para ouvir com: https://www.youtube.com/watch?v=fVIh1MFWDVw
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Se tem alguém lendo isso agora, tente entender meu lado, tente compreender. Acho que vocês estavam com saudades dos textos tristes, pois bem.
Nesse aqui não tem sangue, não tem sexo, não tem risos.
Somente lágrimas que ainda não escorreram, talvez daqui a pouco.
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Ontem a noite eu fiz um bolo de cenoura. Minha mãe havia comentado que era seu favorito, e eu adoro cozinhar doces. Mas a cozinha da minha casa não é minha. É da minha avó. E ela não gosta que eu mexa nas coisas dela. Acha que eu sou um desastre na cozinha, tanto que um dia a mesma comentou que "ELA NÃO SABE FAZER NADA". Essa mesma avó minha apenas não me ensinou. Ela dizia que eu precisava olhar ela fazendo e fazer igual, sabe, sem prática nenhuma, sem realmente aquela afetividade e o desejo de me ver prosperar. Ela simplesmente dizia que eu deveria aprender passivamente, no meu canto, e daria certo.
Desculpe.
Eu não funciono assim.
Mas eu também não sou idiota.
A comida de todo "vagabundo" é o famoso miojo. Aprendi que era apenas botar água para esquentar e tacar o negócio lá dentro, esperar três minutos, está pronto. Fiz muitos miojos, ousava picar umas salsichas, botar queijo, feijão, inúmeros condimentos. Em um belo dia de ano novo, não me lembro de que ano, com fome, boto um ovo para ferver em uma panela. E me encanto, pois depois de esperar, consigo comer o ovo cozido, genial. Do ovo cozido, para ovo frito, mexido. Essa pessoa, minha segunda mãe, me viu e achou um absurdo eu NÃO SABER FAZER NADA. Ela me ensinou a cortar legumes, a fazer macarrão, omelete, limonada ( que, desculpa Josy, FICA AMARGA SIM HAHAH). Enfim. No início desse ano, eu comecei a ousar um pouco mais, minha avó viajou e eu tinha toda a cozinha só para mim. Procurando receitas no google, eu consegui me virar, comprava os ingredientes e fazia a festa. O chato era ter que cozinhar E lavar toda a louça depois. Fiz estrogonofe, panquecas de carne e queijo, macarrão ao sugo e a bolonhesa, mousse de morango, um pavê delicioso de três camadas, dentre outras coisas. E eu fiquei feliz com minhas criações, pois eu deposito amor em tudo que eu faço, seja escrever, seja desenhar, seja cozinhar. Dentre os três, o que eu mais quero agradar é a cozinha, alguma razão no meu interior
*Lá vem você me interrompendo de novo, cada vez que me chama meu coração dispara, medo , angústia, não sei*
Alguma razão no meu interior quer que as pessoas gostem, que me incentivem, tanto quanto fazem com meus desenhos. E eu tento ser melhor, passo a passo em direção a cozinhar decentemente.
Sei que isso é irrelevante, vamos todos morrer e isso vai morrer comigo, mas, sei lá, por enquanto isso é importante para mim, e apenas para mim.
Voltemos ao presente. Ontem eu fui fazer um bolo de cenoura, e com a ajuda de meu fiel amigo cozinheiro, fiz um bolo de cenoura com calda de chocolate. Tive que fazer de madrugada, para minha avó não reclamar de eu estar usando sua cozinha. Não adiantou muito, liguei o liquidificador, e , como uma bomba relógio, fiquei aflita para quando ela aparecesse e gritasse. E ela o fez. Mas isso não me impediu de fazer a droga do bolo. E acho que ficou muito bom. Queria que minha família visse e comesse e visse que eu não sou um fracasso total, que pelo menos de dona de casa eu sirvo. Mas acho que depois dessa, eles me vendem como dote para algum fazendeiro no interior do Brasil, porque o que veio a seguir partiu meu coração, de verdade.
Acordei, vi meus avós comendo café da manha. E eu digo:
-Podem pegar um pedaço, se quiserem.
A minha avó olha para meu bolo e fala:
-Você cobriu esse bolo com o pano errado! E começa a dissertar sobre a ordem dos panos.
Ela me faz pegar o pano certo, e, após isso, empurra meu bolo para o canto da mesa. Simplesmente assim. Tudo bem.
Mais tarde, voltando para a cozinha, tento socializar novamente, em uma tentativa desesperada de socializar e interagir com a mesma, distante há muito, mas ela que inicia o diálogo:
-Mariana, coloquei seu bolo na geladeira.
E eu, tolamente esperançosa, pergunto:
-E então, vovó, comeu para ver se está bom?
E ela responde:
-Não tive tempo, fui a rua.
Mas teve tempo para botar o bolo na geladeira.
Tudo bem, penso eu. Talvez ela não goste de bolo de cenoura. Mas quem não gosta de bolo de cenoura?
Para me deixar pior, ela diz:
-Mariana, estou só esperando você acabar com esse bolo, para eu poder fazer o MEU bolo de milho, porque a sua tia me deu milho, e blábláblá.
Minha avó faz esse maldito bolo de milho desde que eu tenho dez anos, só a junção das palavras "bolo" e "milho" me faz ficar enjoada. Sério. Meu estomago está revirando agora.
Acabar com meu bolo.
Eu.
Que tinha feito quase que para eles.
Que queria qualquer coisa, um elogio que preste, que não ouço há muito.
Muito mesmo.
Um suspiro de afirmação me faria feliz.
Qualquer. Coisa.
E aqui chegamos ao ponto:
Eu fiquei mal.
Eu estou mal.
Por ser uma falha para minha avó.
Por ela não confiar em mim.
Sei que eu não devo esperar aprovação de ninguém, mas ela me criou.
E eu queria ser motivo de orgulho, para...
...Eu me sentir menos pior com relação a minha vida?
E é como se ela tivesse me abandonado, em um momento simples que eu desejava a opinião dela.
Pode ser idiota, pode ser dramático por minha parte.
Mas estou sentindo não a habitual raiva por ela, mas... tristeza. Tristeza profunda, não aquela superficial que bate em você quando alguém morre, ou quando escuta uma música triste, não. É uma tristeza que vai sendo construída aos poucos, moldada, e tem gosto de falha, de fracasso.
Não caíram lágrimas.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
quarta-feira, 28 de junho de 2017
Ânsia
Sábado, 15h30 da tarde. Apenas eles dois, reduzidos a dois corpos
suados e agitados, entretidos um com o outro.
Um corpo de dar inveja, musculoso, cabelos macios como o
pelo de um gato persa. Olhos verdes e um membro avantajado. Esse era o alvo da
vez.
