Há quem diga que o batom não pareceria com a haste do óculos, em uma observação minuciosa olhando que o vermelho nos óculos é escuro, brilhante de forma a refletir o brilho do ambiente de forma lisa e uniforme, enquanto o brilho dos lábios tem um quê de fosco. E o tom desse vermelho, então, ligeiramente mais claro, olhei nos olhos de camila e via seu semissoriso, um microgesto aguçando a ruga de seu lado direito, e a testa, a testa me intrigara. Percebia que, durante a vida, camila não foi de tentar achar obstáculos para suas quimeras, ela simplesmente desenrolava seus nós, e isso explica a testa lisa. Sabe, as cores de amarelo e vermelho me trazem memória afetiva de quando li o livro Divergente, em que pessoas que se vestiam com tais cores remetiam a Amizade. Em cores quentes, e um colar sugerindo as mais diversas tonalidades, Camila veio, e sem dizer uma palavra, me disse: possibilidades. Onde? Quando? Como? Não posso dizer. É como se fosse uma carta do tarô, carta Camila a tarde, com colar de dança pictórica. Os cabelos, caindo em ondas, mas se mantendo como espirais, lançados ligeiramente para o lado direito, mas é claro que, na perpectiva de camila, seria o lado esquerdo. Com as lentes grossas, resistentes, adentramos a subjetividade de Camila. O encobrir de suas sobrancelhas soa um tanto enigmático, um quê de deixar a expressão ligeiramente mascarada, ou abrandar, poderia ser até mecanismo de dificultar acesso a interpretação de sua feição. Olho nos olhos de Camila, vejo paciência. Poços marrons de águas nem frias ou quentes, mas temperatura ambiente. A cor que pintei minha parede, hoje mesmo, lembra a cor de seus olhos. Por que os poços são marrons? Porque são revestidos por pedras, minerais , que conferem nutrientes e força a água ali presente. Clean, alguns diriam ser seu semblante. Camila me lembra um pouco do conceito do que realmente importaria, se não possibilidades em formatos de contas no colar, óculos para poder enxergar. Esses são óculos limpos, bem cuidados. São óculos que vivenciaram histórias incríveis, algumas delas jamais relatadas. Camila enquadra a câmera perfeitamente no meio, sua composição-corpo, e percebemos que sua cabeça. ,mesmo assim, se desvia ligeiramente para a esquerda, uma nuance. Seus cabelos oferecem um contra ponto para o rosto de expressão relaxada, atenta, mas decidida. Eles são o lado emocional, o desfiladeiro de espirais dançantes que oscilariam com o vento. Assim como o colar, eles apontam para diferentes direções, novamente evocando as possibilidades.
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