quarta-feira, 12 de junho de 2019

Sobre o nada

Quem fala do nada, não sabe o que faz. Quem diz algo do Nada, transforma-o, ao fazê-lo, em alguma coisa. Dizendo algo, di-lo pois contra o que pensa. Ele se contradiz a si mesmo. Ora, um dizer , que se contradiz, insurge-se contra a regra, fundamental de todo dizer(logos); contra a lógica. Falar do nada é ilógico. O homem que fala e pensa de modo ilógico, está irremediavelmente fora da ciência. Um falar do nada consta sempre de meras frases sem sentido. Ademais, quem leva o Nada a sério, coloca-se a favor do negativo. Favorece evidentemente o espírito da negação e serve apenas ao aniquilamento. Falar do nada não só é inteiramente contrário ao pensamento, como solapa também qualquer cultura e qualquer fé. Ora, desprezar o pensamento, em sua lei fundamental, como destruir a vontade construtiva e a fé, é puro niilismo.
Sou a pura niilista, então. Me sinto um cidadão fora da ciência, no abismo do Nada, com um pensamento vazio e superficial, arrastada pelo negativo, vivendo uma não-existência.

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