Ele agarra o cabelo
dela, amarrado em um rabo de cavalo castanho escuro de fios finos. Puxa com sua
mão livre, a outra encontrava-se cravada na carne da parceira.
-Mais forte- ela pede. Ela está de quatro, posição comum,
suas nádegas volta e meia batendo contra o corpo sarado do cara. Ela quer mais,
ela quer sentir absolutamente tudo.
Ela geme, mas de leve. É preciso de mais para agradar a
mulher.
-Isso é o máximo que você consegue? Diz ela entre gemidos.
-Vai com forca. Lá no fundo.
Ele tenta, sua com o esforço, ela é insaciável.
Entre as quatro paredes verde-claras, há cinzas, pacotes de
camisinhas usados, roupas sujas, tudo em volta desse santuário que era o
colchão. Furado, faltando forro, mas um santuário, um refúgio.
A cada estocada, ela geme e gane e fala em bom e alto tom:
-Mais. Forte.
O que ele pensa ser “forte” são apenas cócegas para ela.
Ele a morde suas costas nuas e brancas, e isso a impulsiona.
-Vai – ela diz – Deixe marca, morda de verdade.
E ele o fez. Mordeu a mulher de forma brutal, e a mesma
exclamou de prazer.
Dor era prazer.
-Me bate- Dizia ela, por entre dentes. Seus joelhos já
começavam a doer, pela posição.
Ele lhe dava tapas, mas nada da dor que ela
desejava. Era uma cutucada, ar passando pela sua pele.
-Você em cima estava muito bom – ela fala, ele concorda, e
eles mudam a posição.
Ele vai por cima e tenta agradá-la, tenta faze-la gozar
primeiro.
Ela fica emocionada com tamanha dedicação. Mas não era o
suficiente.
-Falta muito? Pergunta ele, em cima dela, suor brotando da
pele dos dois, um beijo intercalando suas infinitas estocadas.
-Bate. Na minha. Cara. De verdade. Caralho.
E ele bateu, em um ponto que o maxilar da mulher estalou de
tao forte que foi o golpe.
-Não mexe com a fera... Disse ela, baixinho.
Aquilo acendeu algo nela. E ela sabia bem o que era.
E ela começou a revidar os golpes.
Ela cravou suas unhas na carne do homem, e mordia.
Pegou seu rosto com a mão, e falou:
-Que rosto lindo.
E desferiu um tapa que trouxe lágrimas aos olhos do homem.
Aos poucos , ele entrou em seu jogo.
Ela queria fazer o ar sair de seus pulmões.
Socos, tapas, puxões, mordidas, arranhões.
-Me deixa roxa, dizia ela, conforme ele mordia a parte
interna de sua perna.
Em um momento, rolando pelos colchoes, ele apertou as mãos
em torno de seu pescoço musculoso.
O ar lhe faltava, doce asfixia, e seu instinto animal agiu
mais rápido.
E ela deu uma joelhada em seu abdômen e chutou com a outra
perna, aproveitando o aliviar do aperto.
O homem rolou para o chão, de quatro.
Ela estava deliciada de prazer, finalmente alguém a par para
entranhar-se com ela, para faze-la sentir algo de verdade.
Ávida por mais, ela montou em cima do mesmo, mordendo suas
costas. Arranhando, fazendo um verdadeiro estrago. Sentia seu cheiro de homem,
sua testosterona altíssima, e a quentura de sua pele.
O agarrou com fortes bracos, o apertava a ponto de até ele
gemer.
De dor.
Em um movimento, ela chutou os cotovelos que se mantinham
apoiados no chão, e ele começou a ficar ligeiramente surpreso, tentando se
desvencilhar, ou virar de lado.
-Mari, não acha que já é demais?
Era a primeira vez que eles transavam.
-Shhh – respondeu ela, montada, nua, em cima do homem pelo
qual apenas o corpo lhe interessava.
Ela prendeu o quadril do homem ao chão, pondo o peso para
cima dele.
Pegou o maxilar do mesmo, mordeu, mordeu seu lábios, sentiu
sua língua quente.
Ela, arranhando e mordendo cada centímetro da pele das
costas do homem, e sentindo o gosto dessa pele, não poderia estar mais feliz.
Ela respirava sua excitação no ouvido do parceiro, tomada
pela fera, tomada pela vontade.
-Mari, chega.
Ele fez um movimento brusco para o lado, para tentar tira-la
de cima dele.
A mulher se assustou e deu um soco na parte de trás de seu
cranio. Reflexos, apenas.
-Caralho, você tá maluca??? Diz ele, imobilizado. Agora o
homem está vermelho, irritado, as mordidas não o excitavam tanto quanto nela.
Ele não sabia de seus desejos. Ele não sabia de suas
peculiaridades.
-SAI DE CIMA DE MIM- ele gritava, conforme o sangue custava
para rolar de suas pequenas fendas nas costas.
-Você fala demais. – Ela apenas conseguiu dizer.
Ela passou o braco carinhosamente pela cabeca do homem,
agora muito barulhento, se remexendo para tirar de cima de si a mulher de mesmo
peso.
Tranquila, ela afagou seus cabelos, sentiu o cheiro de
shampoo de... O que seria? Capim-limão? E suspirou fundo, enquanto ele se
debatia e tentava desferir quaisquer golpes, ineficientes.
Descendo a mão, sentiu seu rosto, sua testa suada, suas
sobrancelhas, passando de leve os dedos pela ponte do nariz.
Até que ele mexe sua cabeça, e morde seus dedos como nunca
tinha mordido quando ela pediu. Sangue começou a brotar do dedo indicador.
Ela se sente viva.
Ela bate no rosto do homem, que emite um som de dor.
E ele começa a gritar:
-VOCÊ É MALUCA, SAI DA MINHA CASA! AGORA!
-Não antes de eu gozar, ela respondeu, em seu ouvido,
sussurrando.
E ele continuou a berrar. Os vizinhos poderiam escutar.
Ela quase teve pena do homem, esparramado no chão, com sua
figura em cima do mesmo. Ele, com seus cabelos suados caindo no rosto, suas
costas castigadas, sua respiração ofegando, o desespero estampado em todas suas
acoes.
A mão, que tentava acariciar o rosto, agora marcado de
vermelho pelo golpe, se direcionou para seu pescoço, e como em um abraco fatal,
ela lhe aplicou um preguiçoso mata-leão, e enquanto o sangue se esvaía do
cranio do homem, ela dizia:
-Relaxe um pouco...
Ele tentava gritar, tentava dizer algo, mas o ar lhe era
sugado dos pulmões.
