domingo, 29 de dezembro de 2019
Puta que pariu
Sem celular. Sem óculos. Não me enxergo, não me comunico; Não sei se realmente quero me comunicar, nesse momento estou me comunicando comigo mesma e com a aba do lado do facebook. Tive um sonho super arcaico em que eu ia com o João para um castelo, ele fazia umas compras, deixava essas compras caírem, eu segurei uma pra ele, e a mulher "recepcionista" do castelo perguntou se estávamos juntos, e ele disse que não. Por que desmarquei com ele em cima da hora. Sinceramente, me sinto tão amarga quanto um café sem açúcar e sem cor. Me sinto um saco de ar voando infinitamente, que ops foi afundado por um bando de pedras e estou afundando junto com esse bando de pedras, no fundo do lago. Não estou puta só porque não tenho mais celular, eu quase não falava com pessoas por lá mesmo. Ano novo e o que vai ter de novo? eu tendo que gastar o meu dinheiro inicial em óculos e celular. Mais um óculos, mais um celular. Sei que não deveria "desistir" da arte, mas preciso achar outra coisa que sou boa, não sei; Não sei porque talvez eu seja explorada até os ossos, será que é isso que eu mereço? Não tenho vontade de fazer nada, quero dormir na casa da orientadora maravilhosa e nunca mais acordar, quero me afundar nessa cadeira e morrer. Quero morrer a morte de dez mil maçãs e toda a salada de frutas atrás dela. Tira a desgraça da minha bolsa então, me sinto impotente, não tenho vontade de criar nada, não tenho vontade de continuar na escola de belas artes, não tenho vontade de jogar, de ler, pra que ler sobre o prazer se não se pode praticar? me sinto uua máquina destrutível, um monstro, me sinto desconfortável com as pessoas, me sinto como se não gostasse de ninguém. E então, João vai indo embora, e fico eu só, procurando pelo castelo, passo por quartos, cômodos, escuto vagamente alguém dizendo: "Mitic", e já estou longe. Disse que queri uma cama de casal pra minha casa , pro meu quarto. Quero virar poeira cósmica, ops, eu já sou. A existência dói, ainda culpo a minha mãe por ter me posto no mundo. Tá, pobre mãe, só quera ter um ser que a amasse incondicionalmente. Pra sempre. Em vez de eu ser um ser que ama, virei um ser que geme. Vou viver como um cachorro, pelada, no sítio da ana, comer os vegetais e frutas que eu mesma colher, quero me enterrar, que gracinha que eu sou, ssou um anjo que vomita todas as vísceraas e as pessoas dizem: que fofa. Lindas forças de tentaativa de conexão que estão ao meu redor,, sinto que poderia ir com elas, e sei que não sou diferente de nada, quero decepar os meus membros até que eu vire só um toco que grita, o que você é? Um corpo que grita, respondo. O corpo que grita, a performance: Um corpo no meio do hall, claro , tem que ser no meio, não pode ser em nenhum lugar que não seja no meio, bota uma coroa em cima e pronto, não sei faazer figurino, não sei pintar, não sei cantar, não sei ser, não sei respirar, não sei lutr, eu só finjo e finjo muito bem. O cachorro quer falar comigo, percebe que estou sem energia, me sinto uma pessoa que foi torcida até tiraarem todo o suco, sinto que essa pele em que estou vestida já está prestes a ser descartada, "minha auto-estima está melhor, peguei uma pessoa", hahaha como somos frágeis, como somos toscos, me sinto uma sanguessuga, eu finjo que não vou querer ser uma sanguessuga, entendo você, Lorena, entendo você quando você diz que você é tóxica, que você tem pensamentos ruins, os meus pensamentos não são ruiiiiiiins, é só o que, sei lá, os psicólogos e psicanalistas chamariam de "neurótico|". Eu sei que não deveria me preocupar tanto com dinheiro, e isso é uma merda, dinheiro é uma merda que me faz definhar, porque 1) eu não tenho, 2) eu preciso implorar para ter, 3) sempre parece que eu acabo sendo um objeto, e se era um objeto, agora não dou tanto lucro quanto poderia. Sou um objeto obsoleto, talvez? Um cavalo, eles têm três cavalos, só isso. Meu pai já teve cavalos. Sinto meu coração amargo, sinto vontade de fumar maconha até o meu nariz entupir totalmente, e quando voltar ao rio, vou recorrer a minha última escolha: O Jiu-Jitsu. Não consigo rir, parece que a vida que eu teci está rindo de mim. Me sinto desinteressante, sem amigos, não sei se em algum momento tive algum amigo. Gostaria muito de poder te abrigar, Luiz Renato, mas sei que eu brigaria contigo, nossas personalidades são muito fortes, e um que você nem é da UFRJ, dois, eu me sinto explosiva com você, como se você fosse umas faíscas pesadíssimas. Sinto que não tenho ninguém para conversar, ninguém a quem realmente confiar minhas coisas, talvez eu tenha me tornado pesada demais? Ou só ninguém tem a ver com meus problemas? Mas não eram os amigos a tentar ajudar os problemas, ou os amigos só deveriam ajudar problemas simples? E, sinceramente, acho que nem meus amigos, nem minha família, nem ninguém parece me dar nenhum conselho, na real, parece que ninguém parece me escutar antes. Deveria aprender a fazer artesanato, parece simples mas é bem difícil, precisa-se de paciência, a ciência da paz. Tenho muitas pequenas coisas, lembrei do meu totem, lembrei do meu oráculo, que deveria estar firme e forte, vou voltar a dormir.
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