domingo, 22 de setembro de 2019

Leve


Estava em um festival de música eletrônica, quando me deparei com um colega que não via faz quase quatro anos. Ele disse meu nome, eu olhei para ele três vezes, uma a visão superficial, a segunda, uma tentativa de reconhecimento, que assim que reconheceu viu uma terceira vez e ficou muito surpresa. Muito surpresa, porque nós brigávamos muito, eu achava que se ele me visse em um lugar, nós nos olharíamos mas não conversaríamos, e isso não aconteceu. Ele falou comigo de forma amena, abstraindo todas nossas tretas anteriores, e isso me fez bem, dei um abraço nele, ele disse que seus planos estavam indo bem, que ele foi estagiar em uma empresa enorme, e eu disse um pouco dos meus. Senti que o resquício de ressentimento que sentia em mim se evaporou, e sempre o senti tão parecido comigo, ele reafirmou isso, rimos, fomos cada um para seu canto.”
Nesse segundo, o ressentimento e a mágoa em mim de 16 anos se esvoaçaram como pombas sendo livres, e me senti mais leve. Foi ótimo. Grande Pedro Leonardo. Antes eu competiria com ele, por minha família sempre ter botado viés competitivo com meus amigos, meus colegas, seja quem fosse. Hoje, eu espero que ele obtenha êxito, se esforçando.
Me sinto bem por estar me auto curando, acho que a terapia deve ajudar pra alguma coisa. Valeu UFRJ, valeu vida, o ponto alto do meu domingo foi ter me deparado com ele.
Eu era uma adolescente com várias questões, deveria ter começado a me analisar desde cedo. Mas é foda, estava querendo arranjar formas de prestar, não estava preocupada com a minha moral.

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