lutam. Sou barroca. Sou barro que esqueceu que era terra. Por isso que gosto da chuva, porque me lembra do cheiro do barro e me lembra que estou vivo. Acho que por isso que gosto de sexo, porque lembro que estou vivo. De arte. De música, de cores, decorando uma casa virei a própria decoração eu sou as paredes e a água que escorre pelas calhas é o meu suor. Escrever por escrever, sem pensar se vai ficar ruim, meu choro, um jorro, minha vida são gemidos de dor e prazer confundidos... A urgência de dizer eu sinto eu quero ser visto e presente, quero um presente, mas me presenteei com um pedal mês passado. Quem sabe esse ano eu consiga me dar de presente um vibrador. Um sugador de clitóris de preferência. Por que o dado é banal, dizer ok seremos um por breves momentos, me cansa. Já sou um, quero me afogar na minha cama para me lembrar se ainda sinto alguma coisa. Estou voando sobre um mar em calmaria e tentando regular meu vôo, a queda é alta, o risco é diário. Cansade de estar vivendo um risco diário, de ter âncoras frágeis, de não conseguir melhorar minhas ferramentas. Queria mais consultas por semanas simplesmente para eu conseguir reportar como realmente me sinto. Uma pressa de fazer as coisas, pressa de aprender, fome, fome de sucesso, de diversão, corpos novos. O último corpo que me envolvi? uma delícia, mas o preço era muito caro, é meio que sempre muito caro e eu prefiro escolher eu. Olhar com carinho para as coisas é um exercício. É colega, eu quero ir pra sua casa e que nós gozemos e nos amemos por o tempo que é escrita uma palavra. Não quero ser mais que uma palavra, não quero ser mais que letras que resolveram se rebelar e ser pós-estruturalistas. Eu quero só olhar. Não quero devorar essa refeição cujo gosto nem sei se gosto. O gosto do desconhecido do fetichizado vai ser sempre o ideal diante do real e talvez essa pseudo fixação com nossos próprios símbolos ícones internos seja tóxica. Sinto como se eu falasse pra ninguém, sinto que o silêncio... o que é o silêncio? estou ouvindo um post rock meio atmosférico com uns synths que se chama still mountains, do Artemis, vou tentar dar uma chance e ouvir até o final. Quero sentir o sol na pele mesmo sem sentir o sol na pele, quero me lembrar o que é ir para a praia. Tomei um chá, foi bom a sensação dele descendo pela minha barriga.
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