Enquanto eu recebia um estrangulamento recreativo, apenas
para a mulher que o fazia aprendesse a fazer o movimento certo, eu resistia.
Resistia, ó meu orgulho de fêmea alfa, não deixava aqueles braços que, eu
julgava mais fracos que os meus, apertassem o meu pescoço a ponto que eu
precisasse dar três tapas no ( piso em que bebes brincam, aquilo não era tatame
nem a pau) pseudo tatame. Resistia, e da primeira vez ela disse que meus olhos
ficavam vermelhos. Eu sentia o ar escapando, sentia o sangue parando de
circular, lágrimas vinham aos meus olhos. Mas teimava, me prendia ao oxigênio como
ele o faz com uma hemácia.
Porém, em alguma tentativa dela, eu resisti mais do que
podia. Ela me apertou de tal maneira que eu senti o ar acabando, senti o
sufocamento, mas houve uma fase em que senti algo que nunca havia sentido antes,
uma sensação de flutuar, de perder o controle da mente, algo como sonhar
acordado, você perde o controle de si mas de uma maneira tão fluida, era como
se minha alma estivesse deslizando para fora do meu corpo, e isso eu comecei a
desfrutar disso, essa droga que eu nunca
experimentara antes, durou segundos, mas a intensidade daquilo foi deveras
impactante, a ponto de eu me lembrar ate agora da sensação, sutil e serena,
sentia como se fosse alçar voo.
Quando me recuperei, uns dez segundos depois, sacudi a cabeça,
retomei a consciência plena e me avisaram dos perigos, que eu poderia ter
apagado.
Mas essa sensação, esse metade consciente, metade
inconsciente, foi uma coisa mágica.
Agora eu entendo asfixia auto erótica, se estar nesse estado já é mágico,
imaginem um orgasmo ao mesmo tempo.
Mas o negócio é que eu não estava esperando isso, ou seja,
me pegou de surpresa, como um abraço repentino de um amante, e eu fiquei
encantada. Pena que se ficasse mais tempo no encantamento, eu desmaiaria.
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