Estava em um festival de música eletrônica, quando me
deparei com um colega que não via faz quase quatro anos. Ele disse meu nome, eu
olhei para ele três vezes, uma a visão superficial, a segunda, uma tentativa de
reconhecimento, que assim que reconheceu viu uma terceira vez e ficou muito
surpresa. Muito surpresa, porque nós brigávamos muito, eu achava que se ele me
visse em um lugar, nós nos olharíamos mas não conversaríamos, e isso não
aconteceu. Ele falou comigo de forma amena, abstraindo todas nossas tretas
anteriores, e isso me fez bem, dei um abraço nele, ele disse que seus planos
estavam indo bem, que ele foi estagiar em uma empresa enorme, e eu disse um
pouco dos meus. Senti que o resquício de ressentimento que sentia em mim se
evaporou, e sempre o senti tão parecido comigo, ele reafirmou isso, rimos,
fomos cada um para seu canto.”
Nesse segundo, o ressentimento e a mágoa em mim de 16 anos
se esvoaçaram como pombas sendo livres, e me senti mais leve. Foi ótimo. Grande
Pedro Leonardo. Antes eu competiria com ele, por minha família sempre ter
botado viés competitivo com meus amigos, meus colegas, seja quem fosse. Hoje,
eu espero que ele obtenha êxito, se esforçando.
Me sinto bem por estar me auto curando, acho que a terapia deve ajudar pra alguma coisa. Valeu UFRJ, valeu vida, o ponto alto do meu domingo foi ter me deparado com ele.Eu era uma adolescente com várias questões, deveria ter começado a me analisar desde cedo. Mas é foda, estava querendo arranjar formas de prestar, não estava preocupada com a minha moral.
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