sábado, 4 de fevereiro de 2017

Carnaval da Mariana

Distraída pela página de uma lutadora de UFC. Mas voltamos.

Hoje, de volta de um show do Titãs, saí do Circo voador e me deparei com samba tocando bem alto, ressoando pelos meus ouvidos ainda meio atônitos pelo rock maravilhoso. E então, de maneira inconsciente, aquilo me incomodou, vi homens dando em cima de garotas, e lembrei-me da cerveja e do suor. Mas abstraí. Chegando a casa, me desarrumei, e, conferindo o instagram, via conhecidos postando fotos indo para a praia, ou com roupa de carnaval, e vários falando que ``os trabalhos começaram.`` Eu queria, realmente queria ir festejar com todo mundo, mas me sinto ridícula, não gosto tanto da música, o sol é insuportável, eu poderia muito bem viajar e ir para as montanhas, mas não tenho dinheiro. Então eu fico aqui, vão me chamar para blocos de carnaval, e eu lhes digo, apenas... Levem álcool. Vou levar também. Por quê? Porque no inferno de gente suada e bêbada dando em cima de você, fique suada e bêbada também, essa é a solução mais plausível, se você não quer posar de antissocial. Comprar uma garrafa de Smirnoff... Falando nisso, estou puta da vida, pois a minha garrafa foi para o ano novo e não voltou, saudades dela. Mas então, estarei lá, o sol queimando a minha pele, ouvindo músicas que não são a minha praia, desviando de homens que tentam passar a mão em mim/ me encurralar. Gringos no carnaval são insuportáveis. Eles simplesmente acham que todas as brasileiras são prostitutas, principalmente nostros Hermanos. Eles chegam e falam: Un bejito, e mais sei lá o que. Eu não danço, já devo ter descrito aqui, me sinto ridícula ,pois não consigo sentir a batida e, sei lá, me soltar. Eu penso que estou me mexendo de maneira estúpida, com várias pessoas fazendo o mesmo, olho para os lados e penso: caralho, o que estamos fazendo? Agora você deve pensar: mas Mariana, você gosta de ir para festinhas de rock. Sim, gosto, mas a parte que eu prefiro é estar com os amigos gritando as suas músicas favoritas, batendo cabeça, continua sendo idiota, mas essa música eu consigo sentir penetrando nas minhas veias como alguma droga. Enfim, posso curtir o carnaval, sim. Posso me sujar nas poças com conteúdo enigmático, posso andar quilômetros, escutando música que não me agrada totalmente, ser assediada por milhares de desconhecidos suados e bêbados. Posso, é claro que posso. Mas me deem álcool. 

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