quarta-feira, 25 de abril de 2018

Espelhado



Cansado
Dessa alegoria no espelho
É mais que se aceitar
É olhar 
E não querer ver
Toda essa bagagem 
Toda essa negatividade
Todo o excêntrico
Misturado com o centro
e o cerne
Do mal que habita em mim
E todo dia
A tarefa é aniquilá-lo
Joga-lo no espaço
Ele acaba implodindo 
E arruinando tudo que tem por perto
Queria a paz
Dos que simplesmente vivem 
Sem se perguntar por que 
Queria querer menos
Queria olhos claros
E pés pequenos
E não me importar com aparência 
Queria achar tesouros 
No meio da poeira
Onde o próprio pó é ouro
Linho, veludo e couro
Queria valorizar
Queria enxergar 
Queria não querer
O que, no fundo, já temos
E entender
Que nada sei 
E cada dia menos

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