Ele estava lá jogado no chão
O sangue esvaindo pelas suas veias,
antes tao cheias
e eu me atentava ás amarras das teias
da segurança
me vinha a mente vaga lembrança
como é mesmo que se dança?
Pego um rim, um intestino
era esse meu destino?
O seguro como se fosse meu par
e tento os meus passos com o arrastar
do fétido membro escorregadio ritmar
Meto minha mão em uma úlcera
quando fico com fome,
tento aproveitar qualquer víscera
e já nem sei se estou comendo o elefante
ou eu
Diante de tamanha comoção
Pedi para minha amiga
Vem cá, me dá uma mão
Vamo tirar essa carcaça imensa do chão
Hoje está frio
Vamos limpar o interior dos ossos
E fazer uma caverna
Se cansarmos da mesmice visceral
Vamos a uma taberna
Pegue o que der pra aproveitar dos restos do bicho
e usa
Pego o coração na mão
ele tem o tamanho de dois universos
Quando a bala o atingiu em cheio
o sangue negro encharcou minha cara
gerando doce repulsa
e ainda pulsa
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