sábado, 19 de junho de 2021

Olhos satélites

 Me deixe viver 

Por entre o mar de citrino que são suas iris 

Eternamente de encontro a pérola negra

As ruguinhas de seus olhos se contraem

Sorriem

Enquanto prosa tua sibilas

Vibram, dançam e riem 

Límpidas pupilas 

Que a dilatação das mesmas 

Venha de súbito, a esmo

E em um espasmo 

Me abrace e meus pedaços 

Ressoando em teu peito 

Tão vivos, os que pulsam

Que suavizem úlceras 

Que distraiam quimeras

Até outras eras

Em meu coração, não crateras 

Toneladas de alimento de alma 

Que não vale um vintém 

Mas um milhão 

E me deixam de pé por cinquenta anos ou mais além 

Tão profanos, frágeis 

Planetas que sucumbem ante o alfinete 

Que júbilo ter-te 

Horas incontáveis me separaram de ti

Agora se aproximam em verbete 






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