-Se você tentar falar, vai ser pior, querido...
O homem desmaiou. Ela não permitiu que sua cabeça se
estatelasse com forca no chão, segurando-a, ágil.
E então, lá foi ela, se dar prazer por si só, suas maneiras,
seus esquemas. Mas ela estava feliz. Deitada, esparramada, em cima da carcaça
adormecida do homem. Ele dormia de maneira bonita, com os lábios entreabertos,
as pálpebras repousando, a respiração finalmente constante.
Depois de seu prazer, adormeceu ao lado do homem, e, quando
acordassem, mais uma aventura se seguiria, mal as feridas se cicatrizariam...
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Camisinhas
A história de hoje é LEGAL, escreverei até meu cérebro colapsar
O motivo? estou sem dormir para regular meu sono
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Eu queria que existisse um Sex Shop em frente a minha casa. Pois aí eu compraria milhares de produtos e brinquedos e camisinhas e não seria julgada, seria fácil, seria simples. EU ME TORNARIA AMIGA dos vendedores e eles saberiam exatamente o que me recomendar e me anunciar os produtos novos. Mas não, só há uma loja de suplementos, OUTRA loja de suplementos, uma loja de bugingangas para turistas e assim vai. Sexo vende, as pessoas esquecem disso.
SABENDO QUE sexo vende, lá vamos nós para a história. Mariana está cansada de chegar na hora H com seu bocado de Penises Amigos, ( que ela já aceitou essa relação superficial e carnal recíproca entre pedaços de carne alheios), e a pessoa ou tem camisinha de posto, ou não tem camisinha e quer fazer de qualquer jeito. E ainda há o fato de que as camisinhas podem ser adulteradas, vai saber, TRUST NO ONE.
Estou escrevendo em caps lock pois está o caos no meu cérebro.
EU gosto de ir ás farmácias e analisar as camisinhas. Mas não apenas o que elas fazem, mas suas TEXTURAS, FORMAS, CHEIROS , CORES, é mágico o universo das camisinhas e suas embalagens. Eu quero chegar a frente de uma vitrine com MÚLTIPLOS modelos para poder escolher, como se estivesse em uma loja de doces e tivesse um mundo de possibilidades, escolhas, que caminho seguir, que camisinha pegar. Eu estava com uma em mente: A que tem bolinhas pois me dá mais prazer, aquela texturizada, sabem. E da marca X, pois eles não utilizam Látex, material o qual sou alérgica.
E lá fui eu, em minha odisseia, andar pelas ruas de Copacabana em busca de minha camisinha esperada. Mas eu ia comprar absorventes também, afinal, rosas são vermelhas, violetas são azuis e mulheres sangram. Fui para a primeira farmácia, peguei o absorvente que eu geralmente uso, e lá fui eu examinar as caminhas. Não tinha muitas, e eu fiquei frustrada. Tinha as marcas mais comuns e umas com embalagens toscas, não todo aquele espetáculo de cores e possibilidades que eu esperava.
Resignada, fui procurar a que eu já tinha em mente... Não tinha. Era só a original. E, pasmem ,só havia mais UMA marca com texturizada, e essa marca é ruim. Enquanto analisava as camisinhas, um gentil funcionário me ofereceu uma cesta e eu fiquei ligeiramente envergonhada. Até tentei disfarçar, escolhendo algum sabonete líquido e tal...
Ponderei comprar a camisinha do Star Wars, que brilha no escuro, mas ela tem muito cara de que não funcionaria, que na verdade precisasse desligar todas as luzes e ficar no breu absoluto... Sexo seria um assunto secundário, o sabre de luz ambulante por si só seria mais interessante, e essa desgraça é cara, então nem me dei o trabalho de checar o preço. Mas um dia, um dia.
Não tinha minha camisinha, fui embora e só levei o absorvente. Mas Mariana não desistiria assim tao fácil. Passamos pela academia, pelo restaurante, pela mulher com o cachorro e por uma barata que estava parada bem aleatoriamente no meio da calçada. E foi para a segunda farmácia.
Chegando lá, eu rodei aproximadamente o recinto inteiro, passei por condicionadores, produtos de beleza, desodorantes, refrigerantes, esmaltes, tudo. Até que achei as camisinhas.
-Precisa de ajuda, senhora?
Eu, com a melhor cara de sem-graça, disse:
-Não, obrigada.
E lá fui eu, com a maior calma do mundo, analisar as embalagens. Já estava ficando melhor, mais opções, mais diversidade, mais diversão. Vi uns géis lubrificantes muito loucos, um que esquentava e outro que esfriava e imaginei botando os dois ao mesmo tempo e queria saber como era. Enfim, até que, desajeitada como sou, deixei uma de morango cair no chão, e o "segurança" ou sei lá que caralhos ele era, prostrado atrás de mim, vendo toda a cena, ou apenas vegetando.
Sem graça que só, fui fuxicando e achei o pacote! Mas era com *rufem os tambores* nove camisinhas! Eu compraria, se não fosse quatorze reais, e eu apenas estivesse com nove. Desapontada, mas não vencida, saí da loja, na cara e na coragem, sem comprar nada, com sacola de outra farmácia, pleníssima. Passei pela mesma barata, pela pela mulher com cachorro, mas atravessei a rua, não me dei por vencida, e lá fui eu, quase que sem esperanças, para a terceira farmácia.
Chegando lá, me senti em casa, uma pequena farmácia, mas com uma grande quantidade de opções, exatamente do jeito que eu queria. Marcas que eu nem conhecia, preservativos tao caros que eu me perguntei o porque, e me prometi comprar no futuro. Vi até camisinhas sem lubrificação alguma, e achei graça em outra que estava escrito, embaixo da marca, "Cabeção". Vi camisinhas extra extra grandes, e me perguntei se realmente havia gente que usava isso ou se era mais para melhorar a auto estima das pessoas, e que era mais fácil embrulhar um saco plástico.
Peguei DOIS pacotes, contendo três, pensando que seria cerca de quatro reais. Chegando ao caixa, eu digo, da maneira mais estúpida possível:
-Boa noite, eu gostaria de... *voz diminuindo progressivamente*
*Não olha para a cara do caixa*
*Por que eu só encontro homens nos lugares de comprar camisinha?*
-Err, passa só uma, porque não sei o preço, se for menos que cinco reais... *voz diminuindo progressivamente, novamente*
-É seis reais e quarenta centavos.
.*Suspiro triste por minha parte*
-Ok, vou levar.
Enquanto ele registrava, olhei para o lado e vi 30ml de energético. SIM, 30 ML, a parada deve ser ultra concentrada, e pior, estava escrito "festa, estudo, trabalho", imagina, eu tomo isso e viro uma bola quicante de energia.
