Me esqueça, bem
apaga a luz
quero penumbra
me despir no além
confio mais nos mortos
tres tratados tortos:
traga, passa, passe bem
se ta descontente vem
pensamentos absortos
cortes, carnes, cernes
sou peixe, e a faca que alisa as escamas
o último feixe de desespero
as correntes nas almas ciganas
o suspiro indolor insípido do tropego
o tropeço do arrogante no trafego
libido instigante sufoca o afago
sou a espada da alvorada
que anda pela lapa meio desligada
a luz que tarda e se embriaga
canto inóspito do planeta
só vejo perfis
perfumes sem cheiro algum
carnes revolvidas se retro-ingerem
na estante obliterado
um livro a ser mastigado
sou a palavra afiada que arde
o vocabulo insano que urge
a maça indomada que morde
larva que morre e ri