segunda-feira, 3 de julho de 2017

Não dá para apagar

Prazer, meu nome é Mariana
Do rio de janeiro, eu e minha mochila
Que nos bares monta grandes castelos
E neles cochila
Tenho muitíssimos colegas
Para a farra e diversão 
Vários amigos
Para um pouco de calma e compreensão
E realmente pouquíssimos companheiros
Que, eu passando por dificuldades
Me estenderiam a mão
Mas a vida social, apenas minha pessoa talha
E a culpa é minha  
Eu digo que sou errada, uma falha
Com um coração meio bizarro
Que de sombras, torna-se cada vez mais imundo
Eles dizem que sou apenas diferente
E eu lhes digo:
Não são vocês
É a minha mente
Sou a mestre da auto-sabotagem
"Mas que bobagem!"
Eles dizem
Os sábios 
Ou seriam os arrogantes?
Os dotados de inteligencia suprema
Ou os ignorantes?
Enfim
Aproveite a vida 
Deixe-se ser pelos vermes comida
Enquanto você se mata
de estudar
trabalhar
E em um segundo estará morta
Memorável
Incontrolável
Não sou estável
Totalmente sem noção 
Não sou imaculada
Não quero ser domada
Eu não tenho carro
Não tenho teto
Já dizia a canção
Não tenho dinheiro
Nenhuma congratulação 
Ou algum talento esportivo
Nada especial, alguma menção
Não tenho diplomas
Honorários, algo significativo
Além de meu corpo 
Virado para a consumação
Para oferecer-lhes 
Somente tenho um coração
E alguns brindes
Inusitadas histórias 
E as conto decentemente
Muitas de derrotas, algumas de glórias
E, lhes ofereço de peito aberto
Sentimentos que pouco valem
E são ultrapassados
Textos que não são lidos
E são ignorados
Desenhos cuja essência é deixada de lado
E são admirados
Vistos apenas como 
Rabiscos
Minha vida rabiscada, incerta
Sem esboço, livre tinta a jorrar
Feita de caneta
Não dá para apagar


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