terça-feira, 24 de novembro de 2020

 Prezada PR7 e demais Órgãos, 

Após discutir a questão em assembleia, a CAE e Residência Estudantil se unem para redigir o seguinte documento acerca da questão que engloba a urgência da construção do lar provisório para os cães abandonados bo prédio do Alojamento. Os estudantes, exaustos de terem que lidar com 1) fobias que os deixam desconfortáveis e assustados ao passar pelos cães, 2) preocupações acerca dos cães atacarem pessoas ‘’de fora’’, desconhecidos em geral, 3) receosos acerca da violência com os cães, um mesmo tendo sido atropelado na manhã desta terça feira (24). O motorista teria saído com a placa do veículo virada, sem se responsabilizar pelo animal ou os custos da internação. As imagens coletadas pela UFRJ, após o atropelamento do animal, indicam que o mesmo estava andando na contramão, desrespeitando as leis do trânsito. A CAE e Assembleia Estudantil, então, por meio deste documento pedem encarecidamente uma reunião com o prefeito e a PR-7 demandando que a área da capela seja reaberta para abrigar os animais, uma vez que a mesma não tem sido utilizada por pessoas, pelo contrário, tem permanecido fechada. Os estudantes pedem a reabertura com a justificativa de que os cães, territorialistas por natureza, atacam menos diante do amparo de um teto, proteção contra o frio, o vento, a chuva. Após a reabertura da capela, é vital a reunião com a PR-7 e a prefeitura para a discussão da possibilidade de construção de um abrigo temporário, para abrigar os animais em distância segura de moradores, muitos deles se sentindo acuados ao passar pelos cães, que, abandonados, por vezes se comportam de forma hostil, pois os mesmos ficam vinte e quatro horas expostos e vulneráveis a todo tipo de violência. É vital, assim, o cercamento da residência, para que os cães e moradores possam vivenciar um período de paz, sem a preocupação de encontros com pessoas desconhecidas, armadas ou não, nas redondezas. 

Além disso, pedimos um encontro da CAE e PR-7 com um representante do SEMA, Sistema Monitoramento Animal Ambiental, para que possamos discutir possíveis parcerias e a questão de mobilizar cuidadores no local para que os animais tenham assistência.

Atenciosamente, 

                     CAE e Residência Estudantil.


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 estou triste porque estou ansiosa. Queria saber pintar digitalmente tanto quando a Luana , me sinto uma merda e sei que tenho que me concentrar pra fazer as coisas mas acho que não estou conseguindo por causa da competição + porque estou de férias, mas não estou realmente de férias... E porque estou de saco cheio de arte, tipo arte ARTCH, dissequei tanto a ARTCH que to meio enjoada. Meu estômago está sempre contraído, e sinto que não tenho muitos amigos para conversar sobre isso, na verdade quase nenhum, tem a Luana, perdida nas paradas dela, mas sinto que ela dá menos atenção aos meus problemas que eu gostaria, sei que não é obrigação dela, é foda. Me sinto tipo que nem uma otária trabalhando nos carros e ela fazendo coisas pra ganhar dinheiros. Minha mão está realmente doendo e isso me impede de escrever, desenhar com essa mão, afins. E ainda vou competir no Jiu Jitsu, Oba. Estou com medo, ansiosa, tenho vontade de escapar de tudo dormindo , grande vida

terça-feira, 17 de novembro de 2020

mitic comenta froid p2

São os próprios efeitos do progresso da vida moderna que participam de um tipo de produção de subjetividade, em que o homem ocidental vem a se constituir fundamentalmente por uma agressividade que marca todo o desenvolvimento do eu, e levá-lo a se realizar como indivíduo no “isolamento da alma” (sociedade cabide de Bauman) e na “derrelição original”.

O que seria a sociedade cabide?

O que seria essa agressividade que marca o desenvolvimento do eu? De onde ela vem? Como ela se constitui? Será que ela é a demarcação do território de um , que tenta se demarcar, se distinguir , e falha?Essa frustração projeta o ser para fora, depositando o peso de uma frustração-sexual-territorialista-identitária no outro?  

Esse indivíduo acaba por se confundir com o ser de nada (Nihil) e por naufragar na fragmentação original – alguns autores (STUART HALL, 2003) elevam esse signo, junto com a multiplicidade e a crise de identidade, a um traço preeminente da pós-modermidade – à que articulará uma série de sofrimentos diferentes aos reconhecidos para as neuroses de transferência.


