sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

encanto do sufocamento

Enquanto eu recebia um estrangulamento recreativo, apenas para a mulher que o fazia aprendesse a fazer o movimento certo, eu resistia. Resistia, ó meu orgulho de fêmea alfa, não deixava aqueles braços que, eu julgava mais fracos que os meus, apertassem o meu pescoço a ponto que eu precisasse dar três tapas no ( piso em que bebes brincam, aquilo não era tatame nem a pau) pseudo tatame. Resistia, e da primeira vez ela disse que meus olhos ficavam vermelhos. Eu sentia o ar escapando, sentia o sangue parando de circular, lágrimas vinham aos meus olhos. Mas teimava, me prendia ao oxigênio como ele o faz com uma hemácia.
Porém, em alguma tentativa dela, eu resisti mais do que podia. Ela me apertou de tal maneira que eu senti o ar acabando, senti o sufocamento, mas houve uma fase em que senti algo que nunca havia sentido antes, uma sensação de flutuar, de perder o controle da mente, algo como sonhar acordado, você perde o controle de si mas de uma maneira tão fluida, era como se minha alma estivesse deslizando para fora do meu corpo, e isso eu comecei a desfrutar disso, essa droga  que eu nunca experimentara antes, durou segundos, mas a intensidade daquilo foi deveras impactante, a ponto de eu me lembrar ate agora da sensação, sutil e serena, sentia como se fosse alçar voo.
Quando me recuperei, uns dez segundos depois, sacudi a cabeça, retomei a consciência plena e me avisaram dos perigos, que eu poderia ter apagado.
Mas essa sensação, esse metade consciente, metade inconsciente, foi  uma coisa mágica. Agora eu entendo asfixia auto erótica, se estar nesse estado já é mágico, imaginem um orgasmo ao mesmo tempo.

Mas o negócio é que eu não estava esperando isso, ou seja, me pegou de surpresa, como um abraço repentino de um amante, e eu fiquei encantada. Pena que se ficasse mais tempo no encantamento, eu desmaiaria.

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