Um dos sonhos mais perturbadores que tive.
Estava eu na casa de algum amigo/a. Tudo bem. De manha,
cerca de dez horas. Resolvo subir as escadas e me encontrar no terraço coberto
da casa, era um dia nublado. Telhas ficavam acima de minha cabeça, mas dava
para ver um espaço aberto. No final do canteiro, umas trepadeiras, umas plantas
altas. Andando um pouco por lá, via uns materiais de construção, uns entulhos,
e uma cama elástica. Eu amo camas elásticas, tenho paixão platônica por elas.
Chegando perto, vejo cerca de três meninos pequenos adormecidos, pergunto ao
dono da casa o que aconteceu, ele me disse que os três estavam brincando tanto
que pegaram no sono ali mesmo. Aqui as
coisas ficam bizarras. O tal dono da casa veio falar comigo, no tal terraço, e
eu sinto algo estranho no meu cabelo, como se algo tivesse pousado nele, se
agarrado nele. Sinto que meu cabelo fica cada vez mais embaraçado, mas tudo
bem. Ainda sentia esses mini empurrões e sabia que tinha alguma coisa errada. O
caseiro falou para mim:
-Acho que tem uma barata no seu cabelo.
E eu gritei:
-AHHH! TIRA, TIRA!
E ele começou a catar baratas presas no meu cabelo, eu
estava quase chorando. Ele tirava várias, fazia um verdadeiro ninho no meu
cabelo, e elas nunca paravam de chegar, e eu só pedia a ele que tirasse logo,
volta e meia eu via alguma presa em uma mecha perto do meu rosto, vontade de
vomitar. E ele arrancando, com força, e eu falo:
-Não é possível. Eu vou virar para frente para encarar esses
demônios.
Então, fica ele mexendo no meu cabelo, e eu de frente para
onde elas vinham. Vem uma, do lado das trepadeiras, voando a velocidades
estratosféricas, E DÁ COM TUDO NO MEU OLHO ESQUERDO. Eu vejo o inseto voando muito rápido, na minha direção, destemido, suicida. Ela basicamente se explode
ao bater no meu olho, que deveria estar protegido pela lente do meu olho, mas não
repele a investida que a barata dá. E assim vem várias, e todas vindo em linha
reta, atingindo meu olho esquerdo. O que aconteceu com o corpo delas? Acho que
foi pulverizado com o impacto, só sei que suas asas se transformaram em
palhetas. Isso, palhetas, de tocar violão, guitarra. Essas palhetas eram meio
grudentas e ficavam se acumulando entre meu olho e minha pálpebra, e eu
precisava ficar tirando, estava me incomodando de verdade. Eu tirava pilhas de palhetas,
as asas mortas das baratas que vinham me acertar. No final, eu não aguentava
mais e estava com o olho esquerdo muito vermelho e inchado, e pedi para ir ao
hospital. Na escada, eu expressei a minha angústia:
-OLHA ISSO! AS ASAS DELAS VIRARAM PALHETAS! PELO MENOS VOCÊS
PODEM VENDER ESSAS DESGRAÇAS!
Mas as palhetas não apresentavam desenhos ou coisas
bonitinhas, eram palhetas brancas, simples, com algo insignificante escrito. E
assim fomos ao hospital. Chegando lá, sou posta em uma maca, e a doutora fala
para meu amigo que ``o meu reflexo tende a cada vez decrescer, se já é ruim
agora, depois vai piorar``, e a causa disso foi a pior possível. Pois eu tinha
muita esperança. (?). Enfim, a médica diz que nós não temos colírio, ela poe
uma compressa com soro fisiológico sobre meus olhos, e sai. Enquanto ela está
fora, tiro a parte do olho direito e procuro por informações sobre o meu
estado. Vejo um quadro na parede que fala sobre Dengue ou Febre amarela tipo B.
Criei uma doença no meu sonho. Essa última seria transmitida por ratos, morcegos,
e ... baratas. Eu começo a entrar em pânico, quando a doutora chega, pergunto-lhe
se tem risco de eu contrair febre amarela tipo B. Ela diz que tem uma
probabilidade muito mínima.
Foi basicamente isso, deveras perturbador.
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