Peguei minha -mini-sacola, enfiei dentro de minha sacola normal, e caminhei rumo ao lar, ligeiramente plena, satisfeita, mas também meio frustrada pois terei de comprar mais em breve.
Ela está aqui do meu lado, linda. Nos divertiremos a três em breve
O motivo? estou sem dormir para regular meu sono
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Eu queria que existisse um Sex Shop em frente a minha casa. Pois aí eu compraria milhares de produtos e brinquedos e camisinhas e não seria julgada, seria fácil, seria simples. EU ME TORNARIA AMIGA dos vendedores e eles saberiam exatamente o que me recomendar e me anunciar os produtos novos. Mas não, só há uma loja de suplementos, OUTRA loja de suplementos, uma loja de bugingangas para turistas e assim vai. Sexo vende, as pessoas esquecem disso.
SABENDO QUE sexo vende, lá vamos nós para a história. Mariana está cansada de chegar na hora H com seu bocado de Penises Amigos, ( que ela já aceitou essa relação superficial e carnal recíproca entre pedaços de carne alheios), e a pessoa ou tem camisinha de posto, ou não tem camisinha e quer fazer de qualquer jeito. E ainda há o fato de que as camisinhas podem ser adulteradas, vai saber, TRUST NO ONE.
Estou escrevendo em caps lock pois está o caos no meu cérebro.
EU gosto de ir ás farmácias e analisar as camisinhas. Mas não apenas o que elas fazem, mas suas TEXTURAS, FORMAS, CHEIROS , CORES, é mágico o universo das camisinhas e suas embalagens. Eu quero chegar a frente de uma vitrine com MÚLTIPLOS modelos para poder escolher, como se estivesse em uma loja de doces e tivesse um mundo de possibilidades, escolhas, que caminho seguir, que camisinha pegar. Eu estava com uma em mente: A que tem bolinhas pois me dá mais prazer, aquela texturizada, sabem. E da marca X, pois eles não utilizam Látex, material o qual sou alérgica.
E lá fui eu, em minha odisseia, andar pelas ruas de Copacabana em busca de minha camisinha esperada. Mas eu ia comprar absorventes também, afinal, rosas são vermelhas, violetas são azuis e mulheres sangram. Fui para a primeira farmácia, peguei o absorvente que eu geralmente uso, e lá fui eu examinar as caminhas. Não tinha muitas, e eu fiquei frustrada. Tinha as marcas mais comuns e umas com embalagens toscas, não todo aquele espetáculo de cores e possibilidades que eu esperava.
Resignada, fui procurar a que eu já tinha em mente... Não tinha. Era só a original. E, pasmem ,só havia mais UMA marca com texturizada, e essa marca é ruim. Enquanto analisava as camisinhas, um gentil funcionário me ofereceu uma cesta e eu fiquei ligeiramente envergonhada. Até tentei disfarçar, escolhendo algum sabonete líquido e tal...
Ponderei comprar a camisinha do Star Wars, que brilha no escuro, mas ela tem muito cara de que não funcionaria, que na verdade precisasse desligar todas as luzes e ficar no breu absoluto... Sexo seria um assunto secundário, o sabre de luz ambulante por si só seria mais interessante, e essa desgraça é cara, então nem me dei o trabalho de checar o preço. Mas um dia, um dia.
Não tinha minha camisinha, fui embora e só levei o absorvente. Mas Mariana não desistiria assim tao fácil. Passamos pela academia, pelo restaurante, pela mulher com o cachorro e por uma barata que estava parada bem aleatoriamente no meio da calçada. E foi para a segunda farmácia.
Chegando lá, eu rodei aproximadamente o recinto inteiro, passei por condicionadores, produtos de beleza, desodorantes, refrigerantes, esmaltes, tudo. Até que achei as camisinhas.
-Precisa de ajuda, senhora?
Eu, com a melhor cara de sem-graça, disse:
-Não, obrigada.
E lá fui eu, com a maior calma do mundo, analisar as embalagens. Já estava ficando melhor, mais opções, mais diversidade, mais diversão. Vi uns géis lubrificantes muito loucos, um que esquentava e outro que esfriava e imaginei botando os dois ao mesmo tempo e queria saber como era. Enfim, até que, desajeitada como sou, deixei uma de morango cair no chão, e o "segurança" ou sei lá que caralhos ele era, prostrado atrás de mim, vendo toda a cena, ou apenas vegetando.
Sem graça que só, fui fuxicando e achei o pacote! Mas era com *rufem os tambores* nove camisinhas! Eu compraria, se não fosse quatorze reais, e eu apenas estivesse com nove. Desapontada, mas não vencida, saí da loja, na cara e na coragem, sem comprar nada, com sacola de outra farmácia, pleníssima. Passei pela mesma barata, pela pela mulher com cachorro, mas atravessei a rua, não me dei por vencida, e lá fui eu, quase que sem esperanças, para a terceira farmácia.
Chegando lá, me senti em casa, uma pequena farmácia, mas com uma grande quantidade de opções, exatamente do jeito que eu queria. Marcas que eu nem conhecia, preservativos tao caros que eu me perguntei o porque, e me prometi comprar no futuro. Vi até camisinhas sem lubrificação alguma, e achei graça em outra que estava escrito, embaixo da marca, "Cabeção". Vi camisinhas extra extra grandes, e me perguntei se realmente havia gente que usava isso ou se era mais para melhorar a auto estima das pessoas, e que era mais fácil embrulhar um saco plástico.
Peguei DOIS pacotes, contendo três, pensando que seria cerca de quatro reais. Chegando ao caixa, eu digo, da maneira mais estúpida possível:
-Boa noite, eu gostaria de... *voz diminuindo progressivamente*
*Não olha para a cara do caixa*
*Por que eu só encontro homens nos lugares de comprar camisinha?*
-Err, passa só uma, porque não sei o preço, se for menos que cinco reais... *voz diminuindo progressivamente, novamente*
-É seis reais e quarenta centavos.
.*Suspiro triste por minha parte*
-Ok, vou levar.
Enquanto ele registrava, olhei para o lado e vi 30ml de energético. SIM, 30 ML, a parada deve ser ultra concentrada, e pior, estava escrito "festa, estudo, trabalho", imagina, eu tomo isso e viro uma bola quicante de energia.
Peguei minha -mini-sacola, enfiei dentro de minha sacola normal, e caminhei rumo ao lar, ligeiramente plena, satisfeita, mas também meio frustrada pois terei de comprar mais em breve.
