sexta-feira, 6 de abril de 2018

Aventuras no inferno

Vi uma pessoa
Ele tinha olhos verdes cadavéricos
E aparência repugnante
A um ponto que seu semblante
Seu jeito independente de estar
Me incomodava
Vim e o apunhalei pelas costas
E ele quis me matar
Mas quando eu vi todo o sangue derretendo a pessoa dele
Como um ácido corroendo ossos pele e órgãos
Eu pensei
Que boa hora para me matar pela segunda vez
Eu pego uma estaca
E tento enfiar fundo no meu peito
E grito, grito um grito gutural
Não sai nenhuma voz
Minhas mãos caem
Meus pés também
Fico de joelhos
Eu quero acabar com isso
Aniquilar alguma coisa
Tento socar o chão, sem mãos fica impossível
Só acabo fazendo mais machucados
Que, penso, nunca vão cicatrizar
Mas sim ficar jorrando
O sangue metálico
Durante horas
Dias
Meses
Anos
Eu afundo
No mar de sangue
Entra pelos ouvidos
Pela boca
Sou só sangue
Me junto ao vermelho
E volto a ser feto
Morro
Ou estou reiniciando
Nada, nada disso é de verdade
Só resta o sofrimento mesmo
E mesmo o sofrimento é criação
O que eu sinto
É a merda do vazio
Que se infla como um balão
Estou colapsando de novo
Mais uma vez
Indo de encontro a grande parede
Do nada
Quebrando o nariz
As juntas
Os ossos
Me enchendo de nada
Me fazendo me achar um lixo
Por que minha auto estima ficou tao lixo?
O que eu comecei a fazer errado?
Parece que eu voltei a 2014
A mariana voltou a ser estragada
E querendo chamar atenção
Voltei a
Putrefação
Aos homens que querem me comer
Serão abutres
Ás pessoas que me desejam bem
Eu enxergo seu bem de maneira ruim
Estou com uma lente negativa que não consigo retirar
Mas, ao mesmo tempo
Parecia que nada disso era eu
Parece que nada disso sou eu
Não aguento mais
Não tenho vontade de jogar
De desenhar
De nada
Afogada
Devastada
Puta que pariu
De novo não

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