domingo, 22 de setembro de 2019

meu amor

não é sobre você, ou o seu corpo
pouco me importa a sua casca
mas a sua mente realmente era interessante
mas o "amor" que chamo
é um sentimento de mim voltado para mim mesma
e por isso pode ser tóxico
porque... não existe
porque talvez eu expresso gostar mal
porque talvez eu precise de um ser objetificado para depositar o amor
para poder me chamar sujeito amante
se não, me sinto não-objeto de desejo
e não potência amorosa
então
parto da seguinte batalha de cura
que eu não seja sujeito-objeto de identificação
mas aí é que está
será que estou sendo fetichizada, será que já fui, ou serei? pelo que sou?
em uma sociedade meio fragmentada, meio bizarra
seria inocência dizer nunca teria sido fetichizada
então... como ser indivíduo amante sem ser objeto de desejo
talvez não ser nem um nem outro
porque talvez esse gostar seja um gostar tóxico
talvez o único gostar interessante seja o de gostar como amigo
ou como família
e por sinal, acho o gostar como amigo mais legítimo
porque fazemos coisas por amigos, e os escolhemos

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