algo que vá trazer a
pessoa que era antes de consumirmos o que quer que tinha entre nós. Mas não. Você
me disse que, for fucks sake, eu preciso deixar as coisas irem embora. Estou
deixando você ir embora.
``Estou aprendendo a viver sem você. Estou aprendendo e não quero
aprender. ``