Nunca me disseram
Que ser um espírito livre seria fácil;
Ao mesmo tempo
Que teu caminho é único
E você, mestre de tua rota
Não existe abandono no dicionário
As coisas Só correm como elas são
Se vais ser vitimista, padece da própria chaga
E lá está, encoleirado de novo
Espírito livre precisa ser humilde
Gentil
Precisa saber lidar com pessoas
Sabe-se lá quando vai precisar delas
Mas o melhor seria que
Nunca
O espírito livre sabe que ele mesmo É o único com quem ele pode realmente contar
E isso é encantador mas ao mesmo tempo pavoroso
Ser sua própria âncora
Sem religião, sem mentores ou setas que indiquem teu rumo
Teus olhos são faróis
E tuas mãos, armas
Carrega na mochila faca
Nobre instrumento branco que talvez possa intimidar
É saber que teus pertences mais valiosos
São tua cabeça e corpo
Não deixe te desnortearem, ou tentarem te adestrar
É saber a hora de chegar
E de retirar
Só pelo olhar e tom de voz
É ser sensível e ser pedra ao mesmo tempo
É não ver a hora de clarear
Viver na esperança e se e prazer com a dança
Que acontece nos bares e botequins
É não se deixar entorpecer pelas drogas
Não se deixar afundar pelas mágoas
É Não ceder pelo peso d atlas que carrega o mundo
É carregar teu fardo pesado, profundo
É ter dimensão de espaço
É saber dar um nó, um laço
Se vestir de cadeado
É não se permitir congelar
Dar um abraço apertado, um beijo molhado
É se permitir, mesmo com a dor , amar
Amar infinitamente
Vendedor, político , arquiteto
Empatia pelos das calçadas
Pois a vida é ríspida
E em segundos
É você que está sem teto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário