caindo sobre a minha garganta
quente
que me cega me deixa surda
não quero dançar
não quero pintar não quero gozar
não porque nao consigo
mas porque o cimento está brotando de dentro de mim
e congelando tudo que tem no caminho
o cimento vai me juntando ao caminho e percebo que
não tenho nada a comer
e se ficar aqui parada
vão me devorar
mas penso
já estou semi digerida
causo acidez ao estômago alheio
pútrida, pisada
e ao mesmo tempo em pé
pelo concreto que racha
e mãos pegam pedaços
para se lembrar de um casca
que já esteve aqui
que casca macia,
sorria
a alma é dura
o meu sangue já coagulou
não tem mais o que chupar
qualquer espécie de tinta secou
e a minha pele está para se separar dos meus ossos
arrogante, pensando preciso me desprender
cair, pender
murchar
como todo o meu ser
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