Ela está aqui do meu lado, linda. Nos divertiremos a três em breve
sexta-feira, 23 de junho de 2017
Braços
Não é a pessoa que me encanta
É a sensação, a energia
E o momento
De estar lá
Ao lado de alguém
Que te acolha
Que passe os bracos pela sua cintura e te desperte
Alguma coisa a mais
Desejo, paz
Que esteja contigo, nem que seja por algumas horas
Que te beije
Que te faça se sentir vivo
Que tenha afeto
Que seja simples, sem maiores filosofias
Sem maiores complicações
Sem brigas nem explicações
Nesse mundo frio e superficial
Estando nos lençóis brancos
Não me senti artificial
Me senti menos mecânica
Orgânica
Olhando para a televisão, meio prestando atenção
Meio alheia aos detalhes
Até que em um momento
Éramos apenas os dois, cansados
De olhos fechados, relaxados
Deixando de pensar
Desfrutando de tudo e de nada ao mesmo tempo
Por um momento me senti menos mal
Segurança, conforto
Um afago, o toque em si
E outro corpo
Para que converse com o meu
Sem muito o que falar
É mágico
Queria ter isso sempre
Mas daí não seria tao mágico
Eu penso demais
Discussões, reflexões , ideias legais
E enquanto escrevo, minha consciência, minha mente
Conversa com vocês, através desses textos
Não importa a quem
Mas meu corpo anseia por conversa também
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Viajando com a morfologia
Acho a palavra "Filha" engraçada
É como se fosse "folha", mas com "i"
Filha
É como se fosse "Ilha", mas com F na frente
Filho
É como se fosse milho, mas com o mesmo "F"
O som do "F" é um som meio rasgado
Não tao bruto quando o "R" nem tao suave quanto o "M"
Dizendo o "F", nós soltamos um bocado de ar
"FFFFF", e o ar sendo liberado de nossas cadeias
De dentes
E o conjunto "FI", que te faz fazer uma careta
E que com o resto, te faz abrir mais a boca
O "LHA" que te desperta uma série de movimentos
Com a língua em seu céu da boca
E cordas vocais vibrando
Tudo isso para dizer a palavra
O poder dos encontros consonantais brasileiros é incrível
É como se fosse "folha", mas com "i"
Filha
É como se fosse "Ilha", mas com F na frente
Filho
É como se fosse milho, mas com o mesmo "F"
O som do "F" é um som meio rasgado
Não tao bruto quando o "R" nem tao suave quanto o "M"
Dizendo o "F", nós soltamos um bocado de ar
"FFFFF", e o ar sendo liberado de nossas cadeias
De dentes
E o conjunto "FI", que te faz fazer uma careta
E que com o resto, te faz abrir mais a boca
O "LHA" que te desperta uma série de movimentos
Com a língua em seu céu da boca
E cordas vocais vibrando
Tudo isso para dizer a palavra
O poder dos encontros consonantais brasileiros é incrível
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Quero
Entrar em casa , mas o porteiro está dormindo
Está chovendo
Aperto o botão do interfone
Repetidas vezes
Nada
A luz da portaria está apagada
O lindo homem que tem UMA MISSÃO
que é abrir a porta
Está falhando para com seu dever
Tento assobiar
Mas não consigo fazer aqueles assobios altíssimos
De botar dois dedos na boca e fingir que sou um apito
E a chuva tamborilando nos meus ombros
Ensopando meu casaco
Indignada, penso em achar uma solução
Pular o portão, talvez
Mas quem me ajudaria a fazer uma escadinha
Para que eu pulasse e caísse ilesa
No chão de concreto?
E então eu pensei:
-Foda-se
Tem horas que precisamos fazer barulho
Como a delicada pessoa que sou
Comecei a esmurrar o portão
Uma , duas , três vezes
Nada
Mais chuva, mais molhado
Esmurro mais algumas vezes
Meus punhos acostumados
A socar coisas
E lá vai ele
É acordado de seu sono de beleza,
Provavelmente em sobressalto
Abre o portão para mim
Entro, ensopada
E ainda digo:
-Boa noite.
Ele mal me responde
Apaga a luz
E volta a dormir
Está chovendo
Aperto o botão do interfone
Repetidas vezes
Nada
A luz da portaria está apagada
O lindo homem que tem UMA MISSÃO
que é abrir a porta
Está falhando para com seu dever
Tento assobiar
Mas não consigo fazer aqueles assobios altíssimos
De botar dois dedos na boca e fingir que sou um apito
E a chuva tamborilando nos meus ombros
Ensopando meu casaco
Indignada, penso em achar uma solução
Pular o portão, talvez
Mas quem me ajudaria a fazer uma escadinha
Para que eu pulasse e caísse ilesa
No chão de concreto?
E então eu pensei:
-Foda-se
Tem horas que precisamos fazer barulho
Como a delicada pessoa que sou
Comecei a esmurrar o portão
Uma , duas , três vezes
Nada
Mais chuva, mais molhado
Esmurro mais algumas vezes
Meus punhos acostumados
A socar coisas
E lá vai ele
É acordado de seu sono de beleza,
Provavelmente em sobressalto
Abre o portão para mim
Entro, ensopada
E ainda digo:
-Boa noite.
Ele mal me responde
Apaga a luz
E volta a dormir
sábado, 17 de junho de 2017
Oi
eu em 2014 dando oi pra vocês que leem meu blog
comentem os posts
sério
eu gosto do feedback
Comentem qualquer coisa
Beijos
comentem os posts
sério
eu gosto do feedback
Comentem qualquer coisa
Beijos
Dois dias fora
“Festa”. Somente o nome é legal,
remete a coisas boas, imagens de pessoas rindo, com suas bocas escancaradas e
copos de bebida nas mãos, música ‘’boa”, ( entende-se: da moda), seus “amigos”,
e MUITA DIVERSAO.
Fui chamada para a festa surpresa
de uma colega minha da faculdade, e lá fui eu. Primeiramente, fomos ao bar, foi
legal, pois eu estava animada com algum resto de serotonina que permaneceu no
meu organismo, e nós cantamos e foi realmente legal. E então eu fui para a casa
dessa colega, deitei em seu sofá e dormi.
No dia seguinte, iríamos fazer
uma festa surpresa para ela. Essa colega é muito séria e ás vezes eu fico meio
intimidada por suas atitudes; é uma pessoa maravilhosa, mas não é de sorrisos
fáceis ou brincadeiras como eu sou. (normalmente, pois agora estou mal). Enfim,
eu apenas senti que ela achava minha presença lá desnecessária, ou que não estava
à vontade. Se eu perguntasse a ela, a mesma negaria, “absolutamente não,
Mariana, sua presença me faz muito feliz.”
