sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Pesadelo #TentativaConto1




Pesadelo

“-Abaixe essa arma. “ Disse Lúcia, rica proprietária de uma mansão em Petrópolis, Rio de Janeiro. Era uma noite fresca de verão quando ela foi abordada pelo assaltante, magro, alto, do tipo atlético, moreno com olhos doentios.
“-Me dê todo o dinheiro e joias da residência. “ Ordenou o ladrão que irrompera em sua casa, nocauteara os seguranças, correra dos cachorros.
“-Tudo bem, mas assim fica mais difícil, fico nervosa. “ Disse a mulher, vestindo apenas um leve robe de seda, e se pôs a procurar seus tesouros. Seus ricos cabelos negros estavam embaraçados, seu hálito ruim, detestava aparecer assim, vulnerável e fraca, impotente.
Catou as joias falsas que ficavam no saguão principal, dentro de um baú de madeira e trinco de ouro. Pegou uma quantia relevante de dinheiro, sempre seguida do homem impaciente, a dona da casa armazenando tudo no bolso superior do robe, e de súbito tivera um plano.
Lembrou-se que seu pai deixava seu revolver no compartimento da lareira, e lá foi ela, na direção do mesmo.
“-Que é que você vai fazer aí na lareira? “-Perguntou o bandido, apressado.
“-Só mais joias. “ Respondeu ela, tentando parecer calma, mas totalmente afobada e com coração acelerado.
Empurrou a parede de tijolos onde havia uma depressão até que se abrisse o suficiente para que pudesse agarrar a arma.
Pegou-a, com mãos suadas, tremendo, e apontou para o homem:
“-Saia da minha casa, enquanto ainda é tempo, eu não quero te machucar! ”
A mulher não conseguiria atirar se precisasse, isso ela sabia.
O criminoso congelara, olhando para a arma, e depois do momento de transe, deu uma risada fraca:
“-Ora, a garotinha rica tem um brinquedo- Disse ele. ”- Larga isso, você vai acabar atirando no próprio pé. ”
Uma onda irrompeu-se no interior de Lúcia, e em um movimento impulsivo, apontou a arma para o pé do homem e apertou o gatilho, disparando, o solavanco do movimento a assustando.
A bala correu raspando o pé do ladrão, arrancando sangue, mas nada letal, nem que pudesse causar uma hemorragia.
O homem xingou alto e se jogou na direção da mulher, caindo em cima dela, que se desiquilibrou.
Ambos deixaram suas armas caírem e ficaram no chão, lutando.
O bandido tentava dar socos em Lúcia, que desviava e chutava, desejando estar com seus saltos altos. O homem rasgou seu robe, expondo um seio alvo dela, e preparava-se para um golpe baixo, quando comentou:
“-Olha, a cadela ainda tem tudo firme por baixo da roupa esnobe! ” Rindo por um segundo, até o joelho ossudo da mulher atingir seu membro viril, e o criminoso se contorcera de dor.
Aproveitando o momento, Lúcia começava a levantar para agarrar a arma e se preparar para o pior, até que o homem a agarrou pelo tornozelo, e ela caiu com os cotovelos e joelhos no chão, os cabelos desarrumados no rosto, o criminoso chegou por trás e agarrou seus braços, imobilizando-a, não conseguia se mexer com ele grudado a ela, e percebeu onde o bandido queria chegar, deixando-a nessa posição constrangedora.
“-NÃO! –Gritou ela, aflita- ISSO NÃO, POR FAVOR! “
“-Estou sangrando, sua vadia, você agora vai sofrer. “- Disse ele calmamente, com um brilho psicótico nos olhos, que Lúcia não podia ver.
Lúcia tentava dar chutes para trás para afastar seu malfeitor, mas nada adiantava. Ele levantou seu robe, rasgou suas roupas de baixo com uma facilidade assustadora, como se o fizesse com frequência. Seus braços eram firmemente segurados, ela era totalmente dominada pelo homem, impotente.
Sentiu o membro dele a perfurando, machucando-a devido á aspereza do movimento, ele gritando grunhidos sobre-humanos, lágrimas se formando em seus olhos, ela gritando até doer a garganta, sabendo que seria pouco efetivo, a casa localizava-se no meio da floresta localizada na serra dos órgãos.
Lúcia sentiu o líquido espesso correr por entre as pernas e sentiu o homem perder a força em que a apertava, conseguiu soltar-se e, possuída pela fúria, derrubou-o com um empurrão, chutou-o, mordeu-o até arrancar sangue de seu pescoço, socou o rosto dele com toda a força que lhe sobrava, escutou um barulho de algo quebrando, poderia ser o nariz dele.
O bandido recuperou as energias, e levantou-se para poder possuí-la talvez mais uma vez, cada vez mais excitado com a mulher reagindo. Xingava-a e desejava-a muito.
A mulher começou a correr na direção da cozinha, sabendo que o criminoso estava com o pé machucado e seria mais lento que ela. Muito pouco, estava logo atrás dela, com o desejo estampado na face, respiração rápida, o nariz, partes do pescoço e do pé pingando sangue, ávido por mais dominação.
Conforme o homem chegou na cozinha também, ela falou, firme e decidida:
“-Dessa vez eu fico em cima. “
Lúcia, agora desinibida, ficou por cima do assaltante, totalmente deitado, acomodaram-se ao lado de um armário de cozinha comum.
 Mexia-se a mulher, enérgica, ele batendo-a enquanto os dois envolviam-se. Até que ela gritava, mas agora de prazer.
Quando os dois estavam quase lá, abriu a gaveta mais próxima a seu alcance, sem se desencaixar do homem, pegou um facão de açougueiro que usava para matar porcos, e em um gesto rápido passou pela jugular do criminoso, que atingiu o orgasmo logo após ela retirar-se de cima dele, enojada.
Sangue e sêmen se misturavam, jorrando. O sangue se acumulava em poças ao redor do homem, já praticamente morto. Lúcia, com a face respingada de sangue, olhava para o bandido com desprezo.
Lúcia decepou todos os membros do homem, machadadas rápidas, esfolara sua cabeça e pendurara na parede como um troféu, cortou o membro viril do mesmo, pôs no liquidificador e depois bebeu, o líquido viscoso descendo pela sua garganta como um coquetel quente e revigorante.
Abriu a barriga do homem com um bisturi, retirou seus órgãos moles, porém ainda com vida para vender depois, colocando-os no formol, só um idiota desperdiçaria rins de um não alcóolatra.
Arrancara as unhas do criminoso, analisando uma a uma e perguntando-se porque não o fizera enquanto ele estava vivo, para mostrar-lhe o que era sofrimento.
Estava ficando enferrujada.
Depois, jogou o restante maltratado em seu porão, onde dez outros homens mortos, decapitados, mutilados, torturados encontravam-se. Vermes lhes comiam os olhos, o cheiro de morte e podridão impregnava o ambiente, perfume para as narinas de Lúcia. O bandido seria apenas o décimo primeiro de uma coleção.
O homem em questão era o namorado de Lúcia, Sandro, policial do Rio de Janeiro, e seu autofalante foi deixado para trás em uma casual visita à namorada, que estava se tratando por ter alucinações onde distorcia a realidade e se via sempre como vítima, também se tratando por ser ninfomaníaca, obrigando os homens a se relacionarem sexualmente com ela.
Lúcia, agora, está por trás das grades, pelo assassinato de onze homens. Nenhum relato de seu passado afirma que tivera sido violentada, pelo contrário, muito bem tratada sempre. Lúcia é apelidada até hoje de Mulher Pesadelo.

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