Já a pós-modernidade ou modernidade líquida é caracterizada pelo capitalismo leve, pela incerteza e fluidez. Nesta fase da modernidade, a possibilidade de escolha se torna o atrativo, a gama de oportunidades dispostas, faz com que a sociedade se torne uma sociedade de consumidores,


Consumidores de corpos, não quero mais escolher, eu sofrer a tensão de ser escolhida, sou uma vampira cansada da eternidade e fecho as cortinas. Tudo é muito limpo, muito cheiroso, muito rosa, muito amarelo, muito vermelho, fecho os olhos, muita luz, muito barulho, muito, muito, muito.


O autor referido caracteriza a identidade como a tentativa de transformar a vida em uma obra de arte.

Nessa parte eu bugo, quero ter uma vida para ter... uma história legal para contar?

Acho que prefiro contar as histórias dos outros, sei lá

Minha história é legal mas.... Ah , não estamos mais comentando Fróid, agora é o homem árvore.

numa sociedade de consumo, compartilhar a dependência de consumidor – a dependência universal das compras – é a condição sine quo non de toda liberdade individual; acima de tudo da liberdade de ser diferente, de “ter identidade” (BAUMAN, 2001, p.98)

De ter identidade. Eis o problema. Posso fazer trabalhos relacionados a isso, porque é realmente um problema. Ninguém tem identidade, só quem tem a identidade do dinheiro? É a dependência da Luana em comprar roupas do neopets ou das dançarinas de K-POP. Luana e o eterno fetiche.

“comunidade”, cujos usos principais são confirmar, pelo poder do número, a propriedade da escolha e emprestar parte de sua gravidade à identidade a que confere “aprovação social”, deve possuir os mesmos traços. Ela deve ser tão fácil de decompor como foi fácil de construir. Deve ser e permanecer flexível, nunca ultrapassando o nível “até nova ordem” e “enquanto for satisfatório”

Confirmar. Aprovação social= aniquilação da tensão social. O indivíduo e sua necessidade de ser aceito. Até que ponto é verdadeira aquela frase de facebook ''Não ligo para o que os outros pensam!'' Nesse exato momento você liga para que pessoas que também não ligam para o que os outros pensam se agreguem a você e assim vocês tenham um sentimento de bando, de pertencimento, de eu e você em modus operandi de pensamento diverso de um [eles] que, supostamente , [ligam para o que os outros pensam].

Diferentemente do que ocorria nas comunidades da modernidade sólida, que se formavam em torno de interesses comuns e de longa duração, as comunidades da modernidade líquida se formam em torno de eventos, autoridades ou celebridades, fundadas em interesses individuais (BAUMAN, 2001).

Bauman (2001) conceitua autoridade como conselheiros que se tornam agradáveis e seduzem quem os escolhe. Felipe Neto ai. 
‘a autoridade amplia o número de seguidores, mas no mundo de fins incertos e cronicamente subdeterminados, é o número de seguidores que faz – que é – a autoridade’.
Somos todos messias, competindo pelo gado. Quero mil cabeças para me admirar e me venerar, quero público.
‘fazer moda não é apenas desclassificar a moda do ano anterior, mas desclassificar o produto daqueles que faziam moda no ano anterior, portanto, desapossá-los de sua autoridade sobre a moda
Será que vale o mesmo sobre a arte?
 A moda possui inegável poder de atração e sedução, servindo como meio para a concretização de dois anseios humanos: o desejo de inclusão e da individualização (BAUMAN, 2011) Sempre isso né.

Um trabalho: Escolher dez amigos para vestirem a mesma roupa na eba durante um mês.

O pertencimento e a autoafirmação buscam suportes em comunidades cabides, que atuam como uma segurança para expressão e construção das identidades no mundo líquido-moderno.

Dessa maneira, o sofrimento (souffrance) da neurose moderna suspende o sentido, troca a verdade pela manifestação pura do sofrimento. Não a elisão nem substituição de significantes. Esse sofrimento não se intercambia com significantes, com verdades. Diante da pergunta: o que significa esse sofrimento? a resposta que achamos tem estrutura tautológica: o sofrimento é o sofrimento. Assim, o vemos objetivar-se nos fatos, cobrir um dizer, dificultá-lo ao máximo e impossibilitar toda tendência a se tornar sintoma.

