segunda-feira, 7 de outubro de 2024

 Gosto de botar Nelson no final das palavras. Qualquer coisa fica melhor. Fion-elson, Gabri-elsons, Duda-sons, ok duda-sons eu nunca tentei pronunciar não me soa tão bem. Vou sair de minha casinha e já anseio pela hora de voltar. Eu e minha casca de caracol me escondendo de mim e surpresa. Eu estou lá. Não me surpreendi, até me decepcionei. Uma conversa que tem cheiros, esperava que minha cabeça continuasse naquele mesmo lugar, afofada na sua bochecha encaixada entre o vão do seu ombro. Eu me surpreendo por ser uma pessoa tão sorridente. E penso: É desespero, só pode ser. Desespero diante da minha fuga ao ridículo, da minha tentativa de dizer: Por que somos tão sérios, tão cheios de protocolos? Vamos todos morrer. Meus joelhos doem mais que deveriam nessa idade e tenho receio de voltar ao jiu jitsu. Sei lá sinto que essa fase embativa minha, que eu andava minada por aí na rua, meio que foi embora. Virei uma anciã e quero saber das minhas plantas. Quero saber do seu cheiro do seu cabelo na minha cara e as preocupações banham as memórias como um balde de gelo ou como se eu pulasse em um buraco no gelo a zero graus, com os dentes tilitando


como queria dormir por 300 anos.