Descartes : a duvida e a necessidade
por que nao sentar numa poltrona e pensar acerca do fenomeno de que talvez, salvo as condicoes cientificamente comprovadas pelos métodos, nossos saberes dilemas e dogmas nao sejam os ''certos'' ou os verossimeis, mas percebendo o fenomeno do outro imperando acerca de nossa subjetividade:
Por que o brasileiro hoje esta correndo atras de vagas de emprego, fugindo das balas perdidas, ansioso pelas próximas partidas de quaisquer esporte série evento, próximos contatos que amaciem a dura realidade de um país imerso em negacionismo e uma espécie de bolha inacessível, esta semelhante a um útero que armazena, em sentido de comunidade, um grupo unido com muita certeza de algo, só nao sabem descrever exatamente o que é.
É interessante pensar que os negacionistas de hoje podem, sim, utilizar esta dúvida em Descartes para contestar se, de fato, se o quadrado tenha mesmo quatro lados, ou se talvez nao tenha dois, e quem atribuiu quatro como norma estava ligado a ideologia considerada,sob ética religiosa, maléfica, o a ser exorcizado e nao cre no que mal questiona-se. Estamos em tamanha liquidez e instabilidade epistemológica, que, considerando o estado de apagamento e perda de dados benéficos a um sistema em que fatos sao riquezas nao monetarias, o nao questionamento acerca das novas notícias reais apenas no plano virtual ( no momento que existem enquanto coisa, enquanto palavras, atreladas a uma imagem, fornecida pelo meio provedor independentemente de qual seja, façam destas mesmas a realidade vigente forjada pelos membros do objeto bolha. O objeto bolha esta presente em todas as areas, academia, medicina, setor da advocacia, o espaço rua, a ocupaçao que exerce o sujeito, classe social semelhante, gostos e direcionamentos em comum.
Estamos vivendo Orwell: disso nao duvidamos. Se antes dizia Descartes em suas meditacoes: Penso, logo existo, hoje podemos reformular: Reproduzo, logo pertenço, no momento em que pessoas preferem receber manuais acerca de como se expressar em genero, classe, lúdico, sexual, dentre outras esferas, do que forjar seus próprios, por, pelo passado de erros e acertos, vao guiando o cidadao em busca de uma pulsao de morte disfarçada de extase.
Nao conheço, porém, ainda bastante claramente o que sou,eu que estou certo de que sou. Por isso, é preciso que daqui para frente é preciso que eu atente com todo cuidado para nao tomar imprudentemente alguma outra coisa por mim e, assim, nao me equivocar sobre este conhecimento que sustento ser mais certo e mais evidente que todos os que tive até entao.´
Raul Seixas concordaria, se hoje temo e abomino o outro, amanha, em tempos longínquos, sou o outro, me metamorfoseio, tao bom nao se ter certeza obstinada acerca de quem se é, essas possibilidades que conferem a juventude de poder escolher seus caminhos, mas que vao se extinguindo e cristalizando com a idade, faço um comentario: Descartes estava com idade avançada quando escreveu as meditações. Logo, regenerar-se nao esta inerentemente ligado a um corpo jovial, mas uma mente assim.
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