quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Mariana com defeito



Sabe quando falaram para você assim: “-A Mariana é legal, na verdade ela é muito doida. ”
Em partes, está certo.
Vou contar um segredo: Tenho uma síndrome.
Não é de down, nem Parkinson.
Chama-se Síndrome SPI.
É a síndrome mais inútil do mundo; chama-se Síndrome das pernas inquietas e basicamente serve para me tornar uma linda, carismática e fofa zumbi.
Como assim? Bom, estou morrendo de sono, olhos fechando, desejando apenas uma coisa: relaxar e embarcar na viagem dos sonhos e quietude da noite, descansar desse dia meramente cansativo. Mas adivinhem? Não posso, meu corpo diz: “-Você precisa andar pela casa como uma pessoa retardada de um filme de terror! Nós não vamos deixa-la dormir! ”. Então aqui estou eu, impedida de dormir, caindo de sono, com um dos males que me arremeteu de repente.
Quando eu era criança, essa doença aparecia direto. Minha mãe, achando que era médica, me mandava comer bananas associando a falta de potássio. Eu deitava na cama e dizia: “-Não consigo dormir, não adianta, posso ficar horas tentando, não dá. ” E lá vinha um adulto, aqueles seres sábios que sabem de tudo, me dizendo um bordão que me desperta ódio até hoje: “-Fica quietinha, fecha os olhos, e aí o sono vem”. QUERIDOS, se fosse assim fácil, eu não estaria me contorcendo como a garota do exorcista após uma possessão, eu estaria já no quinto sono, sonhando aventuras psicodélicas.
Mal sabia que estava errada. A tal síndrome é real e é combatida com tratamentos complexos, e adivinhem: Nunca tratei, e não vou tratar tão cedo, estou sem plano de saúde. Ah como eu gostaria de uma garrafa de algo forte para amortecer minhas pernas contra a vontade delas e embarcar na doce jornada da inconsciência, seria lindo. Mas não, estou eu aqui, quatro e quarenta e oito da manhã, dia quatorze de janeiro de 2016, e não consigo dormir, não consigo relaxar, minhas pálpebras estão fechando, meu cansaço é real, e meu corpo não cede. Maldita ansiedade.
O que eu vou fazer agora? Tentar esgotar totalmente minha energia mental a ponto de desmaiar de sono, de verdade. Não tem jeito, estou muito agitada e muito cansada ao mesmo tempo, e isso é uma sensação muito horrível que só quem já passou por sabe descrever. É como se você estivesse no meio de um fogo cruzado, no meio de um cabo de guerra onde de um lado puxa sua mente, para o lado do sono e descanso, e do outro puxa o seu corpo, para o lado da agitação, movimento e aventuras.
E eu realmente não estou com vontade de jogar joguinhos inúteis, não há ninguém para conversar com a essa hora, então fico eu aqui, falando sozinha, sofrendo minha dor e inquietude. Ás vezes gostaria de ser menos ansiosa.
Bom, aqui está mais um defeito de fábrica dessa pessoa (previsível? Enigmática? Louca?) que é a Mariana Mitic, que escreve sobre si mesma em terceira pessoa.


Sabe quando falaram para você assim: “-A Mariana é legal, na verdade ela é muito doida. ”
Em partes, está certo.
Vou contar um segredo: Tenho uma síndrome.
Não é de down, nem Parkinson.
Chama-se Síndrome SPI.
É a síndrome mais inútil do mundo; chama-se Síndrome das pernas inquietas e basicamente serve para me tornar uma linda, carismática e fofa zumbi.
Como assim? Bom, estou morrendo de sono, olhos fechando, desejando apenas uma coisa: relaxar e embarcar na viagem dos sonhos e quietude da noite, descansar desse dia meramente cansativo. Mas adivinhem? Não posso, meu corpo diz: “-Você precisa andar pela casa como uma pessoa retardada de um filme de terror! Nós não vamos deixa-la dormir! ”. Então aqui estou eu, impedida de dormir, caindo de sono, com um dos males que me arremeteu de repente.
Quando eu era criança, essa doença aparecia direto. Minha mãe, achando que era médica, me mandava comer bananas associando a falta de potássio. Eu deitava na cama e dizia: “-Não consigo dormir, não adianta, posso ficar horas tentando, não dá. ” E lá vinha um adulto, aqueles seres sábios que sabem de tudo, me dizendo um bordão que me desperta ódio até hoje: “-Fica quietinha, fecha os olhos, e aí o sono vem”. QUERIDOS, se fosse assim fácil, eu não estaria me contorcendo como a garota do exorcista após uma possessão, eu estaria já no quinto sono, sonhando aventuras psicodélicas.
Mal sabia que estava errada. A tal síndrome é real e é combatida com tratamentos complexos, e adivinhem: Nunca tratei, e não vou tratar tão cedo, estou sem plano de saúde. Ah como eu gostaria de uma garrafa de algo forte para amortecer minhas pernas contra a vontade delas e embarcar na doce jornada da inconsciência, seria lindo. Mas não, estou eu aqui, quatro e quarenta e oito da manhã, dia quatorze de janeiro de 2016, e não consigo dormir, não consigo relaxar, minhas pálpebras estão fechando, meu cansaço é real, e meu corpo não cede. Maldita ansiedade.
O que eu vou fazer agora? Tentar esgotar totalmente minha energia mental a ponto de desmaiar de sono, de verdade. Não tem jeito, estou muito agitada e muito cansada ao mesmo tempo, e isso é uma sensação muito horrível que só quem já passou por sabe descrever. É como se você estivesse no meio de um fogo cruzado, no meio de um cabo de guerra onde de um lado puxa sua mente, para o lado do sono e descanso, e do outro puxa o seu corpo, para o lado da agitação, movimento e aventuras.
E eu realmente não estou com vontade de jogar joguinhos inúteis, não há ninguém para conversar com a essa hora, então fico eu aqui, falando sozinha, sofrendo minha dor e inquietude. Ás vezes gostaria de ser menos ansiosa.
Bom, aqui está mais um defeito de fábrica dessa pessoa (previsível? Enigmática? Louca?) que é a Mariana Mitic, que escreve sobre si mesma em terceira pessoa.