Ontem estava andando pelo incrível e desconhecido( pelos turistas) bairro de Benfica, Rio de Janeiro. Lá, eu vi um céu. Um céu tao lindo.
O azul era algo mais claro que turquesa, um azul tao cristalino, que parecia os mares do Caribe, sem exagero. Parecia que de lá eu ia conseguir ver o reflexo da cidade inteira.
E as nuvens? As nuvens pareciam uma mistura maravilhosa do que seria um algodão e creme, um chantilly, e fiz na minha cabeça algo com uma consistência tao cremosa, como um travesseiro, mas volátil, cheiroso e macio, refrescante até. ( Pois são nuvens)
Me imaginei nadando entre os cremes, fazendo uma espuma limpa e com aroma de baunilha, no meu céu turquesa, que agora ficava rosa e roxo, um céu lindo. As cores nao eram fortes, elas eram uma em degrade com a outra, em perfeita harmonia. Só faltava eu naquele céu, deslizando, em um mar limpíssimo de calmaria e perfume, e eu nadaria com os olhos abertos e nada os faria arder, nao, lá em cima seria somente prazeres, eu nao ficaria cansada, nem precisaria comer, ou de ninguém. Seria só eu em meu céu infinito, deslizando, nadando de costas, fitando o universo.
Vendo as milhares de estrelas, constelacoes, tudo isso flutuando na calmaria, sem ondas, sem atritos, sem estresse. Apenas eu, em um silencio brutalmente reconfortante.
Nao ficaria escuro , seria meu momento parado no tempo, o momento que eu transcenderia aos céus, eu seria leveza, como uma pena, meu corpo se fundiria ao fluido cor de creme, meio dourado, branco brilhante, e disso eu me alimentaria para sempre, seria jovem para sempre, sempre nadando, em uma temperatura quentinha, acolhedora, com súbitos ventos refrescantes, mas nada de extremo.
E então eu despenco do paraíso e volto a realidade.
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