O acampamento
Não era um camping nem nada,
Era só eu dizendo que ia acampar
e quem vai comigo? O Daniel, aquele colega que conheci em São Thomé das Letras
Tão intensa foi a nossa conexão, não é mesmo
seus olhos verdes tão claros como se fossem duas piscinas translúcidas
mas a postura arrogante e estúpida
quando estava conversando com você sob efeito de cogumelos
quis arrancar sua cabeça fora
mas você era lindo de olhar,
pena que a transa durou dois minutos, haha
acontece
enfim
fui eu e você para Angra, mas não era realmente angra
Era um complexo de praias muito bizarro
A gente chega a noite numa, mas antes dormimos na casa de alguma parente
e a lidiane tá lá, sim, a Kopke, ela ta ajoelhada me mostrando
os desenhos dela, e tem vários colchãos no chão, a gente se organiza pra dormir
todo mundo direitinho, lembro que deito em um colchão azul
E depois
Chegamos na Ilha, e tem mais uma pessoa com a gente
uma mulher
E a ilha está cheia de pessoas vestidas como se estivessem numa rave
e me sinto confortável, me sinto em casa
Chegando na Ilha, tiramos coisas das nossas mochilas e eu falo:
-Eu trouxe muito macarrão, trouxe uns sanduíches de queijo com *vinagrete?*
E aí tiro um da mochila e como, e não está ruim, mas só como um pedacinho.
Tiro umas bananas, maçãs, mamão, acho que um estava amassado.
Dan diz:
-Eu trouxe arroz, feijão, farinha... só isso que me lembro.
E a garota diz que trouxe coisas também.
Na praia tem vários triângulos de pedra pintados, coloridos, eles estão dispostos na horizontal, achei bem bonita a imagem. O nome dessa era Praia do Labirinto. Atrás desses triângulos, tinham as árvores, uma iluminação bonita, e atrás disso, uma lagoa negra, mas translúcida, queria mergulhar nela.
Olho para ela, ela olha para mim. De alguma forma, amanhece, e estou meio que procurando a praia para achar Daniel e botar, finalmente, minha barraca.
Passo por uma praia, que é a praia da Esfinge, em que há uma Esfinge de pedra gigante com vários adornos dourados, e eu desço primeiro andando, depois eu sento e saio descendo assim, de bunda, até mais ou menos o peito da esfinge, aí levanto e desço, e continuo andando pelas praias, até chegar em uma que tem uma tenda gigante no meio, e uma piscina também, mas é uma piscina não muito grande, mas mesmo assim eu entro, tinha tipo 6 pessoas na piscina, e lembro que o lucas manhães estava na piscina, junto com o pessoal da minha escola, e eles estavam falando pra mim sobre o projeto de deixar a piscina maior, isso com a praia gigante diante de todo mundo. Eu lembro que não falei com muita gente, mas ai fui para uma outra praia que estava mais cheia de gente, tinha corredores com cordinhas em elevações, tipo umas dunas, e umas filas, e muita galera de rave vestida esquisito, e fico procurando o Daniel, e pergunto a alguma pessoa:
-Você viu o meu amigo? ele tem os olhos de cor quase transparente, um verde vítreo...
Boto as mãos em concha ao redor da boca e grito:
-Daniel! Daniel!
E acho minha mãe no meio das pessoas, ela estava conversando com outras pessoas.
E fala algo tipo:
-Oi, meio surpresa.
Mas eu fico mais surpresa e falo:
-Mãe?? o que você está fazendo aqui? Aí eu rio.
E a gente anda juntas por um percurso. Não lembro se a gente conversa. Pergunto onde é a Praia do Labirinto, e apontam para a direção sul, para trás das montanhas, e tava pensando em pegar um ônibus. Mas acho que fui andando mesmo assim. Não me lembro de voltar para o lugar, mas.... O Daniel era uma Ilusão. Ele era só o reflexo de mim, eu gostei da forma de que ele olhou para mim, como um espelho;
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