terça-feira, 10 de setembro de 2019

Apaguei as luzes para ficar mais claro

A textura é lisa, volta e meia seus dedos se deparam com fragmentos móveis
poeiras, instalações instáveis do meio sobre o objeto.
As mãos descem e sobem em U por depressões balanceadas que convergem em pontos
Não são pontos excessivamente pontudos, mas também não passam despercebidos
são picos irregulares, alguns menos espetados
Tem o tamanho de mais de duas mãos para segurar
E dez dedos exercem bem o papel de percebe-lo
Há montinhos imprevisíveis que poderiam ser acidentes
o tempo e o espaço moldando a forma
em uma dessas formas cabe uma bochecha alojada confortavelmente
seu dedo pode deslizar como um skate em uma pista
em um anel de saturno, pois é uma elipse
renomeando a obra, seu nome é eclipse
Se posta entre seus indicadores e polegares, a forma gira
além dos vales, ela também tem zonas de intersecção mais simples e retas
como que duas paredes opostas se encontrando
Entre os dois conglomerados de formas, há um pequeno vale
quase imperceptível ao toque
o dedo mal cabe no buraco, é interessante explorar mesmo assim, mas com cuidado
É como uma fossa abissal no meio da forma, em que só a ponta dos dedos tem acesso
Percorrendo o prisma, sente-se subir até uma aresta em linha reta, e logo depois, descer, ou vice-versa.
As mãos também encaixam perfeitamente nos lados opostos do sólido, vales maleáveis e cômodos em que podem repousar as fatigas carnes humanas.
Vou dormir. Ele também vai

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