Sabe quando falaram para você assim: “-A Mariana é legal, na
verdade ela é muito doida. ”
Em partes, está certo.
Vou contar um segredo: Tenho uma síndrome.
Não é de down, nem Parkinson.
Chama-se Síndrome SPI.
É a síndrome mais inútil do mundo; chama-se Síndrome das
pernas inquietas e basicamente serve para me tornar uma linda, carismática e
fofa zumbi.
Como assim? Bom, estou morrendo de sono, olhos fechando,
desejando apenas uma coisa: relaxar e embarcar na viagem dos sonhos e quietude
da noite, descansar desse dia meramente cansativo. Mas adivinhem? Não posso,
meu corpo diz: “-Você precisa andar pela casa como uma pessoa retardada de um
filme de terror! Nós não vamos deixa-la dormir! ”. Então aqui estou eu,
impedida de dormir, caindo de sono, com um dos males que me arremeteu de
repente.
Quando eu era criança, essa doença aparecia direto. Minha
mãe, achando que era médica, me mandava comer bananas associando a falta de potássio.
Eu deitava na cama e dizia: “-Não consigo dormir, não adianta, posso ficar
horas tentando, não dá. ” E lá vinha um adulto, aqueles seres sábios que sabem
de tudo, me dizendo um bordão que me desperta ódio até hoje: “-Fica quietinha,
fecha os olhos, e aí o sono vem”. QUERIDOS, se fosse assim fácil, eu não
estaria me contorcendo como a garota do exorcista após uma possessão, eu
estaria já no quinto sono, sonhando aventuras psicodélicas.
Mal sabia que estava errada. A tal síndrome é real e é
combatida com tratamentos complexos, e adivinhem: Nunca tratei, e não vou
tratar tão cedo, estou sem plano de saúde. Ah como eu gostaria de uma garrafa
de algo forte para amortecer minhas pernas contra a vontade delas e embarcar na
doce jornada da inconsciência, seria lindo. Mas não, estou eu aqui, quatro e
quarenta e oito da manhã, dia quatorze de janeiro de 2016, e não consigo
dormir, não consigo relaxar, minhas pálpebras estão fechando, meu cansaço é
real, e meu corpo não cede. Maldita ansiedade.
O que eu vou fazer agora? Tentar esgotar totalmente minha
energia mental a ponto de desmaiar de sono, de verdade. Não tem jeito, estou
muito agitada e muito cansada ao mesmo tempo, e isso é uma sensação muito
horrível que só quem já passou por sabe descrever. É como se você estivesse no
meio de um fogo cruzado, no meio de um cabo de guerra onde de um lado puxa sua
mente, para o lado do sono e descanso, e do outro puxa o seu corpo, para o lado
da agitação, movimento e aventuras.
E eu realmente não estou com vontade de jogar joguinhos
inúteis, não há ninguém para conversar com a essa hora, então fico eu aqui,
falando sozinha, sofrendo minha dor e inquietude. Ás vezes gostaria de ser
menos ansiosa.
Bom, aqui está mais um defeito de fábrica dessa pessoa
(previsível? Enigmática? Louca?) que é a Mariana Mitic, que escreve sobre si
mesma em terceira pessoa.
Sabe quando falaram para você assim: “-A Mariana é legal, na
verdade ela é muito doida. ”
Em partes, está certo.
Vou contar um segredo: Tenho uma síndrome.
Não é de down, nem Parkinson.
Chama-se Síndrome SPI.
É a síndrome mais inútil do mundo; chama-se Síndrome das
pernas inquietas e basicamente serve para me tornar uma linda, carismática e
fofa zumbi.
Como assim? Bom, estou morrendo de sono, olhos fechando,
desejando apenas uma coisa: relaxar e embarcar na viagem dos sonhos e quietude
da noite, descansar desse dia meramente cansativo. Mas adivinhem? Não posso,
meu corpo diz: “-Você precisa andar pela casa como uma pessoa retardada de um
filme de terror! Nós não vamos deixa-la dormir! ”. Então aqui estou eu,
impedida de dormir, caindo de sono, com um dos males que me arremeteu de
repente.
Quando eu era criança, essa doença aparecia direto. Minha
mãe, achando que era médica, me mandava comer bananas associando a falta de potássio.
Eu deitava na cama e dizia: “-Não consigo dormir, não adianta, posso ficar
horas tentando, não dá. ” E lá vinha um adulto, aqueles seres sábios que sabem
de tudo, me dizendo um bordão que me desperta ódio até hoje: “-Fica quietinha,
fecha os olhos, e aí o sono vem”. QUERIDOS, se fosse assim fácil, eu não
estaria me contorcendo como a garota do exorcista após uma possessão, eu
estaria já no quinto sono, sonhando aventuras psicodélicas.
Mal sabia que estava errada. A tal síndrome é real e é
combatida com tratamentos complexos, e adivinhem: Nunca tratei, e não vou
tratar tão cedo, estou sem plano de saúde. Ah como eu gostaria de uma garrafa
de algo forte para amortecer minhas pernas contra a vontade delas e embarcar na
doce jornada da inconsciência, seria lindo. Mas não, estou eu aqui, quatro e
quarenta e oito da manhã, dia quatorze de janeiro de 2016, e não consigo
dormir, não consigo relaxar, minhas pálpebras estão fechando, meu cansaço é
real, e meu corpo não cede. Maldita ansiedade.
O que eu vou fazer agora? Tentar esgotar totalmente minha
energia mental a ponto de desmaiar de sono, de verdade. Não tem jeito, estou
muito agitada e muito cansada ao mesmo tempo, e isso é uma sensação muito
horrível que só quem já passou por sabe descrever. É como se você estivesse no
meio de um fogo cruzado, no meio de um cabo de guerra onde de um lado puxa sua
mente, para o lado do sono e descanso, e do outro puxa o seu corpo, para o lado
da agitação, movimento e aventuras.
E eu realmente não estou com vontade de jogar joguinhos
inúteis, não há ninguém para conversar com a essa hora, então fico eu aqui,
falando sozinha, sofrendo minha dor e inquietude. Ás vezes gostaria de ser
menos ansiosa.
Bom, aqui está mais um defeito de fábrica dessa pessoa
(previsível? Enigmática? Louca?) que é a Mariana Mitic, que escreve sobre si
mesma em terceira pessoa.