domingo, 18 de fevereiro de 2024

Grasno

Grasno

 só me 

rasga

com suas garras

me afaga 

o couro cabeludo

me inundo

minha existência

a seu dispor

me transborda

em transe, torpor

o desejo como suor

que escorre ensopa a cama toda

que nademos em nossos fluidos

perdi minha língua na sua boca 

e ela ainda está lá, se contorcendo, 

em essência. 

te trago mesmo não te levando 

lhe mordo em superfície derme

sorvo cheiro de sua quente carne

para depois se eu tardar a lembrar

de cheiro de vida, êxtase, vontade 

aterradora de viver, um fogo verde brota em nossos peitos e incendeia esse lugar

eu grito é angústia é orgasmo

pego carona na sua respiração

me inspiro e sob essa chamuscada pele

expiro, que pessoa é esta, os olho reviro

mas enquanto você não vem boto esse fogo em um potinho e falo

sua tonta.

TRABAIA MISERAVI, QUE TESÃO NÃO PAGA CONTA

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