domingo, 5 de dezembro de 2021

 Me esqueça, bem

apaga a luz 

quero penumbra 

me despir no além

confio mais nos mortos

tres tratados tortos:

traga, passa, passe bem

se ta descontente vem

pensamentos absortos

cortes, carnes, cernes

sou peixe, e a faca que alisa as escamas

o último feixe de desespero

as correntes nas almas ciganas

o suspiro indolor insípido do tropego

o tropeço do arrogante no trafego

libido instigante sufoca o afago

sou a espada da alvorada

que anda pela lapa meio desligada 

a luz que tarda e se embriaga

canto inóspito do planeta

só vejo perfis

perfumes sem cheiro algum

carnes revolvidas se retro-ingerem

na estante obliterado

um livro a ser mastigado

sou a palavra afiada que arde

o vocabulo insano que urge

a maça indomada que morde

larva que morre e ri