Eu estava na casa dela, ela fora
com seu namorado, e eu, o pai dela, a namorada dele, os filhos da namorada dele
e o irmão da garota, todos estavam lá comigo. Eu desenhei a filha caçula da
mulher, nós almoçamos, e... Eu não tinha muito que fazer, eu jogava no
computador. O tempo todo. Sério. Se tem uma coisa que eu fiz, foi jogar.
Estou com um vício terrível em
tecnologia. E o problema: Eu não estou gostando disso. Eu prefiro muito mais
ler a ficar vendo coisas inúteis ou falar com gente que não se importa. Mas eu não
estou tendo concentração o suficiente para ler, não estou tendo ingredientes
para moldar a minha criatividade, não. O máximo que consigo fazer é escrever
essas letrinhas pretas em fundo branco para tentar... sei lá, tentar me
desafogar.
-Pausa para checar informações desnecessárias
que apenas consomem meu tempo e não acrescentam nada-
Fomos à festa surpresa da garota,
a abraçaram, vieram tios, amigos, tudo, fizeram a decoração que ela mais gosta,
tinha doces e salgados e bolo e bebidas e tudo muito perfeito. Eu não conhecia
nenhum dos amigos dela, e , como sabem , estou de saco cheio de tentar bancar a
super social como eu sempre fiz, chegar conversando, chegar sendo a Mariana
feliz. Não, a Mariana feliz está do outro lado dessa dimensão, silenciada, ou
adormecida. Ou muito mutilada, muito machucada para se expor novamente.
No lugar dela, está a Mariana
quieta, a Mariana (mais) estranha, a Mariana triste. Essa Mariana foi para a
festa, e ficou lá, prostrada, olhando para todas aquelas pessoas felizes, todos
aqueles sorrisos, toda aquela diversão, e queria estar Lá com eles, ser mais um
entre tantos. Mas não. Eu estava destacada, sentada um pouco mais longe,
mexendo no meu celular. Um bloqueio desceu em mim e não conseguia me intrometer
nas conversas alheias e socializar. Apenas não conseguia.
Depois de um tempo nisso,
chegaram três colegas meus da faculdade. Eu estava tão destruída que, sentada
ao lado deles, não tinha energia nem para me prostrar sentada, e deitei no colo
de um deles. E esse me respondeu: - Não vai ficar na bad não , Mariana,
levanta. Eu queria ter respondido algo interessante, mas nem poderia dizer que
eu tenho depressão de verdade, pois eu ainda não fui ao médico. MAS IREI DIA
TRINTA, IEI. Enfim, conversando com um amigo ( esse sim é um amigo), fiquei tao
triste mas tao triste que estava a ponto de começar a chorar lá mesmo. Novidade?
Não né, já parei de tentar conter minhas lágrimas sempre que elas ameacam
mostrar a minha destruição interior ao mundo.
Eu estava bem triste, como
ultimamente estou, e resolvi observar os amigos dessa garota. Eles a cercavam e
a amavam, e eu estava em um estado nem de inveja pois eu sei que se eu tivesse
uma vida desse jeito , provavelmente ainda seria fodida da cabeça e espantaria
todo mundo, o problema não é com as pessoas, é comigo mesmo, já aceitei.
Havia uma garota que me chamou a atenção.
Ela tinha óculos de fundo de garrafa, um vestidinho preto com rosas que seria
algo que eu usaria, e cabelos castanho claros cacheados. Ela pulava, e falava
alto, cheia de energia, e dizia, com a voz histérica: -ESTOU TAO ANIMADA, ESTOU
TAO FELIZ, VAMOS DANCAR, VAMOS LÁ- e começava a dançar de uma maneira meio estúpida,
a meu ver, meio desengonçada. Mas ela não estava nem aí, ela estava gostando e
isso que importa. Ela tinha energia. E ela deve ser da minha idade ou até mais
velha. Se me botassem para dançar no meio, eu sairia correndo para achar a
cadeira mais próxima para me afundar languidez e no repouso das pessoas
sentadas.
Primeiramente eu achei essa
garota meio irritante. Mas depois achei-a normal e percebi que eu já fui como
ela. Eu já fui a animada, que as pessoas elogiam e que se arruma. Já fui essa
garota, que emana brilho e felicidade e pula e dança mesmo se estiver passando
vergonha, ela não liga, ela só quer se divertir. Já fui assim, Hoje eu
praticamente não sei mais me divertir, não mais. Desenhar se tornou uma
necessidade, jogar se tornou uma necessidade, mas me divertir mesmo, não sei.
Meus colegas até podem me fazer rir durante dois segundos, mas depois desse
súbito acesso a uma sombra do resquício da minha felicidade de outrora, tudo
volta a ficar negro e eu lembro que estou mal.
E assim fico eu, me sentindo fora
de tudo, não pertencente, e começo a brincar de massinha com uma das
criancinhas, nós brincamos de pique, gastei um pouco de energia e fiquei
ligeiramente menos triste ao escutar as risadas deles. Voltei para cima, vimos
um filme (eu e as duas crianças), e pouco a pouco todos caíram no sono. Acordei
cedo, tomei um café legal, dormi um pouco, me levaram em casa em uma magnifica
carona, dormi mais um pouco, cheguei em casa, dormi mais um pouco, joguei,
fiquei mal, e estou mal até agora.
[Muita coisa aconteceu desde que
eu escrevi esse último parágrafo. Eu fui ao bar com um amigo (sim, esse é outro
amigo de verdade, embora more longe, amo a companhia dele) e bebemos cachaça de
mel, eu disse que queria ver o caos, e isso aconteceu, passei mal e tudo mais.
FOI LINDO].
quarta-feira, 14 de junho de 2017
Enjoei
Olá.
Essa é uma das minhas únicas portas de contato com o mundo
exterior.
Fechei-me em meu quarto, com cortinas fechadas.
Virei uma covarde?
Uma imbecil com medo da luz e do barulho e dos gritos
E dos sentimentos ruins
Parei de sentir
Parei de me importar
Escondi-me atrás de telas
Eu achava que alguém ia me ajudar
Estava errada, sou apenas eu, sozinha
Eu que procuro
Eu que tento
Pois bem
Eu enjoei
Cansei de tentar
Eu cansei de tentar manter relações com pessoas.
AMIGOS, digo eu
Tenho tantos amigos
Para festinhas
Nem as festinhas consigo gostar mais
Não são amigos
São colegas
Superficiais em sua essência
Quando há alguma questão séria
Se afastam
O mundo já é muito triste
Imagine se cercar de pessoas assim
Todos tem problemas piores.
