domingo, 13 de maio de 2018

virando espelho



Virando espelho
Sorriso vermelho
Sangue mal circula
Olhar tremula
Olhe, acabo 
De tornar
Transfigurar 
De tanto pensar
Refletir
Pronto, meu agir
É teu
Se havia um eu
Se escondeu
Nas sombras há medo 
Mais estúpido segredo
Gesto não original
Não mais identidade
Meu nome
É teu
Meu riso
É raso
Meu voo não mais rasante
Pequeno, cair
E sorrir 
O doce já foi amargurado 
Querida queda
Quebrada
Mas não
Enquanto permanece liso vidro 
E polido
Enquanto raio refletido
Anjo, demônio caído 
Vês meus olhos
Te encaram e vê
Nada 
Muitos nadas
Vazio 
Arrepio
Engaiolada
Alma de tanto atormentada
Virei pedra sem mais caminho
Virei medroso pássaro
Caído do ninho 
Virei espelho, nada passa 
Virei espesso, nada passa
E te aconselho
Continue tendo ideias 
Antes de serem rasgadas 
Sejam fonte de luz
E não condutor
Porque uma hora 
Cessa Passa Acaba 
Amor
E transforma-te em marionete novamente

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