segunda-feira, 11 de maio de 2020

com sumo

o eu de hoje quer classificar esse dia como ja passado
enquanto eu de dois anos atras insiste em rebobinar o
que nao se vive mais
o eu de amanha nao existe 
só suposições 
o eu de ontem estava com mais esperanc
O eu crianca se pergunta se ele ainda existe
o eu de anteontem nao se lembra o que pensou 
porque pensou dez mil coisas
mas lembra de ter andado nas florestas 
e ter se sentido bem
o eu dos dias somados até agora diz
se sinta bem
o eu de hoje diz
eu nao estou me sentindo muito bem
mas acho que é frescura
o eu de amanha bota uma névoa sobre
se é drama ou realidade
tem algum eu que realmente se sinta bem? 
de alguma forma constante?
sera que tenho uma forma incomoda? 
porque , por nao oferecer nada
volte a ser a barata do kafka
queria produzir coisas fodas
o eu da outra dimensao ja fez um longa metragem
4 exposicoes individuais
2 livros
o eu de hoje produziu duas meias sujas
absorvente usado
o eu dos sonhos sussurra pra mim
porque voce continua se torturando 
como um mosquitinho da luz
olhos exaustos, me chama
me fogo
pra eu te levar pra onde nós queremos estar
longe? ou perto? de outra perspectiva
de outrdimensão, outro fractal 
o sonho é doce e os eus sao a eternagonia
da possibilidade infinita
se a palavra impera, sou maestro escultor dessas construcoes simbólicas
do meu eu sensível-inquieto
é possível ser sensível sem ser inquieto?
é possivel amar alguém em todas suas esferas, todos seus eus
nao sei, porque nao conheço nem todos os meus eus
sei que o cachorro ama todos os meus eus
tenho pena dele? por amar algo indefinido 
ou, no meio da nao definicao 
amar porque ele ama parte falha
e todos os eus inseguros
os eus obscuros
os eus que ficam com olheiras 
os eus que tomam café e xingam quando o programa crasha e nao salva
os eus verdadeiros
o resto das faces tem um que de mascara
nada tem essencia
tudo tem cheiro de ozônio 
pelos buracos da camada,
vejo a via lacte
leite eterno deleite eterno 
dos que nao sentem dor nem prazer
a morte das macas 
a sorte sem dados
eles sao falsos 
cada-falsos o povo brande e brinda
queremos ver um enforcamento
e depois manchados de sangue 
ir a um casamento
tem uns órgaos aleatorios ali
misturados no cimento
ah, era só o Claudio
agora é dos corvos alimento 
esse sou o eu sngrento
me nutro do tormento
e esse sou o eu-poesia, 
rimava o barco da oscilante onda,
e ria, para onde vai desembocar,
esse sou eu condutor, 
sertão nao virou mar
assim como o ser tao estúpido
nao aprendeu amar
nem a eleger líderes sensatos
somos todos patos
patológicos
é a lógica do prazer 
se apaixone por algo, 
ou morra de des-esperanca
antes que eu infarte 
abro no papel-tela um buraquinho 
e me resguardo me salvo narte

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