Vemos que a “liberação” das instâncias simbólicas, das tradições, da história e do complexo de Édipo não nos leva diretamente até a terra prometida; pelo contrário, nos confronta com a divisão, com os efeitos da lógica significante, mediante um “despedaçamento” em que a dialética do ser e do nada se experimenta nos efeitos imaginários do eu.

A liberação, libertação do Zaratrustra não trás alívio. Em coletivo, insatisfeito, o que estou fazendo aqui? Em isolamento, nada disso me representa, será que necessito do calor do convívio?

Comunidade imensa, no limite entre a anarquia “democrática” das paixões e seu nivelamento desesperado pelo “grande zangão alado” da tirania narcisista, está claro que a promoção do eu em nossa existência leva […] a realizar cada vez mais o homem como indivíduo, isto é, num isolamento [...] sempre mais aparentado com sua derrelição original (LACAN, [1948] 1998, 124).

Ah, o isolamento, tao polemico.se não desejo, o que sou? será que vale mais virar uma monja? 

eu quero viajar ver lugares, mas ao mesmo tempo quero ficar em paz comigo mesma... estudando? talvez.  

Essa “liberação” do Outro, das formas sociais e culturais, essa ruptura da dialética entre as paixões e as saturações sociais, longe de atingir alguma liberdade ou de achar um ponto de fuga para os efeitos de determinação inconsciente, encontra, no desenvolvimento do eu, a tirania do narcisismo e a promoção dos seus tipos particulares de sofrimentos.

Lá vem o Ego, neurose aqui, neurose acolá

Lá vem o Ego, para vir te irritar.

[...] a neurose de autopunição, com os sintomas histérico-hipocondríacos de suas inibições funcionais, com as formas psicastênicas de suas desrealizações do outro e do mundo, com suas sequências sociais de fracasso e de crime.

Essa neurose é muito real. Autopunição histérica, não sei o que significa Psicastênicas, mas o nosso superego, a vontade de ser algo exterior ao próprio corpo, a vontade de ser uma ideia, transcender, mas o corpo é compacto, o corpo ainda é pouco.

A identificação narcísica causa uma série de sofrimentos: Por que COMIGO? Eu deveria ter conseguido tal cargo, EU, EU, EU. Somos todos crianças mimadas? Isso causa agressividade também né, EU deveria ficar com fulane , não o outre, então fico agressive.



domingo, 8 de novembro de 2020

 preciso do silêncio para contemplar o que realmente quero.

Quem realmente sou.

As questões de ataques a minha pessoa dizem muito mais sobre a autoestima

e a fragilidade dela.

Os ataques na aula de escultura também.

Talvez doa em mim porque realmente

não tenho muitas referências sobre meu trabalho

quero fazer um trabalho semelhante ao da Nise

e não uma coisa especialmente autocentrada

por isso quero fazer essa pós em psicologia

ou fazer o curso inteiro de psicologia mesmo, 

fodaci

quero saber como lidar com as pessoas

sem ser um bode expiatório

quero me impor sem ser agressiva

e trabalhar para que eu não guarde coisas

mas guardo um monte de coisas

me lembro uma das primeiras vezes

que eu disse

não faça

e a júlia pegou um batom de manteiga de cacau

e usou e eu vi que a ponta ficou toda torta

sonhei com ela esses dias

sonhei que ela morava no alojamento

e eu dizia que a familia dela tinha dinheiro

para ela ceder o quarto dela

é engraçado

mulheres bem sucedidas que tem amigos e saúde mental boa

sei lá

júlia, bruna, luisa 

fico olhando pra elas e desejo ser como elas

acho que me pré ocupo demais

me pre ocupo de ser a sombra que já fui

mas 

na verdade

tenho que pensar que não sou especial

sou interessante, decerto

mas não é fama que vai me sustentar

é eu me dedicar mais

a aprender mais técnicas

são nove da manhã

quero contemplar cada vez mais o silêncio

e baixar expectativas sobre coisas


 você elimina as três principais causas de infelicidade: desejo, aversão e ignorância".

 O ruído nos leva a esquecer quem somos, e o silêncio nos revela. Tentamos mudar o mundo com ruídos e convulsões, mas só o salvaremos com a silenciosa entrega à vida.


 Grita-se para ocultar as razões que nos faltam