Para ouvir ao som de: https://www.youtube.com/watch?v=cpzzZOi7a0s
Eu queria escutar uma história hoje, para dormir. Não tenho sete
anos, mas dez anos a mais. Apenas. Não acho que escutar histórias seja
ultrapassado e deva proceder somente com crianças. Se você tiver filhos, no
futuro, não hesite em contar histórias para eles. Deixa-los deitados,
embalados, atentos ás suas aventuras. Narre de maneira gentil, legível, e
sempre com muita expressão. Digo isso, pois meus pais preferiam me dar os livros,
eu os folheava, me virava. Mas cá estou, muitos anos depois, carente de alguém
que afague meus cabelos e conte uma história. Não quero uma história que já
aconteceu, uma cópia, não. Quero algo original, do profundo da mente da pessoa,
ou até a mais tosca das crônicas, um acontecimento da vida, uma experiência,
algo novo. A voz humana acalma e embala, seus tons se igualam com as batidas do
coração, pelo menos comigo, e me sinto em paz. Quero compartilhar também minhas
histórias, e todo meu repertório da vida. Enquanto algumas coisas que eu escrevo
passam a noção de divertimento e descontração, esse aqui pretende passar outra
coisa. Um sentimento de melancolia mas... não consigo descrever assim.
Imagine-se em uma noite fria, chove lá fora, e você esquenta leite em uma
chaleira. Pega um copo, se serve, e quando bebe, a quentura do líquido te
inunda, te preenche, uma candidez extrema e sentimento de paz. É isso, eu quero
que você leia e sinta isso, essa sou eu te contando uma história sobre nada.
Sou eu te dizendo como uma história antes de dormir pode fazer com que a
criatividade de alguém voe alto. Não sou muito exigente, sabe, gosto de
histórias tanto simples, narrativas curtas sem muitos detalhes e floreios, a
contos épicos em que até o sabor do alimento que o amigo do servente estava
comendo é descrito, com precisão. Eu quero explorar o imaginário, quero uma relação
mais forte que apenas palavras curtas, sentimentos utilitários. Êxtase e
nervosismo são presentes na vida, mas agora é somente a calma. Pense bem nas
personagens, no cenário, ou então só fale. Fale e me deixe embarcar no tom da
sua voz, me deixe fechar os olhos, parar de encarar essa tela branca que tanto
me arde os olhos, me liberte dessa prisão cibernética, de uma vez por todas...
E é isso, minhas pequenas palavras madrugada adentro, quatro da manhã e quase
ninguém disponível para saciar minha fome de diálogos, os faço eu e eu, então. Não
tenho mais o que falar. Escrevam mais histórias. Me mandem. Boa noite.
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