Só quero
Para sempre talvez
Passa dia, ano, mês
Eu rimo
E nenhum
Fregues
Que sumam todos
Que apareçam modos
Que haja aprendizagem
Mas agora
Descanso
Pensamento manso
Travesseiro de dura espuma
Penso pena de ganso
Escrevo, e não canso
Me encantaria cessar
Mas tudo parece sempre
Transbordar
Poderia estar falando do Brasil e suas crises
Ou das crises e praias
Ou dos ladroes e das soraias
As esposas e os donos de empresa
Os que cortaram represa
Os que fazem da faculdade, presa
E congelam vinte anos de saúde e educacao
Que perdem a consciência
Aplaudem a reforma da previdencia
Tiram a profissão do artista
Marielle, Anderson, na luta invista
Tanto sangue me embaça a vista
E a guerra silenciosa dos de fora
Dos que não deixam a bandeira cair
Mas... Uma hora vão embora
E a cobiça
O orgulho, tudo, me faz desmoronar
Na cama e no início do sonho
A mente oculta sobreponho
Para não cair no desdém
Que o subconsciente quer lembrar
E minha mae chegou
Para minha casa eu vou
Dormir
Desmaiar
Me
Desligar
Tire os fios e chore comigo todos esses rios
Vamos por eles navegar
E rir da tragédia, do pathos e do que vier
Para onde
Eu
Ou voce
Quiser
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