sexta-feira, 3 de maio de 2024

lindu

 te quero

menos que mereces

conforme o laço tece

e a ti me enderece 

um pacote contendo 

uns órgãos, então

quero te ver

quando escurece

e nem mais consigo olhar

noite cortante nefasta

não preciso enxergar 

só sentir basta.

quando adormece,

meu pranto estremece, 

lhe confesso, é muito estresse

nessa vida, contida 

desilusão corta reto

e lhe mergulho

num mar de afeto.

 olhos sorridentes brilham

pés hesitantes trilham

um suave e doce caminho 

vibrantes pérolas solenes 

globos oculares viram 

o mar obsidiano 

em que me jogo

percebe?

mais que tatuadas mãos ranzinzas?

vias paralelas

para além de uns e zeros

no meio há varios cinzas


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