embalaria nos braços
afastaria e ataria laços
gosto de como seus cabelos caem na sua cara e você não tem cara de nada
teu semblante é a neutralidade dos traços
é um nada irreal
cai bem com teus desembaraços
transcende o estético
é a ilusão da névoa em dia claro de ventos suaves
é o absurdo de abismos com gravidade zero
é o que não aspira, nem espera ruidosamente
é o inacessível em camadas profundas como lentes de contatos escuras
como mergulhar nessas piscinas de águas marrom escuras e ficar por lá um pouco
não como parasita, mas mergulhador semi inexperiente
acostumado a adentrar corpos, mas subjetividades são distantes
e me encanta o que sai dos teus dentes
dos ruídos das mãos, do gesto
em estrada indigesta, você passa como pena
é o horizonte do sensível
para o inferno com beijos
(re-) visão previsível
não quero saber dos fluidos, mas dos desejos
te ouvir falar, que está tão acostumado a ouvir
te ouvir respirar, respiração branda que tremula oceanos
não afim do obsceno, porque os catetos dos teus quadrados
encaminharam os co-senos e os senos
me interessa a hipotenusa
não me interessa projeção,
mas ação
coragem pra te enviar,
que não pareça o que aparências e sensos comuns ditam
mas o que nervos subcutâneos sentem e oscilam
falar através de rima que rema na lagoa infinita na
centésima parte da paciência do que não espera nada
que o corpo que habita essa mente se derreta no subconsciente,
e dissolva por experimentação
um quinto da tua exímia racionalização
mexe os braços, boia
e nada
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