Ninguém pode se intrometer nas paranoias dos outros
Ajudar é desperdício de tempo, que significa dinheiro
E ser útil e seguir com a vida
Ajudar é parar no tempo e tentar recuperar algo
Que não tem mais esperança nenhuma de recuperação
Todos estão cansados das minhas lástimas
Eu também
Praticamente desistindo da minha pessoa
Tornei-me autista, será?
No meu mundo pequeno e seguro
No meu canto, desenhando minhas coisinhas.
As pessoas dizem "uau, que lindo"
Menos quando são pessoas se matando e semelhantes
Aí elas ficam assustadas
Não sei, elas não comentam muito esses
E quando pergunto, elas apenas dizem"
"Pesado."
E fico aqui
Lendo meus livros.
Mexendo no meu computador.
Jogando meus jogos.
Muitos pronomes possessivos.
Quase não consigo interagir, fico medindo ações.
Se estou em uma festa, desejo não estar mais lá, ir embora.
Ficar sozinha.
De novo.
Socializar cansa, e minha autoestima está tão baixa,
Que eu não acredito que alguém vá realmente querer ser meu
amigo.
E estou perdendo qualquer confiança que eu já tenha tido
Em quem se diz ser meu amigo
Não tenho muito a oferecer, apenas um bando de preocupações.
Para todas as oportunidades
Fechei as portas
Maquiei meus sentimentos
Ri, contei piadas, fiz pessoas rirem
Mas eu cansei
Fugi para o conforto doentio da minha
Maldita cama.
Essa maldita cama que tanto comento
E que vou sair assim que começar a me entupir de remédios
terça-feira, 13 de junho de 2017
domingo, 11 de junho de 2017
Como eu faria
Chegaria á noite no banheiro, feliz, pois a noite sempre me
acolheu mais.
Fecharia a porta, quando todos fossem dormir, para não ser
atrapalhada.
Sentaria no vaso sanitário, olharia para o teto, pensaria em
tudo que poderia ter sido e não foi.
Pegaria a gilette amarela que tem em cima da mesa. Olharia
para ela, para seus detalhes na lateral, para sua lamina, por final.
Passaria suavemente a lamina, na vertical, pela veia do meu
pulso direito, pois eu sou canhota. Se não fosse desse jeito, iria mais forte.
Se doesse muito, morderia o lábio, fecharia os olhos, talvez eu chorasse,
talvez não.
Depois, cortaria o pulso esquerdo. Sei que uma hora eu
ficaria com raiva, pois não estaria cortando certo e me estraçalharia com a
lamina, sei disso.
Não quero ser uma ‘’vitima de tentativa de suicídio”, não.
Se for, precisa ser para valer.
E quando o sangue estiver brotando dos meus pulsos e eu
puder relaxar no chão do banheiro em felicidade e torpor, eu vou indo embora desse
mundo.
Oito horas depois minha avó terá acordado.
Ela vai gritar para eu sair logo do banheiro.
Meu pai vai tentar falar comigo, tentar fazer alguma
brincadeirinha sem graça que me irritaria mais que tudo.
Mas eu não escutaria mais.
Dez horas depois, eles começariam a ficar, talvez,
preocupados.
Por eles não poderem acessar o banheiro, não por eu não sair
de lá.
E, depois de um tempo que eu não sei quanto, mandariam
arrombar a porta, e lá estaria eu, estatelada no chão, sossegada e dormindo
para sempre.
Aí então minha avó diria que eu sou maluca, doida.
Meu avo ficaria meio em choque, mas depois veria televisão normalmente.
Meu pai choraria e tentaria entender, mas acho que ele
aceitaria, visto que quase não se comunica comigo direito.
Embrulhariam meu corpo em alguma manta, (eu espero que leiam
meu blog, quero ser cremada), e me levariam para o crematório, e haveria meu
enterro.
Espero que as pessoas não falem bobagens sobre quem eu era.
A Mariana era uma pessoa muito doce, gentil, engraçada, sim,
MAS ELA ERA QUEBRADA.
Ninguém a ajudou quando ela precisava.
Fica a dica.
PS: Não vou fazer isso, não hoje, não se eu estiver
adormecida, vou fechar o notebook e voltar a dormir
Não aguento mais esses pensamentos
Ontem, andando sozinha pelas ruas, meia noite e meia, fazia frio, eu pensei que era um lindo cenário para eu me
matar.
Antes que eu conseguisse arquitetar algum pensamento, apenas
veio à tona, lindo e claro como água cristalina:
-Quero me matar.
Você não pode moldar pensamentos.
Quero acabar com a minha vida, mas acho que sou covarde
demais para isso.
Eu penso em alguém chegando pelas minhas costas, mirando a
arma entre as minhas costelas e dizendo:
-Passa tudo, não olha para trás.
Eu diria:
-Atira. Atira mas atira direito, para matar mesmo.
Quando eu desço de avião, eu torço para que ele pouse tão
rápido a ponto de perder o controle e se estatelar com uma parede, como no
acidente de Congonhas.
Mas isso é egoísta, pois não morreria só eu.
Hoje, deitada na cama, dormindo desde as duas da manha até às
quatro da tarde, me veio a imagem de eu ingerindo diversas, inúmeras pílulas de
paracetamol. E falecendo nessa mesma cama em que escrevo.
Já pensei em entrar no mar, na praia que fica a cinco
minutos da minha casa, submergir e nunca mais voltar à superfície.
Já me imaginei me tacando de um lugar alto, talvez do Pão
de açúcar, de modo que a perda fosse total e sem chance de recuperação.
Eu quero ver meu corpo estatelado e quebrado na calçada, o
sangue brotando de todos os meus cantos, meus ossos virados em posições bizarras,
meu crânio com crateras, como uma lua.
Porque aí sim iriam
ver meu exterior igual ao meu interior. Sou uma pessoa quebrada.
Já pensei em me mutilar para ver se ainda sinto alguma
coisa, se ainda sobraram sentimentos, mas também não tenho coragem para isso,
acabo existindo, sobrevivendo, mas isso sim me machuca isso sim me tortura:
viver.
Queria muito que isso acabasse de verdade. Queria que alguém
se importasse, mas acho que nem eu me importo mais.
Acho que eu virei uma máquina, ou que eu era a tal máquina o tempo todo. ( e com defeito, ainda por cima).
No momento, estou meio psicopata, não sinto fome, não sinto
frio, não sinto dor, não sinto nada.
