Vou aproveitar que a internet está ruim e tentar descrever
minha situação dramática. Será que é dramática mesmo? Será que eu estou inventando
coisas apenas para chamar atenção? Enfim, vamos lá.
Pó. É isso que há no meu interior. Vazia. Estou sem propósito. Cursando algo que eu não estou afim,
não me dá vontade de sair da cama e ir lá comparecer á faculdade, nem os meus
amigos conseguem me deixar para cima. E olha que eles são maravilhosos. Estou
com problemas para comer, perdendo o apetite o tempo todo, ficando muito em
casa, ficando a mofar em meus pensamentos destrutivos, só afastando as pessoas
ao meu redor, me distanciando de propósito, saindo de fininho, me ausentando
sem ao menos dizer tchau. De novo. Toda a energia com que eu comecei o ano está
se dissipando, não tenho forças para levantar da cama, quanto mais para
estudar. Eu penso em estudar já me dá vontade de chorar, sei lá. Não gostei do
curso, definitivamente, não é para mim. E nisso, estou ficando enclausurada, queria
modificar minha situação mas nada adianta, estou um caco só. Sinto que não tenho energias para lutar
contra isso.
Redes. Eu não tenho vontade de fazer nada, eu fico nessa cama e
espero mais um dia acabar, e mais um dia, e são apenas reclamações atrás de reclamações
por parte de mim, e me sinto sozinha, abandonada, cada vez mais vazia, um
aglomerado de sentimentos ruins que não consegue se extinguir, não acho paz,
acordo cansada, durmo cansada, acordo triste, durmo triste, presa nessas redes maléficas no meu cérebro, que se voltam contra mim, me apertam, me sufocam, me poem contra mim mesma, uma mosca presa em uma rede, imóvel, debilitada. Essa sou eu.
Sabe, me diziam, com treze anos, que isso não era nada, que
era apenas tristeza. Eu desenhava pessoas se matando, se mutilando, chorando,
era apenas tristeza. Aos quatorze, mesma coisa. Aos quinze, idem. Aos dezesseis
comecei a beber, e não bebia pouco. Quando percebi que estava tentando me
enganar ingerindo álcool, parei. Demorou para eu parar. Agora estou eu, com
dezessete, com esse vazio que me importuna e não me dá prazer em nada que eu faço,
é uma tristeza constante, que, embora eu tente suprimir saindo com alguns
amigos, sexo, jogos, ou até mesmo meus desenhos e textos... Não vai embora.
Está sempre lá, e quanto mais eu fico nessa cama, que me enraíza e me puxa mais
pra baixo, mais eu não tenho vontade de fazer nada.
Até quando vocês vão me dizer que isso não é nada? Que é da
idade? Que é só tristeza? Me disseram que eu tinha que me acostumar com a
tristeza, que ela é constante mesmo. Mas isso está me matando, me deixando em
um estado deplorável.
O motivo desse vazio? Não sei. Tenho uma família que me dá
dinheiro para ir a faculdade, tenho amigos que me fazem rir e ter com quem
contar, e gosto muito deles. Tenho comida, moradia, tive educação. Alguns me
chamariam de ingrata. Agradeço muito por ter tudo isso, mas essa gratidão não abafa
a tristeza e o vazio e a agonia constante que eu passo por.
Minha energia? Foi sugada, levada embora, não há mais a
Mariana sorridente e divertida do começo do ano. Não, apenas uma Mariana
cansada, sempre cansada. E com apenas dezessete anos. É engraçado como as
pessoas me condenam pela minha idade, VOCE TEM 17 ANOS, NÃO PODE ESTAR CANSADA,
NÃO PODE ESTAR TRISTE, NÃO PODE TER PROBLEMAS. Genial.
Sad. Ligeiramente muito triste, levemente muito cansada, exausta.
Cambio desligo.
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