Toma um comprimido, nele está toda a sua saúde mental
Vive pra pagar o comprimido
Seu ar, comprimido
Seu cabelo comprido
de todos os anos que deixou de cortar
Os pulsos preservados
Os ares reservados
Da respiração superficial
Nao se enfie
Mas se encaixe
Nao desfie
Ou procure
Onde começa o fio
Onde nasce o rio
Ou o riso
Nao pergunte
Unte a massa
E passa
Sua vida diante dos olhos
E assa
Seu bolo diante das bolhas
Das maos calejadas
Nas encolhas menos desejadas
Nas escolhas mais ousadas
Deixadas de lado, cobre que nao mais reluz
E essa perna
Que brilha, cobra, seduz
Nao deixai cair em tentação
É o celular teu namorado
E internet sua paixão
Poe o capuz
Se transforma em pessoa máscara
Se reduz
Cospe ri e escarra
Toca a invisível flauta
Inaudível guitarra
Tua banda triunfante
Uma coca cola
É tua bebida revigorante
Te devolve
Vontade de sorver
Te devora
Sem perceber
Te corrói em ácido
Te deita em leito plácido
O gás pode te machucar
A coca te viciar
Camisa de Forçucar
Cheira, bebe, injeta
Patético filósofo profeta
Estúpido mudo poeta
Viva o delicioso sabor
Do que atura
Saboreie o saber da delícia
Que te tortura
Que te costura
De novo e de novo
É infiel, é usura
De novo, e de novo
Ditadura
Da propaganda, do governo
Tira chinelo, bota terno
Chinelo na bunda
Da criança inocente
Aumenta a corcunda
Do idoso descontente
Rebola a bunda
Da novinha indecente
A rua inunda
Desastre crescente
Só mais uma chuva
Só mais uma uva, quero comer
Só mais uma bala, pode ser
Viva
imperativamente como posso ordenar
Quando a próxima perdida
Na calada da noite a espreitar
Pode vir te encontrar
Mas disso nao queres saber
toma mais propaganda
Para te entorpecer
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