E isso é a pior coisa do mundo.
terça-feira, 6 de junho de 2017
TEXTO BONITINHO FINALMENTE/ Menos o final
Eu estava refletindo comigo mesma, em meu silencio sórdido
E eu adoro meu corpo
Sério
Eu adoro ser gigante;
Adoro a pinta na perna direita que parece a da Angélica
E adoro tirar os pelinhos que aparecem nela;
Adoro como minha barriga é muito neutra esteticamente
Nem trincada nem cheia das gorduras
E mesmo assim ás vezes, quando estou empenhada nos esportes
Os ossos do meu quadril aparecem e é legal os sentir;
Adoro meu umbigo que não serve para nada;
E de como meus dedos das mãos são longos
Adoro como a pele do meu tronco é lisinha e mais clara
Que do resto dele
Adoro meus bracos e como eu consigo abracar muita gente pois
Eles também são grandes
Err.. acho a minha bunda meio flopada, mas gosto dela também;
Adoro meus peitos e como eles são fofinhos mesmo
Quando atrapalham, eu pulo e eles pulam junto
Mas sao lindos e clarinhos e a cor muda de castanho claro
Para rosa, conforme o destino e os planetas querem;
Adoro minhas pernas longas, e de quando eu chego no ônibus
E elas batem no assento da frente e eu tenho que chegar para trás
Adoro minhas batatas da perna, e a sensação maravilhosa que é
Se depilar e as sentir maravilhosamente lisas
Eu adoro o meu corpo, e se eu fosse um estranho
Transaria comigo todo dia, aproveitando cada detalhe
Botando um saco de papel na minha cabeça talvez,
Mas isso são outros 500
E eu adoro meu corpo
Sério
Eu adoro ser gigante;
Adoro a pinta na perna direita que parece a da Angélica
E adoro tirar os pelinhos que aparecem nela;
Adoro como minha barriga é muito neutra esteticamente
Nem trincada nem cheia das gorduras
E mesmo assim ás vezes, quando estou empenhada nos esportes
Os ossos do meu quadril aparecem e é legal os sentir;
Adoro meu umbigo que não serve para nada;
E de como meus dedos das mãos são longos
Adoro como a pele do meu tronco é lisinha e mais clara
Que do resto dele
Adoro meus bracos e como eu consigo abracar muita gente pois
Eles também são grandes
Err.. acho a minha bunda meio flopada, mas gosto dela também;
Adoro meus peitos e como eles são fofinhos mesmo
Quando atrapalham, eu pulo e eles pulam junto
Mas sao lindos e clarinhos e a cor muda de castanho claro
Para rosa, conforme o destino e os planetas querem;
Adoro minhas pernas longas, e de quando eu chego no ônibus
E elas batem no assento da frente e eu tenho que chegar para trás
Adoro minhas batatas da perna, e a sensação maravilhosa que é
Se depilar e as sentir maravilhosamente lisas
Eu adoro o meu corpo, e se eu fosse um estranho
Transaria comigo todo dia, aproveitando cada detalhe
Botando um saco de papel na minha cabeça talvez,
Mas isso são outros 500
domingo, 4 de junho de 2017
Asepredos
Depois de me convencer a ligar para você, lá vem com seu papinho batido que ouvi muitas vezes
Eu sei, para você é simples dizer que se eu estou mal, é só eu parar de me sentir mal.
Para passar, é apenas eu parar de me sentir mal
Rápido assim, em um piscar de olhos, tudo muda, tudo passa
É só eu dizer
SORRIA MARIANA,COMO SOU FELIZ
SAIREI, VEREI O SOL, SEREI FELIZ
AGORA VOU LEVANTAR DESSA CAMA E VIVER A MINHA VIDA, FELIZ E PLENA
Ótimo.Tenho vontade de chorar, vou suprimir isso
E SER FELIZ
Unicamente porque é muito simples
ME DIZ COMO FAZ PARA VOCÊ ARRANJAR ENERGIA DO NADA
Pera ai, já sei, das suas orações
Respondendo : Pois então mãe, não sei se você sabe
Olha... EU NÃO ACREDITO
Basicamente, eu não acredito que eu falando um mantra
Literalmente vai me fornecer energia
E é isso
Maravilha, você foi tao forte
Acredito, você realmente foi, levou muito mais porrada que eu
Sim, mas eu não consigo nem me levantar na cama
E eu não sou você
Respeito suas ideias mas não são suas palavras de incentivo que vão me ajudar
Inútil, irresponsável, estúpida, idiota, escuto isso todo dia
O meu espírito vai mudar apenas se eu disser que nada vai me abalar mais?
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Sabendo disso, tento mudar sozinha
Orgulhosa? Não mais, peço ajuda aos meus amigos
Como a minha família inteira não acredita em depressão
Ou talvez seja só exagero
Rá rá, eu nunca fui a um psiquiatra mesmo
Ria da minha tragédia, ou tenha pena
Ou tenha raiva, raiva mortal/ Da pessoa que tudo tem, menos estabilidade emocional/ e se sente mal
Eu sei, para você é simples dizer que se eu estou mal, é só eu parar de me sentir mal.
Para passar, é apenas eu parar de me sentir mal
Rápido assim, em um piscar de olhos, tudo muda, tudo passa
É só eu dizer
SORRIA MARIANA,COMO SOU FELIZ
SAIREI, VEREI O SOL, SEREI FELIZ
AGORA VOU LEVANTAR DESSA CAMA E VIVER A MINHA VIDA, FELIZ E PLENA
Ótimo.Tenho vontade de chorar, vou suprimir isso
E SER FELIZ
Unicamente porque é muito simples
ME DIZ COMO FAZ PARA VOCÊ ARRANJAR ENERGIA DO NADA
Pera ai, já sei, das suas orações
Respondendo : Pois então mãe, não sei se você sabe
Olha... EU NÃO ACREDITO
Basicamente, eu não acredito que eu falando um mantra
Literalmente vai me fornecer energia
E é isso
Maravilha, você foi tao forte
Acredito, você realmente foi, levou muito mais porrada que eu
Sim, mas eu não consigo nem me levantar na cama
E eu não sou você
Respeito suas ideias mas não são suas palavras de incentivo que vão me ajudar
Inútil, irresponsável, estúpida, idiota, escuto isso todo dia
O meu espírito vai mudar apenas se eu disser que nada vai me abalar mais?
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Sabendo disso, tento mudar sozinha
Orgulhosa? Não mais, peço ajuda aos meus amigos
Como a minha família inteira não acredita em depressão
Ou talvez seja só exagero
Rá rá, eu nunca fui a um psiquiatra mesmo
Ria da minha tragédia, ou tenha pena
Ou tenha raiva, raiva mortal/ Da pessoa que tudo tem, menos estabilidade emocional/ e se sente mal
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